3 de junho de 2015

Comungai Bem - Padre Luiz Chiavarino.

COMUNGAI BEM PORQUE A COMUNHÃO BEM FEITA CONSERVA E AUMENTA A VIDA DA ALMA

D. — Padre, quais são os principais efeitos da comunhão frequente?
M. — No catecismo, para a pergunta: Que efeitos produzem em nós a Eucaristia? Encontra-se a seguinte resposta:
"A Eucaristia: 1º. Conserva e aumenta a vida da alma que é a graça, assim como o alimento material conserva e aumenta a vida do corpo; 2º. Apaga os pecados veniais e preserva dos mortais; 3º. Une-nos a Jesus Cristo e faz-nos viver de sua vida".
Procedamos por partes: Antes de tudo, para compreendermos bem como a Sagrada Comunhão conserva e aumenta a vida da alma, é preciso que nos convençamos de que a comunhão não é uma devoção qualquer, mas sim que é um sacramento. Muitos há que vão comungar somente para alcançar uma graça qualquer ou também por simples ato de devoção. A Comunhão não foi instituída para isso, embora possa conseguir também isso, pois que é a prática de devoção por excelência. Sua finalidade é muito mais sublime: o fim principal da Comunhão é conservar e aumentar em nós a graça que é a vida da alma.
Se eu lhe perguntasse: qual é a coisa mais preciosa do mundo, que me responderia?
D. — Que é a vida, pois a vida é tudo e tudo se sacrifica para conservar a vida.
M. — Muito bem. Todavia mais preciosa que a vida do corpo é a vida da alma. E se para conservar a vida do corpo estamos sempre prontos a suportar fadigas e suores remédios caros, operações difíceis e perigosas, mais ainda devemos estar sempre prontos para conservar a vida da alma, e sendo a Comunhão o melhor conservativo e sustentáculo da alma, procuremos, com o maior empenho e diligência possível, recebê-la frequentemente e comas devidas disposições.
Conta a História que a ímpia Rainha Isabel da Inglaterra, ardendo em ódio contra Deus e contra os católicos, publicou um iníquo decreto condenando todo aquele que recebesse a Comunhão a pagar a vultosa multa de 400 escudos em ouro ou a prisão celular por alguns meses.
Um cavalheiro inglês, católico fervoroso, ao ter conhecimento do decreto, tomou a firme resolução de continuar comungando. Vendeu por isso tudo quanto não lhe era estritamente necessário, e com o dinheiro encheu muitas bolsas de couro com 400 escudos em cada uma. Toda vez que os guardas o surpreendiam comungando e o condenavam a pagar a multa, ele pegava uma daquelas bolsinhas, dirigia-se ao tribunal e a entregava aos juízes atestando publicamente que de muita boa vontade gastava aquele dinheiro contando que não perdesse a Comunhão.
O Cardeal Newman antes de converter-se foi Bispo protestante. Poucos dias antes de abjurar o protestantismo, dizia-lhe um seu amigo: — Já pensaste bem no passo que vais dar? Ignoras, por acaso, que abraçando o catolicismo perderás o teu ordenado? Olha que são 300.000,00 cruzeiros anuais.
Ao que Newman, imperturbavelmente respondeu: Que são 300.000,00 cruzeiros comparados com a comunhão?
D. — Exemplos admiráveis que deveriam fazer corar de vergonha todos aqueles que sempre acham uma desculpa para não comungar!
M. — Inclinemo-nos respeitosamente diante desses homens e procuremos imitar-lhes a constância na fé e a firmeza de caráter. E agora voltemos ao nosso assunto: a comunhão não só conserva a vida da alma, mas também a aumenta.
Na terra tudo tende a crescer e aumentar. Repare a erva, as folhas e as plantas na primavera; observe como as crianças anseiam por crescer, desenvolver-se, fazer progresso.
Em vez, muitos cristãos não pensam em crescer espiritualmente, acham que é suficiente evitar o mal e por isso chegam a dizer: "Oxalá! a morte me encontre como quando fui batizado".
D. — Padre, fazem mal esses cristãos?...
M. — Eu gostaria de perguntar-lhes: Quereríeis fisicamente permanecer sempre iguais como quando fostes batizados, isto é, ficar sempre bebezinhos?
D. — Absolutamente não — responderiam todos.
M. — Então, se ninguém deseja ficar sempre criança quanto ao corpo, tão pouco deve querer ficar sempre criança quanto a alma.
Jesus Cristo mesmo, que morreu na Cruz para nos dar a vida, quis permanecer realmente presente na SSma. Eucaristia com o fim exclusivo de aumentar em nós a vida da alma que é a graça santificante, desenvolvendo-a cada vez mais a fim de que progredíssemos na virtude.
— Vim para que tenham a vida, et abundantius habeant e a tenham todos abundantemente, isto é: robusta, plena de vigor, capaz de resistir a todas as seduções do demônio, do mundo e da carne.
Lemos na Sagrada Escritura que Deus, no Paraíso terrestre, colocara ao lado da "árvore do bem e do mal", uma outra árvore chamada "árvore da vida". Ao proibir Adão e Eva de comerem dos frutos da primeira, aconselhou-os a que comessem com frequência dos frutos da segunda, pois que tais frutos tinham a virtude de conservá-los em perpétua juventude e preservá-los de todo o mal.
Adão e Eva não deram ouvidos a esse conselho e pouco a pouco foram cedendo à tentação, ou seja, ao engano do demônio, até que desobedeceram a Deus, foram expulsos do Paraíso, condenados a morte e a todas as outras misérias que ora afligem a pobre humanidade.
Pois bem, Jesus Cristo foi também generoso e bondoso para conosco. Ciente que depois de sua paixão e morte, nós, atraídos pelo mal, facilmente cairíamos em pecado com risco, portanto de sermos condenados ao inferno, que fez Ele? Deixou-nos uma árvore de vida a fim de que comendo de seus frutos pudéssemos conservar sempre em nós a vida da graça, e assim aos poucos chegássemos a ser quase impecáveis; essa árvore maravilhosa é a Sagrada Comunhão, que recebida dignamente nos preserva do pecado.
D. — Muito obrigado, Padre; entendi tudo perfeitamente.
Quem come a Minha Carne viverá eternamente

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