12 de março de 2017

Sermão do I Domingo da Quaresma - Padre Luiz Fernando Pasquotto IBP

Sermão do I Domingo da Quaresma

Cristo foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser tentado pelo diabo.
(São Mateus 4, 1)
Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
Partindo do Evangelho de hoje, vendo Cristo ser tentado pelo demônio no deserto, nos pareceu que seria proveitoso aos fiéis uma espécie de exame sobre como trato minhas tentações, como as vejo, como me comporto nelas, aplicável a cada um por meio de um exame pessoal. A tentação de Cristo foi meramente exterior, sem que elas lhe causassem hesitações interiores, e rebelião dos afetos e sentidos contra a inteligência. Mas Cristo quis passar por essas sugestões do demônio, para nos mostrar como devemos agir em nossas tentações.
Eis aqui, então, algumas questões que devemos nos colocar a respeito de nossas tentações pessoais:
Sonhei com um estado ideal sem tentações neste mundo, constando que eu necessariamente as terei?  Considero anormal ter tentações?  Distingo bem entre tentações, por pesadas que sejam, e faltas voluntárias e involuntárias? ―  Confundo a viveza com que a imagem pecaminosa se apresenta, ou o impulso do instinto, com a voluntariedade?
Acudo humildemente à oração, pensando na minha fraqueza? ― Tenho tentações criadas por minhas imprudências?  Ao observar a tentação como tal, me disponho à luta ou vacilo muito?  Sei enfrentar a tentação agindo contra ela, o diametralmente oposto do que é apresentado na tentação?  Faço apelo aos princípios da vida eterna, aos Novíssimos (morte, juízo particular, inferno, purgatório, céu, juízo universal) para me ajudar com um santo temor?  Tenho cuidado de pedir perdão a Deus pelos consentimentos duvidosos, oferecendo alguma reparação com penitências?
Me considero praticamente impecável em matéria de castidade, desafiando perigos?   Chego até o limite do pecado mortal, sem vontade de evitar o que é leve? ―  Seleciono leituras, diversões, visitas, amizades?
Minhas obras de apostolado, meu trato com as pessoas, dão ocasião de cometer abusos? ― Quando faço perguntas sobre questões de castidade, existe pura curiosidade ou agrado sensível, sem utilidade para a alma? ― Evito olhares pouco modestos? ―  Tenho em conta o escândalo ou a má impressão que uma determinada atitude externa pode produzir nas pessoas que me vêem?
Insisto muito em temas ligados à castidade, em aulas públicas ou privadas? ― Ao tratar dessas questões, uso expressões convenientes, dignas, de modo que a pessoa saia animada a respeitar a castidade, ou ela sai com uma curiosidade mórbida satisfeita? ― Procuro me distrair nas tentações, esquecê-las, não me examinando nem muitas vezes, nem com detalhes? ― Procuro usar da luta indireta, evitando a ociosidade, não deixando a imaginação vagar sem rumo, evito as conversas atrevidas e inconvenientes, as leituras sugestivas? ― Pratico a penitência corporal? ― Acudo à oração?
Ao mesmo tempo, reduzo o problema das tentações ao sexto mandamento (questões de castidade), absorvido em exames, dúvidas, escrúpulos, análises, consultas eternas sobre a questão?  Observo as tentações de ira, preguiça, tibieza, soberba, inveja, gula, as faltas cometidas contra as ordens dos meus superiores, meus deveres de estado (pai, mãe, filho, empregado, cidadão, etc.)?  Reajo bem contra as tentações que me vêm? Tomo a iniciativa, exercitando sistematicamente as virtudes, sem esperar o momento da tentação para fazer o bem?
Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.


Nenhum comentário:

Postar um comentário