DAVAM ROUPAS AOS MALTRAPILHOS
1. Morrera Santa Paula em seu mosteiro em Belém. Quando seu cadáver era conduzido pelos bispos à basílica da Natividade, irrompeu do meio da multidão um grito dilacerante. Os pobres dos arredores de Belém mostrando os vestidos com que os havia coberto a defunta, diziam com lágrimas que perdiam a sua melhor mãe e protetora.
2. Santa Francisca Romana, não obstante as riquezas e o esplendor de sua casa, não se envergonhava de ir pelas ruas de Roma guiando um burrinho carregado com feixes de lenha e um fardo de roupas para os pobres. Todos já sabiam aonde ia a Santa: a sua visita e as suas esmolas eram para os pobres dos ranchos e mansardas onde se encontravam os mais necessitados.
3. Quando o Beato Joao de Ávila era menino e começou a ir à escola, a mãe fez-lhe uma veste de veludo preto, elegante e preciosa. Um dia, quando ia à escola, encontrou-se com um menino de sua idade muito mal vestido com uma roupa rasgada. Sem vacilar um só instante Joãozinho faz uma troca com o pobre: este veste a roupa de veludo e Joãozinho a roupa rasgada do menino pobre. Quando, ao chegar em casa, a mãe lhe pediu explicação do caso, respondeu com simplicidade: “Mamãe, aquele vestido era melhor para o menino, e este para mim”.
4. S. Luís Maria G. de Montfort, durante sua vida colegial, notou que um dos colegas, de família muito necessitada, era objeto de zombarias dos companheiros por causa da pobreza de sua roupa. O Santo, cheio de compaixão, fez uma coleta entre os colegas e acrescentou do seu o que pode para socorrer o colega necessitado. A soma recolhida era insuficiente; mas, assim mesmo, S. Luís dirigiu-se ao alfaiate, expôs-lhe o caso e pediu que por caridade suprisse o que faltava. Grande coração porque havia de ser um grande santo.
5. Em Toledo, num dia de chuva, certo estudante pobre dizia a um sapateiro:
— Mestre, por caridade, faça-me um par de sapatos, porque estou quase descalço.
O sapateiro prometeu faze-lo e, quando três dias depois, o estudante foi procurá-lo, tinha o mestre cumprido a sua palavra. Depois de calçar os sapatos, como por inspiração de Deus, disse o estudante:
— Deus lhe pague, mestre; quando for arcebispo de Toledo, eu lho pagarei.
Passaram-se anos; o sapateiro continuava pobre. Um belo dia procurou-o um dos cônegos da catedral e levou-o ao palácio. O arcebispo abraçou-o com muito carinho e lembrou-lhe os sapatos que dele recebera, quando pobre estudante. Deu-lhe, depois, uma boa soma de dinheiro e prometeu proteger, toda a família. Tendo fundado um colégio para donzelas nobres, quis que as filhas do sapateiro, equiparadas as outras donzelas, fossem recebidas e educadas no referido colégio. Tal foi a gratidão do cardeal Silíceo, arcebispo de Toledo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário