[Sermão] A Igreja Católica e a ONU (teoria do gênero)
Em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
“Mas enquanto os homens dormiam, veio o inimigo e semeou cizânia no meio do trigo, e foi-se.”
Caros Católicos, temos novamente diante
de nós as palavras de Nosso Senhor sobre a cizânia, a má semente semeada
no campo pelo inimigo do homem, pelo demônio em última instância. Uma
das grandes semeadoras de cizânia do demônio, em nossos tempos, é a ONU,
a Organização das Nações Unidas. Enquanto os homens parecem dormir,
incapazes de refletir e de distinguir entre o bem e o mal, anestesiados
pela televisão, por filmes, novelas e séries, pelas músicas ruins e pela
vida de prazeres desordenados e diversões fáceis, a cizânia vai sendo
semeada.
Essa semana, a ONU publicou as suas
observações conclusivas sobre o relatório feito pela Santa Sé referente à
aplicação da Convenção sobre os direitos da criança, a pretexto também
dos escândalos gravíssimos de pedofilia que assolaram os membros do
clero. Nesse documento, a ONU se opõe frontalmente à Igreja e pretende
dizer à Igreja o que a Igreja deve fazer. A ONU pede que a Igreja altere
sua posição sobre o homossexualismo. A ONU pede para que a Igreja
reveja sua posição sobre o aborto. A ONU se mostra “seriamente
preocupada” com a posição e a prática da Santa Sé no que diz respeito à
contracepção e à educação social. A ONU urge a Santa Sé a evitar tudo o
que possa diferenciar meninos e meninas. A ONU urge a Santa Sé a tomar
medidas para que os livros escolares católicos – ainda existem? – não
contenham nenhum tipo de estereótipo quanto ao gênero. Todas essas
coisas são gravemente opostas à nossa natureza e a Deus. O aborto é o
homicídio do inocente, o homossexualismo é pecado que clama aos céus por
vingança, usando a faculdade reprodutiva de maneira em que a reprodução
é impossível. A contracepção separa aquilo que Deu juntou
necessariamente em nossa natureza: a procriação e a união dos corpos.
Não diferenciar meninos e meninas, não formar estereótipos… isso é
exatamente o que propõe a teoria do gênero, que a ONU e tantos outros
organismos e governos se esforçam para impor no mundo, nas escolas de
nossas crianças.
A teoria do gênero afirma que a
sexualidade não tem nenhum condicionamento biológico e que cada um tem
completa autonomia para determinar em que consiste a feminilidade e a
masculinidade e cada um tem também absoluta autonomia para escolher o
que gostaria de ser. Assim, ser biologicamente homem ou biologicamente
mulher não teria a menor influência, pois cada um pode construir o
próprio papel social (masculino, feminino, transgênero, andrógino e
qualquer outra coisa), independentemente da biologia. Isso é uma grande
abominação!
A teoria do gênero nada mais é do que uma
absurda ideologia. Ideologia é aquilo que provém das ideias dos homens,
mas sem fundamento nenhum na realidade, na natureza das coisas. Uma
ideologia é sempre irracional e sempre procura se impor pela força, por
meios enganadores, e por um grande esforço de propaganda, já que
naturalmente as pessoas tendem a recusá-la, visto que não condiz com a
realidade. É exatamente o que vemos com a ideologia do gênero: imposição
pela força, por manifestações violentas e por ameaças, utilização de
meios enganadores, por vocabulário que nos engana, e massiva propaganda
nos meios de comunicação, e pelo governo. É evidente que a ideologia do
gênero é um absurdo completo e negação ridícula da realidade. Nega-se a
biologia, a anatomia, negam-se as diferenças psicológicas, nega-se a
evidente complementaridade que existe entre um homem e uma mulher,
complementaridade necessária para a preservação da espécie e para o
correto desenvolvimento de todo ser humano. Nega-se a necessidade de um
pai e de uma mãe para o bom desenvolvimento da criança. Negação mais
absurda da realidade não pode existir. Não é a sociedade nem a pessoa
que constroem a diferença entre homem e mulher, mas a realidade das
coisas, a natureza das coisas tais como criadas por Deus. A ideologia do
gênero é uma construção mental sem fundamento nenhum na realidade, que
pretende fazer do ser humano Deus, como se o ser humano fosse
onipotente, para poder estabelecer a natureza das coisas ou a sua
própria natureza. A ideologia do gênero serve para igualar absolutamente
e em todos os aspectos o homem e a mulher, destruindo, assim, a
família, destruindo a sociedade, destruindo a Igreja Católica. Pretendem
destruir a Igreja Católica não a atacando fisicamente, por enquanto ao
menos, mas querendo trazer a Igreja e seus membros para o seu lado, para
que a Igreja propague essa abominação. Sabemos, todavia, que, sobre a
Igreja, as portas do inferno não prevalecerão. Ela não mudará sua
doutrina perene.
A teoria do gênero, ou melhor, a
ideologia do gênero parece ser o último passo para a destruição total da
família, formada por um só homem e uma só mulher, unidos por vínculo
indissolúvel e exclusivo, e pelos filhos. A ideologia do gênero é o
último passo de uma revolta contra Deus que começou com a possibilidade
de separação dos cônjuges sem justa causa, que depois avançou com o
divórcio, passando para a contracepção, para o aborto, para as
eufemisticamente chamadas uniões de fato, para as uniões homossexuais… A
teoria do gênero é o último passo nessa lógica de destruição total da
base da sociedade e da Igreja, que é a família. A ideologia do gênero é o
último passo para a construção de uma nova ordem mundial, de uma nova
religião universal, da qual a ONU é uma das principais difusoras, junto
com fundações poderosíssimas e com governos, tribunais e poderes
legislativos. E essa religião universal é verdadeiramente a religião do
anticristo. Não digo que o anticristo esteja próximo ou que esteja
próximo o fim do mundo. Não podemos saber. Digo que essa nova religião
que nos é imposta pela ONU, pelos governos, por tribunais, legisladores,
por ONGs e por Fundações bilionárias, se opõe frontalmente aos
princípios e à salvação que nos foram dados por Cristos, princípios e
salvação que elevam a nossa natureza, que nos conduzem a Deus, que nos
conduzem à verdadeira felicidade. A nova religião, a religião do homem
que pretende tomar o lugar de Deus, ignorando a natureza e a realidade
das coisas, nos levará de abismo em abismo, de tragédia em tragédia. Sem
a realidade, sem Deus, o homem é capaz de tudo, das piores abominações,
consigo mesmo e com o próximo. É impressionante o número de suicídios, o
número de pessoas deprimidas, o número dos crimes mais bárbaros e cada
vez mais crescentes. Tudo isso porque o homem tolo diz: Deus não existe,
ou se comporta como se Ele não existisse. Como nos diz a Sagrada
Escritura: dixit insipiens in corde suo non est Deus. Disse o
tolo em seu coração: Deus não existe. A nós, cabe fazermos a nossa
parte, com famílias numerosas, com a boa educação dos filhos, com muita
oração, com penitências, com a perseverança no bem, apesar de toda a
perseguição que sofremos. A nós cabe desejar e fazer o verdadeiro bem
para os que nos fazem mal: devemos desejar a conversão deles e agir para
isso.
Chegamos, assim, ao ponto em que a ONU,
Organização das Nações Unidas, pretende dar diretivas à Santa Igreja
Católica Apostólica Romana. Essa assembleia de homens pretende ditar à
Igreja o que ela deve fazer. Ela pretende condenar a doutrina da Igreja.
Ela ousa pedir que a Igreja mude a sua doutrina. Essa assembleia de
homens comporta-se como o sinédrio, a assembleia de homens que condenou
Nosso Senhor Jesus Cristo. De um lado, temos a ONU, organismo humano,
fundado no pós-segunda guerra para instaurar uma nova ordem mundial, uma
nova e, claro, falsa religião universal fundada no homem. Do outro
lado, a Igreja, sociedade humana e divina, instituída por Nosso Senhor
Jesus Cristo, fundada no sacrifício do Homem-Deus na cruz, sociedade
voltada inteiramente para a Santíssima Trindade, sociedade que possui
promessas de vida eterna, sociedade que não pode perecer. Existe um
único caminho para a verdadeira civilização, que deve ser uma
civilização que conduz à verdade absoluta e à virtude, e só há um
caminho para a verdadeira paz: esse caminho é a Igreja Católica, esse
caminho é o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre as almas e sobre
as nações. Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.
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