19 de junho de 2015

Catecismo Ilustrado - Parte 26

Os Sacramentos

A Penitência

1. A Penitência é o sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.
2. Recebemos o sacramento da Penitência quando o sacerdote nos dá a absolvição. A absolvição é a sentença que o confessor pronuncia em nome de Jesus Cristo para perdoar os pecados do penitente com as devidas disposições.
3. Para recebê-la válida e frutuosamente a absolvição são necessárias três coisas que se chamam as três partes do sacramento da Penitência, e também os três atos do penitente, a saber: Contrição, confissão e satisfação. Das três, a mais necessária e indispensável é a contrição, que em certos casos pode suprir as outras.

Contrição

4. A contrição é um verdadeiro desgosto da alma, a dor de coração e uma aversão ao pecado cometido, com propósito firme de nunca mais pecar.
5. A contrição é perfeita, ou imperfeita, a qual se chama também atrição. A contrição perfeita é uma dor pelo qual nos pesa termos ofendido a Deus, por Ele se infinitamente bom, infinitamente amável, e porque o pecado Lhe desagrada. – A contrição imperfeita ou atrição é a dor de ter ofendido a Deus, causada ordinariamente pela ignomínia do pecado, pelo temor do Inferno ou pela perda do Paraíso.
6. A melhor é, sem dúvida alguma, a contrição perfeita, que provem do amor de Deus e sendo por Ele aperfeiçoada, perdoa todos os pecados, com a condição de ter intenção de confessá-los. O ato de contrição perfeita equivale pois ao ato de caridade perfeita que perdoa todos os pecados.
7. A atrição não basta para alcançar o perdão do pecados senão sendo por meio da absolvição no sacramento da Penitência, porque a atrição dispõe somente para impetrar (pedir) o perdão dos pecados e a Graça de Deus.

A Confissão

8. A confissão sacramental é a acusação dos próprios pecados, feita a um sacerdote para isso aprovado, a fim de receber a absolvição. Digo acusação, porque os pecados não se devem contar como uma história, mas com ânimo de se acusar pecador a si mesmo, e de querer tomar sobre si severa penitência.
9. Foi Nosso Senhor quem instituiu a Confissão quando deu aos seus ministros o poder de perdoar ou não os pecados, porque o sacerdote não pode julgar se deve ou não perdoá-los sem conhecê-los, e em consequência, sem os ouvir em confissão.
10. Para a confissão ser válida, o pecador deve acusar todos os pecados mortais que cometeu, com o número e as circunstâncias que mudam ou aumentam a gravidade do pecado. Para isso deve fazer-se o exame de consciência que é uma busca diligente dos pecados cometidos.
11. Não é necessária para uma boa confissão, a acusação dos pecados veniais, mas é muito útil acusá-los.

A Satisfação

12. Chama-se Satisfação a Penitência sacramental que o confessor impõe e pela qual se repara a Deus pelos pecados cometidos. Esta penitência impõe-se para castigo do pecado e para remédio das enfermidades do penitente. Quem se confessar com intenção de não cumprir a Penitência não fica absolvido.
13. Devemos também reparar o próximo, se lhe tivermos causado algum dano, como está explicado nos mandamentos da lei de Deus. Quem se confessar com intenção de não restituir ou não reparar os danos causados ao próximo, não fica absolvido.

Explicação da gravura

14. A parte principal da gravura representa Nosso Senhor instituindo o sacramento da Penitência, quando deu aos seus discípulos o poder de ligar e desligar, dizendo: “Os pecados serão perdoados àqueles a quem os perdoardes, e não serão perdoados àqueles a quem não os perdoardes.”
15. No ângulo superior direito vê-se o paralítico a quem Jesus perdoou primeiro os pecados e depois disse: “Levanta-te e anda”. No ângulo superior esquerdo, vê-se a pecadora Madalena ajoelhada e chorando aos pés de Jesus, que lhe diz: “Vai em paz, são-te perdoados os teus pecados”.

16. Na parte inferior, à direita vê-se saindo do confessionário, perdoado, um pecador que fez uma boa confissão, e do lado oposto, um pecador que não alcançou o perdão por ter feito uma confissão nula.

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