19 de fevereiro de 2014

O Diabo, Lutero e o Protestantismo - Pe. Júlio Maria - Capítulo 15

CAPÍTULO XV

O PROTESTANTISMO
Poderia terminar o estudo sobre a origem histórica e moral do protestantismo.
Vimos a sua origem tristemente célebre pela imoralidade e o ódio, conhecemos também como a revolta por Lutero se propagou através do mundo, continuando em toda parte a sua obra destruidora.
Convém terminar este trabalho, lançando um olhar penetrante e crítico sobre a obra de Lutero, considerada como seita religiosa.
Esta vista, abraçando no conjunto as causas e os efeitos, os homens e as doutrinas, nos fará compreender que: O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO são bem uma trindade inseparável, constitutiva de uma só obra.
O diabo inspirou Lutero, e este ao protestantismo.
O protestantismo é ligado a Lutero e, por ele, é ligado ao demônio. É uma obra demoníaca, como o leitor poderá ver nas páginas precedentes.
Consideremos um instante esta obra como tal, apoiando-nos sobre os próprios autores protestantes, insuspeitos de conivência com os católicos, para rebaixarem a seita que eles mesmos professa, mas da qual se envergonham.

1. JULGADO POR SI MESMOS
Apenas dado o sinal e o exemplo da revolta contra a Igreja, por Lutero, eis que cinqüenta comparsas invejosos de seus resultados se atiram na mesma senda.
Não é a saúde que é contagiosa, é a moléstia, e, sobretudo, a epidemia da revolta.
Eis esses homens, os mais pervertidos entre os humanos, - pois é sempre dos fundos que surge a revolta, - eis os chefes da libertinagem, da devassidão e da mentira, a se proclamarem, para ocultar seus vícios, os novos apóstolos de um DEUS DE PAZ E DE UNIÃO.
Em vez de pacificarem os povos e de darem o exemplo da união, insultam-se uns aos outros, injuriam-se, ameaçam-se e se brindam com palavras mau torpes e com as mais infames acusações. Chamam sobre a cabeça uns dos outros, todas as excomunhões das leis e todas as vinganças do céu.
Os próprios discípulos de Lutero denominaram-no: “novo Papa, novo Anticristo” e o pai retribui-lhes graciosamente semelhantes títulos, apodando Zwínglio de falso profeta, barqueiro, porco, herege.
E este último respondeu-lhe: “Tão certo como Deus é Deus, não lha dúvida que Lutero é o diabo”.
Calvino diz que Bucero, também discípulo de Lutero, se comprazia nas vias tortuosas e escuras, e que Ossiandro era um homem de conversação licenciosa e de moral infame.
Melanchton acusa Carlostadt de ser um brutal e um ignorante, mais judeu do que cristão.
Lutero tinha razão, quando dizia de todos os seus amigos: são miseráveis, não se entendem entre si, e Deus, para ensino nosso, deixa que se mordam, se despedacem e de devorem uns aos outros”.
Mais uma vez: eis o mestre e seus primeiros discípulos que devem reformar os abusos da Igreja Católica e nela introduzir a união, a concórdia, a paz, o verdadeiro espírito do Cristo.
Oh! Dizei a verdade, protestantes sinceros: será isso possível?
Pode Deus servir-se do lodo para aformosear e purificar a verdade: Pode querer extirpar abusos com grosserias, imoralidades, insultos e provocações orgulhosas?
Entretanto, tudo o que acabo de dizer é historicamente provado.
Para maior certeza, não cito autores católicos, mas unicamente protestantes.
Onde estará a verdade?
Será com o Papa que, calmo e piedoso, permanece no trono de Pedro acima das ondulações, das paixões, dos interesses, ou com Lutero, a personificação das paixões mais baixas, das torpezas mais ignóbeis e das ambições mais vergonhosas...
Ficar no incerto, no vago, é impossível, É preciso escolher! Ou Pedro ou Lutero... ou Jesus ou Barrabás!
Basta isto para ajuizarmos com segurança do valor de todos esses pseudo reformadores, com dados fornecidos pelo próprios chefes da grei.
E, no entanto, esses homens, tais como acabamos de representá-los, tiveram naquele tempo um êxito imenso... Qual a causa deste resultado?
Deixemos que nos respondas um historiador protestante de renome, o Sr. Monod (Revue Historique l. 49. 1892).
“A reforma, diz ele, foi um movimento destruidor do Cristianismo positivo e do princípio de autoridade em matéria de fé.
Ela não passa de uma série e de uma coleção de formas religiosas do livre pensamento”.
Quanto, porém, aos motivos determinantes da reforma, é o próprio Calvino que escreve: “Ente cem evangélicos, apenas se achará um que se tenha feito evangélicos por outro motivo que não seja o de poder entregar-se com maior liberdade a toda a sorte de voluptuosidades e incontinências” (Com. In II Ep. P. 63).
E Frederico, o Grande, assim se exprime nas suas Memórias de Brandenburgo“Quando se reduzirem a princípios simples as causas do progresso da reforma, ver-se-á que na Alemanha foi a OBRA DA AMBIÇÃO E DO INTERESSE; na Inglaterra, a OBRA DO AMOR; e na França, a OBRA DA NOVIDADE”.
Falando da Inglaterra, eis o que diz um outro historiador protestante: "Para guardar o devido respeito ao meus país, eu desejaria não falar dos úteis motivos que produziram a REFORMA: todos, porém, sabem que o motivo dói a paixão ilegítima de Henrique VIII por Ana Bolena”.
E é sempre assim: A passagem de um membro da Igreja Católica para uma seita é, às mais das vezes pelo caminho do vício ou da ignorância.
Pelo contrário, a do membro de uma seita para a Igreja É SEMPRE PELO CAMINHO DO ESTUDO E DA VIRTUDE.
Eis, queridos protestantes, bem provado pelo bom senso e pela história, que Lutero não é um REFORMADOR mas um DEFORMADOR, um revoltoso.
Não passa de um vulgar socialista ou comunista moderno, dando à sua rebelião uma capa religiosa, que só serve para melhor enganar os incautos.
Lutero é um frade apóstata, minado pelo orgulho e pela libertinagem.
Abriu a porta da dissolução numa época favorável,quando existiam uns abusos particulares, que serviram de pretexto à revolta.
O apóstata arrancou do seio da Igreja Católica nações inteiras, para lançá-las nos escarcéus da discórdia, da agitação e do desespero... mas a Igreja de Pedro continuou sua marcha triunfante através dos séculos, produzindo milhares e milhares de SANTOS, enquanto a igreja DEFORMADA, não soube ao menos produzir uma simples irmã de caridade.
Lembrem-se disso os protestantes de boa fé, e volvam os olhos para o farol da verdade, edificado sobre a pedra fundamental que é Jesus Cristo.
E esta pedra nunca precisou, nem nunca precisará de reforma, porque é divina.
Tu es Petrus. Tu és Pedro, ou pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Notai bem: MINHA e não a de Lutero.

2. A SENTENÇA DE MORTE
O protestantismo nasceu AMORTALHADO... mais que isso:encaixotado como num ataúde.
À primeira vista parece paradoxal tal asserção, porém, refletindo-se bem, ver-se-á logo que é rigorosamente certa.
O protestantismo nunca teve, nem pode ter vida real, pelo motivo muito simples de que ele é uma negação; e esta é necessariamente uma falta, privação, ausência de qualquer coisa; e isto não pode subsistir em si; só existe como acidente, em outro objeto subsistente.
Que é, pois, um protestante?
É um mau cristão, um apóstata da verdade, um renegado da fé seguida pelos seus pais, insurgindo-se contra o ensino e a autoridade da Igreja e da tradição universal.
O protestante, quando muito, pode ser considerado como mau cristão, como cristão negador da autoridade que forma a base do cristianismo.
Mas o protestantismo não existe; existe, sim, o protestante, o indivíduo apenas.
Não há moléstias, diz a ciência, só há doentes, porque sendo a moléstia a privação da saúde, torna-se a negação de uma coisa existente: e a NEGAÇÃO não existe.
Assim, o protestantismo, que é a privação da obediência à autoridade da Igreja, torna-se uma negação e tal fato não se sustenta por si; somente pode existir num cristão que deixou de ser bom, como o enfermo pela moléstia deixa de ser homem sadio.
Este vício da revolta nasceu na pessoa de Lutero. E foi por ele transmitido ao século, como foram transmitidos os vícios da bebida, do jogo, da cocaína, etc.
Os maus cristãos, cegos pela ambição ou licenciosidade, para tranqüilizarem a consciência, ou melhor, como disse Calvino, PARA PODEREM ENTREGAR-SE COM MAIOR LIBERDADE A TODA SORTE DE VOLUPTUOSIDADE E INCONTINÊNCIAS (Com. In II Ep. P.63), lançaram contra Cristo e a sua Igreja o brado de revolta, de insubordinação, constituindo-se em seita de PROTESTANTES.
Tal seita congregou em redor de seu estandarte todos aqueles que se sentiram desejosos de libertar-se do jugo moralizador da lei do Cristo e da Igreja.
Mas a revolta é um turbilhão que passa, por si também não pode existir, mas se apóia nas paixões desenfreadas dos homens.
Eis porque digo que o protestantismo nasceu AMORTALHADO. Nunca chegou a formular um Credo religioso.
Nunca os protestantes souberam com exatidão o que precisam crer ou rejeitar. Quando uma das MIL SEITAS diz “creio” – uma outra responde logo: nego. Quando esta fala: “está errado”, aquela contesta prontamente: “é a verdade”.
Não se pode nem formular a crença, nem os erros protestantes. É pior que a Torre de Babel: é uma BALBÚRDIA indecifrável.
Em regra geral pode-se dizer que o erro fundamental é a negação de toda a autoridade, fixando o sentido da Sagrada Escritura, e a negação de tudo o que ensina a tradição.
Isto teoricamente.
Praticamente, cada vendedor de Bíblias, ontem padeiro, sapateiro ou negociante de feijão e charque, pretende fixar a explicar o sentido da Bíblia e substituir a tradição pelas suas próprias idéias.
Negam... e afirmam; rejeitam a autoridade, e se constituem autoridades.
BIBEL... BABEL diria o alemão. A Bíblia é uma verdadeira Torre de Babel. Em tais condições, como foi que o protestantismo se espalhou, pelo mundo, conquistando adeptos e sequazes?
Convém notar bem o fato.
Não foi o protestantismo, que se espalhou; foi o vício, a revolta, o espírito vesgo de independência; e esta revolta se rotulou de “protestantismo”, como a loucura moderna se denomina “espiritismo”.
O vício foi de todas as épocas. Ele é o micróbio, o parasita da natureza humana decaída... mas vício é vício; o termo soa mal aos ouvidos.
Vêm os REFORMADORES ou DEFORMADORES, que lhe colam um rótulo mais atraente.
A revolta chamar-se-á PROTESTANTISMO, a loucura terá o nome de ESPIRITISMO, o ódio à Igreja receberá o nome de MAÇONARIA e a barbárie denominar-se-á COMUNISMO.
É como para certos indivíduos, que confundem fineza com grosseria, bondade e fraqueza, piedade e beatice ou carolice, modéstia e acanhamento; assim para certa gente impudor é moda, indecência é educação e namoro é passatempo.
Ai do pobre dicionário; porém a culpa não é dele.
É o vício que procura trajar o vestido da virtude ou pelo menos disfarçar sua hediondez.
Tal é o protestantismo.
Pois bem, o vício não existe; o que existe é o homem viciado.
O protestantismo também não existe; é o homem revoltoso que existe, e tal homem nasceu amortalhado, encaixotado no lúgubre esquife, prestes a ser levado ao cemitério para a sepultura.
Se não o foi logo, é porque o vício lançou raízes fundas no coração e na alma, e estes vícios foram alimentando a hidra protestante, que enfim está no estertor da agonia.
O protestantismo de hoje não passa de prolongado enterro!

3. UM MORTO AINDA VIVO
Nos parágrafos precedentes tenho atirado ao protestantismo acusações gravíssimas e adiantada afirmações super gravíssimas.
É preciso prová-las.
Provemo-las e tiremos as conclusões das premissas enunciadas, pois não quero que os “amigos” da Bíblia me acusem de caluniador.
O protestantismo não é uma doutrina POSITIVA; não ensina nada de novo do lado bom que a Igreja Católica já não tenha ensinado.
É uma doutrina NEGATIVA, negando uma parte da verdade e rejeitando o que não concorda com suas paixões e seus caprichos.
É um PARASITA na árvore da Igrej; é um inseto roedor dos seus frutos.
Um parasita não vive por si, sustenta-se da vida dos outros.
Os parasitas do corpo humano só vivem, enquanto o sangue circula; o parasita das plantas só vive, enquanto a seiva as alimenta.
O protestantismo é o parasita da Igreja Católica; procura alimentar-se do sangue dos fiéis da Igreja do Cristo.
Felizmente o jardineiro, que é o Papa, viu o parasita e arrancou-o da árvore, lançando-o por terra, onde agora procura viver da poeira que lhe traz o vento e o húmus lançado pelas tempestades das paixões humanas.
É um eterno moribundo... é um MORTO VIVO.
Para poder viver, o protestantismo, desde o berço até o túmulo, para onde está baixando hoje, ciente de ser um parasita, enxertou-se nas coroas dos reis e dos Príncipes, para delas tirar a vida e a existência.
Este é um fato histórico.
Na Alemanha identificou-se com o império. O Kaiser alemão era o Papa dos luteranos.
Na Inglaterra, desde Henrique VIII até hoje, o rei da Inglaterra é o Papa dos anglicanos.
Enquanto estas cabeças coroadas deixam o protestantismo chupar-lhes o sangue, e o protegem, a seita parece viver ainda; desde, porém que arranquem o parasita, este morrerá, secará, pulverizar-se-á ou se transformará em podridão.
Num momento que se erigiu em Worms, na Alemanha, em honra de Lutero, lêem-se as seguintes palavras, com que os mesmos protestantes, sem o quererem, condenaram a obra do seu corifeu.
“Se foi obra de Deus: permanecerá”!
“Se foi obra humana, perecerá”!
Que ficou da obra de Lutero?
Nada, ou melhor, os escombros.
O protestantismo já não existe, dizem os protestantes.
O sábio teólogo, Dr. Krogh Tonning assim se exprime: “Há um fato, cuja realidade evidente só pode escapar a espíritos obcecados. Este fato é que atualmente a igreja protestante se encaminha fatal e progressivamente para a sua completa destruição. Basta estudar o que se passa no seio desta igrejola para reconhecer a assinatura do tempo, nesta palavra sinistra sem equívoco; DETRUIÇÃO”
E não são vozes isoladas de pessimistas que assim falam. Um membro do Reichstag alemão, em um dos últimos debates religiosas, fazia a mesma triste confissão:
“Não se poderia mais achar a igreja luterana em toda a Alemanha, ainda que, para achá-la, em pleno dia se tivesse na mão a lanterna de Diógenes”.
O Sr. Dammann, pastor de Essen, lança o seu grito angustiado: “Se este progresso dissolvente das crenças continuar, daqui a pouco soará a derradeira hora da nossa igreja”.
O Dr. Lemme, afamado professor protestante, por sua vez diz: “O protestantismo moderno, destruindo fundamentalmente todos os dogmas, já não tem nenhum traço de união com o cristianismo evangélico”.
Na Alemanha, na Suiça, em todos os países protestantes, escreve ainda o Dr. Krogh Tonning, verifica-se a triste palavra do Dr. Zahn: TUDO SE DISSOLVE, A IGREJA HISTÓRICA DA REFORMA JÁ NÃO EXISTE, VAMOS DIREITO AO PAGANISMO.
Ainda bem que não sou eu quem o diz, e sim os mestres protestantes.
O protestantismo é um cadáver, apodrecido pelo próprio vício que o arrancou do seio da Igreja.
É um cadáver vivendo na pessoa daqueles que o carregam aos ombros.
Como seita, está morto o protestantismo: só vive como vício, pelo espírito de revolta e de ódio à Igreja Católica.
Os próprios protestantes sentem isso tão bem que as suas pregações consistem em atacar, caluniar a Igreja Católica e repetir velhas objeções mil vezes pulverizadas.
Quanto à exposição doutrinal e ao desenvolvimento de uma lição de moral prática, nisto não pensam; nem sequer lhes vem a idéia. E se esta lhes acode, não sabem o que escolher na BALBÚRDIA de duas contradições.
Prova clara de que o protestantismo está bem morto; existe apenas de NOME. E este rótulo serve de disfarce para encobrir a ignorância e a indiferença religiosa, para não dizer o que é aplicável a certos indivíduos; os seus vícios, os seus interesses sórdidos ou seu orgulho.
Todos esses vícios, feios demais para se apresentarem de cara limpa, revestem-se da máscara protestante que, apesar de não valer mais que o original, possui ao menos um título de apresentação conhecido.
Pobres protestantes... o tal protestantismo não passa de um cadáver em putrefação que carregais sobre os ombros., Sois vós que viveis, vós e vossa ignorância ou indiferença religiosa, que procurais encobrir sob os farrapos e os destroços do protestantismo.
Sois filhos de católicos, talvez fostes católicos, deixando-vos então iludir por qualquer pregador americano remunerado, ou qualquer desmoralizado na própria pátria, à procura de fama e de ouro em terras distantes.
O amor à novidade sempre conquista algum adepto, e o DÓLAR faz o resto, no espírito daqueles que consideram a religião como uma espécie de credo político.
Amigo, carregai por lá o cadáver protestante; aqui no Brasil o sol é luminoso demais para esconder o fantoche luterano.

4. SIMULACRO DE RELIGIÃO
Provei já uma parfte de minhas asserções; vamos ao restante.
Peço notar que nunca me sirvo de provas apresentadas por autores católicos.
Tais autores falam a nós católicos, não se dirigem aos protestantes; cito, pois, aqueles que falam aos protestantes: autoridades e sábios protestantes; quisera citar SANTOS PROTESTANTES, como os Romanos citam santos romanos; infelizmente, o protestantismo, como disse Erasmo, nunca chegou nem a fazer um homem honesto e sequer a curar um cavalo coxo.
Seus santos são Lutero, Calvino & Cia.; a obra de Lutero foi toda de destruição, sem nada edificar.
O vão simulacro de religião, que estabeleceu, só serviu de pretexto a todas as loucuras humanas.
"Os costumes que vim reformar, diz ele, ficaram mais corrompidos. O mundo piora dia a dia, e fica mais malvado"
"Os homens estão hoje mais açulados à vingança, mais avarentos, mais faltos de misericórdia, menos modestos e mais incorrigíveis e maus que no papismo".
Pobre reformador! Foi obrigado a dar esta certidão ao papado, e a reconhecer que, em vez de reformar, deformou a humanidade.
"Coisa assombrosa, escreve ele ainda, quanto é escandaloso ver-se que, depois que a reforma entrou, o mundo vai diariamente de mal a pior"
Pobre Lutero, como não devia morder os lábios! E ele continua: “Os nobres e os rústicos chegam a dizer que não precisam de pregação e que não pagam um vintém por todos os nossos sermões juntos... Vivem como crêem: são e ficam porcos e morrem como verdadeiros suínos"
"Há ainda chaga mais deplorável: “Os pastores, sim:os próprios pastores que sobrem ao púlpito, são hoje os mais vergonhosos exemplos da perversidade e de outros vícios.
Daí os seus sermões não terem mais crédito, nem mais autoridade que as fábulas recitadas por um histrião.
E esses srs. ousam queixarem-se de que os desprezam e os apontam a dedo, para ridicularizá-los.
Por mim, admiro-me da paciência do povo e não sei porque as crianças e o povo não o cobrem de lama!”
E dizer que estes dignos pastores que hoje valem um pouco menos do que no tempo de Calvino e Lutero, tenham o topete de gritar contras os abusos do clero católico!
MEDICE, CURA TEIPSUM (Médico, cura-te a ti mesmo). É bom que tais médicos se curem a si mesmos, porque estão mortalmente enfermos.
Eis o que era o protestantismo e o pastor protestante no fervor da reforma... Eis os modelos, os apóstolos do protestantismo.
Conclusão: O protestantismo, em vez de melhorar a situação, perverteu os homens e semeou, de mão cheia, e revolta e a corrupção.
Já que os próprios fundadores do protestantismo confessam isso, resta-me apenas provar que a obra de Lutero conserva ainda o seu nome por puro hábito, por força da rotina; o protestantismo NÃO EXISTE MAIS HÁ MUITO TEMPO.
Vamos de novo procurar as provas nas palavras dos chefes da reforma.
Eis o que se lê no memorial dos calvinistas de França, publicado em 1775: " Estamos hoje bem distanciados do caminho que nos abriaram os nossos maiores no começo do século XVI. Poucos discípulos seguem entre nós Calvino e Lutero; nosso partido, picado em mil partidos diferentes, não é reconhecível em parte alguma; os nossos próprios filhos são nossos adversários... "; não sabemos de quem somos nem debaixo de que bandeira marchamos. Hoje, indiferentes, amanhã cristãos, somos ora pela religião natural, ora pelo revelada... os nossos próprios ministros são abalados em suas crenças".
É bastante significativa uma confissão tal, feita por um grupo de sumidades protestantes.
Eis o que é mais expressivo e mais positivo ainda. É o jurisconsulto prussiano, M. Schmaltz, que resume tudo o que acabamos de ouvir e de dizer.
"À força de reformar e de protestar, diz ele, o protestantismo reduziu-se A UMA LINHA DE ZEROS, ANTES DOS QUAIS NÃO HÁ ALGARISMOS".
"Eu me encarrego, diz outro ministro protestante M. Harens, de escrever, na unha do meu polegar, todas as doutrinas unanimemente admitidas entre nós".
Podiam multiplicar-se tais citações ao infinito, mas é o bastante para provar a nossa tese: o protestantismo não existe mais; existe apenas um simulacro de religião, uma espécie de capa, debaixo da qual se abrigam a ignorância, a indiferença, o ateísmo e todos os vícios.
Não há mais do que isso.
De fato, o que acabamos de ver, não são suposições, ou acusações partidas dos católicos, são queixas e confissões feitas pelos altos luzeiros do protestantismo.
Os católicos, de certo, não falam de outro modo, nem podem falar diferentemente, pois os fatos são públicos, universais, históricos, de modo que qualquer homem instruído os conhece e confirma estas alegações.
Eis o que dizem os escritores católicos:
"A igreja protestante da Alemanha, diz M. Rose, advogado na universidade de Cambridge, NÃO PASSA HOJE DA SOMBRA DE UM NOME"
"As quimeras e sonhos que esses ousados renovadores pretenderam fazer passar por verdades, diz de Heronveller, foram mudadas, interpretadas, modificadas hoje ao sabor das paixões humanas e não existem mais senão como monumentos históricos.
Os propagandistas protestantes conhecem muito bem a morte de sua seita, mas, ricamente pagos para venderem Bíblias e recolher assinaturas de aderentes, procuram enganar os ignorantes, os
pobres, os pequenos e até os desequilibrados, para poderem transmitir ao centro da propaganda biblista a lista de suas conquistas.
Peço-vos, queridos amigos, que não vis deixeis iludir; repeli com altivez os fariseus que vos oferecem os trinta dinheiros pelo Cristo, isto é, pela vossa fé e vossa alma”

5. A MIXÓRDIA PROTESTANTE
A UNIDADE é a marca característica da verdadeira RELIGIÃO, porque a verdade é UMA, e a religião sendo como é, a relação existente entre Deus e a criatura, deve necessariamente ser UMA, como deve ser UMA a Igreja que essa religião representa.
“A unidade, diz Santo Agostinho, é a marca de tudo que é belo, grande e divino”.
“Fomos batizados, diz São Paulo, para formarmos um só corpo e termos um só e mesmo espírito...
Não deve haver divisões no corpo.
Há somente um SENHOR, uma FÉ, um BATISMO. Há somente um Deus, Pai de todos, que está cima de todos” (I Cor 12, 13 – Efésios 4,3).
A Igreja é Jesus Cristo prolongado, através dos tempos.
Pois bem, o Cristo é sempre o mesmo; não muda, nem em sua PESSOA, nem em sua DOUTRINA.
O que revela, à primeira vista, a divindade da Igreja Católica é a sua unidade.
No mundo inteiro, em todos os países, climas e povos, o ensino católico é uniforme. O PAI NOSSO, que recitamos no Brasil, é recitado na Europa. O CREDO, cantado pelos católicos na América, é cantado na Europa, na Ásia, na África, na Oceania. O que o europeu católico crê e professa, o índio, o chinês, o africano e o mongol, católicos, crêem e professam, sem diferença de uma vírgula.
A Igreja Católica é UMA, porque é a VERDADE.
O protestantismo, ao contrário, divide-se em tantas seitas quantos aderentes conta... E, sem entrar em pormenores, pode-se afirmar; cada país tem um protestantismo particular.
Cada Estado protestante possui a sua seita...
Que digo! Cada cidade, cada rua, cada casa... apresenta alguma especialidade.
NÃO HÁ PROTESTANTISMO, COMO RELIGIÃO, só há protestantes.
E esta divisão sem fim é prova clara e insofismável de sua origem humana, de seus erros e deu sua falsidade.
* * *
Devemos resumir um assunto que daria para escreve volumes.
Pergunto a qualquer homem de BOM SENSO: é possível ser a verdade dividida em milhares de partes, de modo que uma parte contradiga a outra, esta combata aquela, e a primeira seja o contrário da segunda?...
Todos há de responder ser isto impossível: o que é BRANCO é branco e não pode ser PRETO ao mesmo tempo.
Se no Brasil os matemáticos ensinassem que 2 e 2 fazem 5, na Europa que 2 e 2 fazem 3, e na China que fazem 6, todos gritariam com razão que a aritmética é uma palhaçada, que está errada, falsa, ou melhor, que não existe.
Pois bem, é o que o protestantismo está fazendo; e isso não somente em três ou quatro contradições, mas em milhares e milhares de incoerências.
Cada seita, cada ramos do protestantismo está em desacordo com os demais.
Um jornal protestante, inglês, há mais de 30 anos, dizia: “Não se pode enunciar, sem corar de vergonha, nem ao menos a metade das seitas que, na Inglaterra, disputam à igreja episcopal o governo das almas!” (Monthley Review).
Digam-me, será possível que a VERDADE, uma e indivisível, seja assim tão multíplice, ao ponto de haver tantas verdades quantas cabeças?
E notem que cada uma destas seitas diz ter a VERDADE, a ÚNICA verdade... toda a verdade!
Verdadeiramente, ou esta gente se diverte impudentemente com a verdade, ou não a conhece!
A última opinião é a mais provável: não a conhece.
É uma mixórdia, uma confusão completa... prova de que o protestantismo não existe, mas apenas existem protestantes...
Nenhuma unidade, nenhum fundamento. A hidra luterana tem milhares de cabeças.
Todas essas seitas aceitam o Evangelho com regra suficiente e, todavia, formulam SÍMBOLOS e impõem DOGMAS.
Filhas do mesmo pai que renegaram, amaldiçoam-se, perseguem-se entre si, chamam-se reciprocamente de heréticas, fecham-se umas às outras as portas do céu.
Se as interrogais, separadamente, encontrareis na realidade um Evangelho, mas não crentes; uma revelação, jamais, porém, cristãos.
Os Luteranos amaldiçoam os anglicanos; os calvinistas excomungam os metodizaras; os chorões soluçam de raiva contra os tremedores; enquanto estes pulam irados contra os saltadores, os pentecostistas mandam para o reino dos urubus os presbiterianos; os puritanos ameaçam engolir vivos ou mortos os batistas...
E tudo isso em virtude da mansidão evangélica e por se dizerem CRENTES EM JESUS.
Tal coisa é palhaçada mixórdia, não é nada sério.

6. A MORAL PROTESTANTE
Que afirmei da destruição que caracteriza o protestantismo leva-me necessariamente a falar de sua moral (se pode haver moral numa seita que só se ocupa em negar e destruir).
O dogma e a moral, a doutrina e a vida, os princípios e a sua aplicação são inseparavelmente unidos na prática.
O protestantismo abalou, pode-se dizer mais: rejeitou a parte dogmática, a doutrina, os princípios da religião de Jesus Cristo; deve necessariamente rejeitar a moral, a vida cristã, a prática da virtude que neles têm sua base, suas raízes e sua regra.
E de fato assim é; assim foi desde os tempos do pai dos protestantes, Lutero, e de seus companheiros.
Estou quase com receio de acumular novas acusações contra a pobre torre de Babel. Será melhor procurar nos autores protestantes passagens que provêm ser o protestantismo eminentemente imoral, imoralíssimo, uma escola de imoralidade.
A acusação é grave.
Vejamos as provas!
* * *
Lutero pôs como princípio de sua doutrina: A FÉ SÓ, SEM AS OBRAS, JUSTIFICA O HOMEM.
Eis o que Lutero escreveu a Melanchton:
“Sê pecador e peca energicamente, mas seja tua fé maior que teu pecado... Basta-nos termos conhecido o Cordeiro de Deus que apaga os pecados do mundo; o pecado não pode destruir em nós o reino de Deus, ainda que prevariquemos e matemos mil vezes por dia”
Desejam coisa mais clara e positiva no ensino protestante?
Se um homem tivesse a loucura de pregar uma tal doutrina em plena rua, a polícia mandaria o pregador, em dois tempos, para o xadrez, pois seria exaltar o homicídio a ladroeira e todos os crimes.
Eis, entretanto, o que Lutero teve a audácia de ensinar, e apresentar como REGRA DE VIDA. Por isso eles se chamam: “CRENTES EM JESUS, GRAÇAS A DEUS!”
Então será isso a lei de Jesus, que dizia: Não matarás. Não escandalizarás. Não furtarás. Não cobiçarás a mulher do próximo?!
Em quem devemos acreditar: em Deus ou em Lutero?
Estão em flagrante oposição.
* * *
Mas continuemos: o leitor tirará as conclusões.
Procuremos outros textos dos mestres protestantes.
Diz Tomás Crisp, um dos discípulos dos reformadores: “O Senhor nada tem a imputar a um eleito para o céu, ainda mesmo que este andasse mergulhado nas profundezas da impiedade, nos excessos da devassidão e cometesse todas as abominações que podem ser cometidas!”
Este é o comentário claro e cru do princípio: “Basta a fé para alguém salvar-se, de nada lhe valem as obras”
Se os protestantes não andam pela rua, de revólver em punho e faca entre os dentes para matar e roubar os detestados romanos, não é por falta de conselhos perversos de seu pai Lutero, mas – justiça se lhes faça – é porque eles valem mais do que a religião que seguem.
São honestos talvez, EMBORA SEJA PROTESTANTES, e não PORQUE são protestantes.
A conclusão é inelutável: O protestante vale mais do que o protestantismo – e digo até que um protestante, por mau e perverso que seja, não se pode tornar pior que a sua religião.
A prova está indicada acima.
Para ser bom protestante, conforme a lei da reforma, BASTA TER FÉ, podendo depois (é Lutero quem o diz) prevaricar e matal mil vezes por dia.
Quem chegará a isso?
Nenhum protestante, de certo.
Só mesmo o diabo.
E não se diga que a conclusão ultrapassa os princípios.
Eis as palavras de Lutero: “Jesus Cristo” diz o apóstata, (edição de Leipzig. Tom. XIV nº. 128) arranjou o coordenou as coisas de tal maneira que não existe pecado, além do da incredulidade”.
“A fé”, disse ele em outra ocasião, “é uma coisa tal que, onde se encontra, nenhum pecado a pode prejudicar” (Walch: Ausgabe XII 18-28).
“OS VERDADEIROS SANTOS”, diz ele, ”DEVEM SER BONS E VALOROSOS PECADORES”
Os mesmos se dizem santos, não porque estejam sem pecado, ou porque se tornem santos por suas obras; ao contrário, eles, de si, em todas as suas obras, não são mais que pecadores e réprobos (Walch: edição de Jena T. VI. 199).
Estais ouvindo, amigos protestantes?
Barrabás é um santo protestante: só fez um homicídio.
Judas é ainda um santo protestante: só vendeu o Cristo um vez.
Merecem eles uma estátua ao lado de Lutero, Calvino, Zwínglio e Henrique VIII.
Não ACUSO A PESSOAS – ACUSO A LEI PROTESTANTE. Os protestante são mil vezes melhores do que o sistema religioso que os prende... mas é pena que gente séria, que brasileiro de sangue e de fé esteja cegado pelo erro protestante, ou pelo ignorância que os levou a tais conseqüências.

7. CONCLUSÃO
Depois das considerações que precedem é tempo de perguntarmos a nós mesmos; pode haver entre os dissidentes de nosso meio ministros PROTESTANTES convictos de sua boa fé e sinceros?
Penso que não!
Pode haver ignorantes, indiferentes; mas protestantes de boa fé, é impossível haver no Brasil.
A questão da vida futura é de uma importância tal que o h9omem de bom senso não pode quedar-se indiferente em face da sua solução.
Cada um deve necessariamente ver e examinar, pelo menos, as razões de sua religião, os motivos de credibilidade ao seu alcance.
Não é dado a todos, de certo, analisar profundamente estes motivos, mas todos podem submetê-los à luz do bom senso; e este deve existir em cada homem que não esteja louco.
Todos compreendemos que Deus existe; que nossa alma existe igualmente; que Deus dirige tudo pela sua Providência; que devem, pois, existir relações entro o Criador e a Criatura; e que essas relações , que constituem a religião, devem ser ditadas por Deus e cumpridas pelos homens.
Para isso, nenhum estudo é exigido; essas noções são do domínio da lei natural, do simples bom senso.
Cada protestante devia, pelo menos, ver, indagar a origem da religião que recebeu de seus pais e da qual apostatou e notar os motivos da apostasia.
Devia conhecer o fundador da pretensa REFORMA, indagar de suas credenciais e dos resultados alcançados...
E quem faz isso entre os pobre protestantes?...
Toda a religião entre eles consiste em repetir meia dúzia de objeções, mil vezes pulverizadas, sem querer ouvir a resposta.
Se refletissem um pouco, compreenderiam que a única religião fundada por Deus é a Igreja Católica.
Logo descobririam que a pretensa reforma é uma obra humana, datando apenas do século XVI, e feita por um homem, historicamente reconhecido por PÂNDEGO, DEVASSO e inimigo da verdade.
Um tal indivíduo não somente é incapaz de reformar a religião, mas nem merece a estima e a veneração que devem premiar um reformador.
Merece, sim, a compaixão de todos.
Os protestantes o sentem tão bem, que nunca tiveram a coragem sequer de honrá-lo. Nem ao menos se sentem animados a pronunciar o seu nome.
Não, não pobres protestantes, a virtude não pode nascer do vício; a luz não pode vir das trevas, a pureza não sai da devassidão e a dignidade não se origina da revolta.
Acima da triste figura de Lutero, a bela, radiante e doce fisionomia do sucessor de Pedro, o Papa, continua a ser o que sempre foi, a imagem da união, da paz e da virtude, dirigindo, através das vicissitudes dos tempos, os destinos da Santa Igreja de Jesus Cristo, como sendo o Cristo visível no meio dos homens.
Nesta Igreja – eles o sabem muito bem, pois nasceram católicos – nesta Igreja continua a florescer a virtude e a santidade.
Cada ano são elevados às honras dos altares centenas de Santos, homens heróicos, que souberam levar até ao heroísmo a prática da virtude e da abnegação.
Citemos apenas, entre milhares de outros, a mundial Santa Teresinha de Jesus, passando o seu céu – como ela o predisse – a fazer o bem na terra, por milhares de graças e milagres, que diariamente espalha sobre a humanidade.
E o protestantismo, durante os seus 400 anos (na verdade agora, quase meio milênio) de existência, não soube produzir nenhuma alma de escol, nenhuma Irmã de Caridade, nenhum ministro casto, nenhum santo.
É a esterilidade completa!
Não soube o protestantismo produzir uma obra de caridade notável, nem ao menos uma instituição desinteressada.
Nada! Nada! Só sabe destruir, caluniar, atacar e odiar...
E será isso religião?
Será a religião do amor, da caridade, do perdão, da misericórdia, do progresso?
Não; é impossível! Nenhum homem de bom senso pode afirmar isso; menos ainda sustentá-lo e defendê-lo com sinceridade.
Não, ainda uma vez; não pode haver protestante sincero e de boa fé no meio de uma nação católica.
Pode haver ignorantes fanáticos, orgulhosos, pretensiosos, invejosos, mesquinhos, mas convictos, nunca!
Nunca, porque a convicção exige uma base, e o protestantismo não a tem.
E admitindo-se ter ele uma base, esta só pode ser a revolta, o vício, o ódio, tais como se manifestavam na pessoa de seu fundador Lutero.
E sobre tal fundamento não se pode construir a virtude.
Tudo isso é do domínio do simples bom senso.
A inteligência humana, sendo a bússola condutora do homem, deve ser respeitada, e não pode estar em contradição com a própria Bíblia, porque ambas, razão e palavras inspirada, sãs obras de Deus. E Deus não pode estar em oposição consigo mesmo.

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