22 de novembro de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 208

VÍTOR HUGO, MONTALEMBERT E A IGREJA

O célebre poeta e deputado Vítor Hugo acabava de fazer violento discurso na câmara contra a Sé Apostólica. Montalembert, o não menos célebre autor de “Os Monges do Ocidente”, levantou-se imediatamente e respondeu com outro discurso que se tornou famoso. Citemos apenas o seguinte:
“Meus senhores. O discurso que acabais de ouvir já recebeu o merecido castigo com os aplausos da oposição”. A essas palavras, a esquerda interrompe-o furiosamente. Durante cinco minutos, o orador não pode falar. Depois, retomando o fio do discurso, disse: “Uma vez que a palavra “castigo” vos feriu, retiro-a e em lugar dela ponho “recompensa”.
É nesse discurso que se leem estas célebres palavras: “Pode-se negar a força da Santa Sé, mas não a sua fraqueza, que constitui a sua força invencível... Permiti-me uma comparação familiar. Quando um homem é condenado a lutar com uma mulher, se essa mulher não é a última das criaturas, pode afrontá-lo impunemente. Ela diz: “Batei-me, mas ficareis desonrado e não me vencereis”. Pois bem; a Igreja é uma mulher, e muito mais que uma mulher, é uma mãe. Sim, é uma mãe, a mãe da Europa, a mãe da sociedade moderna. Seja alguém embora um filho revoltado, um filho ingrato, um filho desnaturado, é sempre seu filho; e vem o momento, em que esta luta parricida se torna insuportável ao gênero humano e aquele que a determinou cai abatido, seja pela derrota, seja pela reprovação unânime da humanidade”. /
Jamais naquele recinto discurso algum foi tão aplaudido como o de Montalembert.

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