7 de junho de 2015

Comungai Bem - Padre Luiz Chiavarino.

COMUNGAI BEM, PORQUE A COMUNHÃO BEM FEITA NOS PÕE COM ÍNTIMA RELAÇÃO COM OS MISTÉRIOS DO ROSÁRIO

D. — Como, Padre, a comunhão nos põe também em relação com o Rosário?
M. — Certamente. Examinemos mistério por mistério e assim poderemos tirar conclusões salutares que nos sirvam de estímulo e consolo.
Contemplando, no primeiro mistério gozoso, a Anunciação do Arcanjo Gabriel à Santíssima Virgem Maria, nossa mente detém-se em considerar aquela magnífica saudação que conferiu à Santíssima Virgem a grande missão da maternidade divina e na qual ela, em sua profunda humildade, se declarou escrava do Senhor.
Nenhum mistério há mais apropriado do que este para fortificar nossa fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Se Jesus se dignou e quis habitar no seio puríssimo de Maria, por que não se dignará também de baixar a nossos altares para permanecer dia e noite nos sacrários?
O primeiro fato foi confirmado por um anjo; o segundo nos é ensinado e confirmado pela Igreja, que no dizer de São Paulo, merece ainda maior credibilidade.
Além disso, nenhum mistério há como esse para demonstrar como a Comunhão enobrece nossas almas tanto de confundir nossa indiferença e apatia.
Sempre que vamos comungar recebemos o mesmo Jesus Cristo que um dia baixou ao seio virginal de Maria.
Podemos considerar-nos como os homens mais felizes e ditosos deste vale de lágrimas; mas ao mesmo tempo estimemo-nos como servos inúteis, a fim de rechaçarmos nosso amor próprio que tanto prejudica nossa alma.
No segundo mistério, enquanto contemplamos a visita de Maria a sua prima Santa Isabel, pensemos na solicitude com que Maria vai à casa de sua prima; admiremos sua grande caridade e humildade trabalhando por três meses no serviço doméstico.
Este mistério demonstra claramente a finalidade que teve em mira o Salvador ao tornar-se nosso alimento e a prontidão com que vem a nossas almas a fim de as santificar e cumular de graças. Por que não imitamos nós também a generosidade caritativa de Jesus e Maria, indo com presteza aliviar as necessidades do próximo, comunicando-lhe a doçura e caridade que experimentamos na alma quando vamos receber a Sagrada Comunhão?
No terceiro mistério gozoso, contemplamos o nascimento de Jesus em Belém, e aqui podemos demorar-nos em três considerações: a repulsa dos habitantes de Belém, a visita dos pastores e as adorações dos magos.
Oh! Infelizmente, quantas almas há ainda hoje às quais Jesus pede hospitalidade e elas respondem: Não há lugar! Não estamos dispostos, não temos tempo, não temos vontade, e ao mesmo tempo lhe viram as costas e o despedem como a pessoa indesejada.
Ao contrário, quantos pobres e humildes como os pastores, recorrem confiantes a Ele. E não só os pobres e abandonados vão visitá-lo, mas também ricos e nobres, como os magos, vão recebê-lo na Eucaristia.
Que consolo experimentamos ao verificar que, se os pigmeus têm vergonha de prostrar-se diante de Jesus Sacramentado, se os novos Herodes e Pilatos o perseguem, Jesus na Eucaristia continua sempre triunfante e de dia para dia engrossam as fileiras dos que o recebem cotidianamente.
No quarto mistério gozoso, ao contemplar a apresentação de Jesus no templo nos braços do santo velho Simeão, temos diante dos olhos a cena mais eucarística do Rosário, que com razão nos faz exclamar: Ditoso o templo que teve a ventura de abrigar em seu interior o Menino Jesus, e, mais ditoso ainda aquele santo sacerdote que pôde apertar entre os braços e estreitar junto ao coração aquela criança divina! Pois bem, nossas igrejas nada têm para invejar do antigo templo de Jerusalém, pois que todos os dias o mesmo Jesus desce sobre seus aliares e dia e noite permanece encerrado em seus sacrários. E, por acaso, temos que invejar o santo velho Simeão? Ele somente estreitou entre os braços o Menino Jesus e nós o recebemos dentro de nosso coração; ele fez isso uma única vez e nós podemos recebê-lo quantas vezes quisermos; ele teve que devolvê-lo a Maria ao passo que nós ficamos sempre com Ele.
D. — Para isso, Padre, deveríamos ter a mesma fé daquele ancião.
M. — Se não temos a mesma fé, por que não a pedimos ao Senhor todos os dias até a hora da morte?
Como será doce e suave a morte se for procedida pela recepção da Comunhão como Viático!
D. — Ah! Padre, naquele instante supremo não pode haver melhor consolação.
M. — Mas como poderão fazer uma boa Comunhão aqueles que durante a vida trataram a Jesus como um estranho e o receberam somente uma vez por ano? Será impossível. Aqueles em vez que durante a vida receberam frequentemente a Jesus receberão Dele grande conforto na hora da morte.
No quinto mistério, ao contemplarmos o encontro do Menino Jesus no templo de Jerusalém, devemos pensar na aflição de José e Maria quando O perderam e a alegria que experimentaram quando O encontraram.
E onde foram encontrá-lo? No templo falando e discutindo sobre as coisas divinas. E isto foi para nos ensinar que devemos ir recebê-lo nas igrejas, lá onde Ele se encontra realmente presente noite e dia, à espera de nossa visita, sempre disposto a ouvir nossas queixas e atender nossos pedidos. Lá onde Ele mora continuamente, saindo somente para consolar e confortar os doentes moribundos.
D. — O quinto mistério gozoso não lembra também o regresso de Jesus a Nazaré e a sua submissão incondicional a José e Maria?
M. — De certo que lembra. E precisamente o que mais devemos admirar na Eucaristia é essa submissão. Obediente nas mãos dos sacerdotes; submissão a todos os devotos que se apresentam para comungar; obediente até aos seus inimigos, sacrílegos, que Dele se aproximam para roubá-lo e traí-lo vergonhosamente, E nós, em vez de imitarmos essa admirável obediência, tantas vezes permanecemos surdos aos seus chamados, não prestamos atenção aos mandatos e conselhos da Igreja e dos Sumos Pontífices, ficando meses e meses sem nos alimentarmos desse manjar divino que é a Santa Comunhão.
D. — Padre, quanto a mim, prometo que de hoje em diante não será mais assim. Continue a explicar-me a relação que há entre os mistérios dolorosos e a SSma. Eucaristia.

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