14 de dezembro de 2010

Profissão de Fé contra o Espiritismo e Juramento Antiespírita - ATUALIZADO: resposta a leitor espírita

Publicado originalmente em data de 21 de maio de 2009

Entre as numerosas medidas a serem adotadas pela "Campanha Nacional contra a Heresia Espírita", promulgada na primeira reunião ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (12 a 19 de Agosto de 1953), está previsto "exigir de todos os membros de Associações Religiosas um juramento antiespírita". A razão de tão severa medida reside no incontestável fato de que o Espiritismo se tem utilizado de todos os meios para penetrar nos ambientes católicos e que muitos, iludidos por falsa e traiçoeira propaganda, aderiram ao Espiritismo ou ao menos freqüentam suas sessões, pensando que podem ao mesmo tempo continuar católicos e até ingressar em Associações Religiosas. A fim de cortar a ilusão de um possível conúbio católico-espírita, resolveu-se uma intensa propaganda de esclarecimento e exigir de todos os membros das Associações um juramento antiespírita. O Pároco ou seu delegado em hora previamente marcada, reunirá na Igreja paroquial todos os membros de uma Associação, explicando-lhes o sentido e os graves motivos de tão solene compromisso. Em seguida, recitarão todos juntos a Profissão de Fé contra o Espiritismo, finda o qual o Padre, revestido de sobrepeliz e estola roxa, sentado e com o Evangelho diante de si, receberá o juramento individual de cada associado, compromisso que deverá ser futuramente assumido por todo novo membro de qualquer Associação Religiosa.



Creio em um só Deus verdadeiro, / distinto do mundo / e subsistente em Três Pessoas: / Pai, Filho e Espírito Santo, / Criador do universo e quanto nele existe; / e que com sua paternal Providência / conserva e governo / todos os seres materiais e espirituais. / Creio que Deus se manifestou aos homens / no Antigo e Novo Testamento / e reafirmo publicamente a minha fé / em tudo que Deus nos revelou. / Creio que Jesus Cristo, / Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, / Deus igual ao Pai e ao Espírito Santo, / se fez verdadeiro Homem, / com corpo e alma, / no seio puríssimo da Virgem Maria; / e que padeceu e morreu para nos salvar. / Creio que Jesus Cristo fundou a Igreja Católica / e instituiu sete Sacramentos, / sinais eficazes da graça divina, / que nos conferem os frutos da Redenção. / Creio que vivemos uma só vez sobre a terra / e que imediatamente depois da morte / a alma será julgada por Deus, / recebendo os bons, / logo ou depois do Purgatório, / o prêmio no Céu / e os maus o castigo sem fim no Inferno; / e que no juízo final / todos hão de ressuscitar / com seus próprios corpos. / Condeno, por isso, / e rejeito o Espiritismo, / suas doutrinas heréticas / e suas práticas supersticiosas, / particularmente a reencarnação / e a evocação dos mortos, / muitas vezes condenada por Deus e pela Igreja.


Juramento Antiespírita
(individual)


Eu, N. N., em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, com a mão sobre o sagrado Evangelho, juro que não sou espírita e prometo que jamais hei de assistir a uma sessão, nem farei uso de receitas espíritas. Juro também que não lerei nem guardarei comigo ou com outrem livros, revistas, folhetos e jornais que defendam ou propaguem as heresias ou as superstições do Espiritismo, em qualquer de suas formas. Comprometo-me fazer valer a minha autoridade para conservar afastados do Espiritismo os que de mim dependem. Assim prometo, assim que ajudem Deus e estes santos Evangelhos.


Comentário


Creio: Entendo esta palavra como um ato da virtude teologal da Fé, que é, segundo a definição do Concílio Vaticano, "uma virtude sobrenatural pela qual, inspirados e ajudados pela graça, cremos ser verdade o que Deus revelou, não devido à verdade intrínseca das coisas, conhecidas pela luz natural da razão, mas em virtude da autoridade do próprio Deus, autor da Revelação, que não pode enganar-se nem enganar".


em um só Deus verdadeiro, distinto do mundo: visa ao panteísmo da absoluta maioria dos nossos espíritas, para os quais Deus se identifica com o mundo.


e subsistente em Três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo: é a profissão de fé no augusto mistério da Santíssima Trindade, o conceito especificamente cristão de Deus e uma das verdades fundamentais do Cristianismo, negada e ridicularizada pelos espíritas.


Criador do universo e de quanto nele existe: contra o extremo evolucionismo panteísta da doutrina espírita segundo a qual o universo seria uma "irradiação do Foco Divino".


e que com sua paternal Providência conserva e governa todos os seres: contra o pretenso governo do mundo pelos espíritos, para isso incumbidos por Deus.


...materiais e espirituais: nítida distinção entre entre os dois reinos: o material e o espiritual, contra a doutrina espírita de que, no fundo, tudo é "matéria quintessenciada", ou que tudo provém da "matéria cósmica primitiva"; afirmação também de que creio em seres puramente espirituais, anjos e demônios, também negados pela doutrina espírita.


Creio que Deus se manifestou aos homens no Antigo e Novo Testamento: profissão de fé na inspiração divina dos livros sagrados da Bíblia, que para os espíritas não passam de livros puramente humanos, repletos de mitos, fábulas e contradições.


e reafirmo publicamente a minha fé: deve ser pública esta minha profissão de fé, porque pública está sendo também entre nós a negação da palavra de Deus.


...em tudo que Deus nos revelou: seja na Sagrada Escritura, seja na Tradição Apostólica que a Igreja conservou, transmitiu e sempre defendeu.


Creio que Jesus Cristo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e ao Espírito Santo...: afirmo e proclamo a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, outra verdade básica da fé cristã, contestada pela heresia espírita, segundo a qual Jesus seria apenas um poderoso "médium", espírito enviado por Deus para ser o "governador do planeta Terra".


...se fez verdadeiro Homem, com corpo e alma: grande parte dos nossos espíritas sustentam que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico e não real: afirmo e renovo minha fé na verdadeira e real humanidade de Cristo.


no seio puríssimo da Virgem Maria: Ela é por isso verdadeira Mãe de Deus, imaculada e isenta de qualquer mancha de pecado, sempre virgem e em comrpo e alma assunta ao céu: verdades todas, que os espíritas negam e ridicularizam.


e que padeceu e morreu para nos salvar: com isso proclamo a minha fé na nossa redenção por Cristo, que "é a propiciação pelos nossos pecados, não pelos nossos somente, mas também pelos de todo o mundo" (1 Jo 2, 2), contra o que os espíritas levantam as mais irreverentes acusações: "Não - clama Leão Denis [n. Allan Kardec] - a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da Humanidade: o sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém"!


Creio que Jesus fundou a Igreja Católica: para continuar a sua missão até o fim do mundo; e que para os espíritas é "o maior foco de todas as mentiras, de todas as vergonhas, de todas as misérias que se conhecem".


e instituiu os sete Sacramentos: negados também, todos eles, pelo Espiritismo.


sinais eficazes da graça divina: creio na vida sobrenatural, que os espíritas negam, como não aceitam "nem favores, nem privilégios de Deus", nem mesmo o perdão dos pecados.


Creio que vivemos uma só vez sobre a terra: e não tornamos a reencarnar em sempre novas vidas corpóreas, como doutrina o reencarnacionismo espírita.


e que imediatamente depois da morte a alma será julgada por Deus: a doutrina espírita sobre o "progresso contínuo depois da morte" é uma perigosa ilusão, criada para facilitar a vida pecaminosa: "Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto virá o julgamento" (Hb 9, 27).


recebendo os bons, os que souberam aproveitar esta única vida terrestre, os que obedeceram aos mandamentos de Deus e de Cristo ou os que ao menos sinceramente se arrependeram.


logo ou depois do Purgatório: também o dogma do Purgatório é negado pelos espíritas,


o prêmio no Céu: neste lugar de plena e perfeita felicidade, do qual diz o Espírito Santo que nele não entrará "coisa alguma impura, nem idólatra, nem herege" (Apoc. 21, 27), e que os espíritas desprezam como uma "eterna e fastidiosa inutilidade".


e os maus, os pecadores impenitentes, os negadores contumazes e obstinados da Doutrina Cristã.


o castigo sem fim: não apenas castigo muito prolongado, não apenas uma longa série de reencarnações,


...do Inferno: do qual Cristo, Mestre da Verdade, falou inúmeras vezes, dizendo expressamente que é "eterno", como é "eterna" a felicidade dos bons: "E irão estes (os maus) para o suplício eterno e os justos para a vida eterna" (Mt. 25 46) e que os obstinados espíritas persistem em negar.


e que no juízo final, também negado pela doutrina espírita, mas muito minuciosamente descrito por Cristo,


...todos hão de ressuscitar com seus próprios corpos: é o consolador dogma da ressurreição final de todos os homens, bons e maus, também contestado pelos profissionais negadores da Doutrina Cristã.


Condeno por isso, e rejeito o Espiritismo: tanta negação, tão irreverentes modos de tratar os mais claros ensinamentos de Cristo, tanta má fé e tão aberta revolta contra Deus e a Igreja merecem o meu repúdio e a minha condenação.


suas doutrinas heréticas: pois, como declararam os Bispos do Brasil, "o Espiritismo não nega apenas uma ou outra verdade de nossa Santa Religião, mas todas elas, destruindo o Cristianismo pela base".


e suas práticas supersticiosas: "O Espiritismo é o conjunto de todas as superstições da incredulidade moderna" (Episcopado Brasileiro).


particularmente a reencarnação: porque a teoria espírita da reencarnação é a fonte principal de todas as negações da doutrina codificada por Allan Kardec.


e a evocação dos mortos, agora generalizada pelo Espiritismo e que é a magia e necromancia da antigüidade,


...muitas vezes condenada por Deus: Cf. Êx. 22, 18; Lev. 20, 6. 27; 19, 31; Deut. 18, 10-14; Is. 8, 19-20. Eis por exemplo o que está em Deut. 18, 10-14: "Não se ache entre vós quem consulte adivinhos ou pitões, ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina estas coisas."


...e pela Igreja: diversas vezes a Santa Sé e os Bispos do Brasil proibiram a supersticiosa prática da evocação dos mortos, como "ilícita, herética, escandalosa e contrária à honestidade dos costumes".


O solene compromisso antiespírita, a ser prestado individualmente, compreende cinco pontos, e que devem ser bem ponderados:


1) Declaração formal, invocando o nome da Santíssima Trindade como testemunha, de que atualmente (não há referências ao passado) não sou espírita, isto é, não dei o meu nome a nenhuma entidade espírita, nem costumo freqüentar habitualmente nenhum centro de Espiritismo, qualquer que seja a sua modalidade.


2) Promessa solene de que jamais hei de assistir a uma sessão espírita, qualquer que seja o pretexto, nem por mera curiosidade.


3) Obrigação assumida de que nunca farei uso de receitas dadas nas sessões ou centros espíritas.


4) Juramento promissório de que jamais hei de ler nem guardar comigo ou com outrem livros, revistas, folhetos ou jornais que defendam ou propaguem as heresias ou as superstições do Espiritismo em qualquer de suas formas, inclusive todos os perniciosos livros da Editora "O Pensamento" ou do "Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento".


5) Compromisso perante Deus de fazer o possível para conservar afastados do Espiritismo os que de mim dependem.


Frei Boaventura, O. F. M., "Material para Instruções sobre a Heresia Espírita", segundo ciclo, 2ª edição, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, 1954.
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ATUALIZAÇÃO às 16:00 de 21 de Maio de 2009.
Em resposta ao comentário postado pelo espírita João Vítor. Superstição é todo culto religioso viciado. O espiritismo, portanto, é supersticioso, pois não presta a Deus um culto conveniente, o que só pode ser feito se se conserva a verdadeira fé em união com a Igreja Católica. O espiritismo diz propagar a fé em Deus todo-poderoso, criador de tudo e de todos. Mas que fé é esta? Deduz-se do que foi dito que tal fé seria um sentimento de confiança em Deus, não um verdadeiro assentimento da razão à verdade revelada exteriormente pela Igreja de Cristo.
A fé definida como sentimento é vã. Assim como o sentimento varia de pessoa a pessoa, assim também a fé-sentimento. Ademais, todo sentimento é inefável. Portanto, de uma fé-sentimento se concluiria que todos os credos não tem valor algum. Só teria valor o sentimento.
A caridade evangélica está intimamente unida à fé em sua definição mais genuína, de modo que de nada adianta a caridade sem a verdade. Desta forma, conclui-se que se não há a fé católica, não subsiste a verdadeira caridade. Se a própria fé é um vago sentimento de confiança em Deus que independe de credos, então esta caridade, vista mais como filantropia, não tem valor meritório algum. Além do mais, é unida aos merecimento de Cristo que nossas obras passam a ter real valor.
Sobre criticar, temos não só o direito, mas o dever de fazê-lo a quem está no erro. É obra de misericórdia.


Por fim, não há como amar verdadeiramente a Deus, sem amar a sua única Esposa, a Igreja Católica, fora da qual não há salvação.

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