4 de fevereiro de 2014

Sermão para a Festa da Purificação de Nossa Senhora – Padre Daniel Pinheiro IBP

[Sermão] Festa da Purificação de Nossa Senhora: pontos para meditação

 Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
                Caros católicos, algumas breves palavras nesse dia em que as cerimônias litúrgicas falam por si mesmas. Breves palavras para a vossa reflexão.
É interessante notar que a Festa no Rito Romano Tradicional é uma festa de Nossa Senhora, da Purificação de Nossa Senhora e não da apresentação do Menino Jesus no Templo, apresentação lembrada pela Igreja no domingo dentro da oitava do Natal. Todavia, essa festa de Nossa Senhora deve ser considerada como uma Festa de Nosso Senhor, nos dizem as normas da Igreja. E é por isso que, apesar de ser domingo, festejamos hoje a purificação de Nossa Senhora, pois a festa deve ser considerada como sendo uma festa de Nosso Senhor, e uma festa de Nosso Senhor tem precedência sobre o domingo. Esse pequeno detalhe litúrgico da festa de hoje – Festa de Nossa Senhora como se fosse festa de Nosso Senhor – nos confirma, de modo peculiar, aquilo que a Igreja sempre ensinou: onde está Maria, lá está Jesus; onde está Jesus, lá está Maria.
A Igreja coloca hoje em nossas mãos a vela acesa. Essa vela é Cristo. A cera é o corpo de NS. A mecha é sua alma. A luz é sua divindade. A vela acesa simboliza o próprio Cristo, luz que brilha nas trevas e que as trevas não apagam. Cristo é a luz do mundo, a luz que ilumina todo homem que vem ao mundo. Quantas vezes, sobretudo no Evangelho de São João, Jesus se refere a si mesmo como a luz. Ora, a luz ilumina e esquenta. Cristo é a luz que ilumina a nossa inteligência com suas palavras, com a sua Revelação e é Ele que esquenta a nossa alma pela caridade, pelas boas obras, é Ele que infunde em nossas almas o amor a Deus e ao próximo.
Dessa luz, que é Cristo, devemos, a exemplo de São João Batista, dar testemunho. Está dito de São João Batista que ele vem ao mundo para dar testemunho da luz. Ora, Cristo é a luz, que deve ser colocada em cima do candeeiro e não escondida. Devemos, portanto, carregar Cristo diante do mundo, pela nossa fé e pelas nossas boas obras. Assim diz Nosso Senhor: “que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que fazeis e louvem o vosso Pai que está nos céus.” A procissão com a vela nos lembra, então, nosso dever de ser fiel ao que Deus nos falou e nosso dever de praticar as boas obras.
A Igreja, com essa procissão, nos lembra também que devemos honrar publicamente Deus, Nosso Senhor, Nossa Senhora, os Santos. Devemos praticar publicamente a santa religião católica, única religião verdadeira. Não podemos ficar simplesmente limitados a nossas Igrejas e Capelas. Mais uma vez, devemos dar testemunho da luz. Nosso Senhor Jesus Cristo é a nossa glória.
Em outro momento muito importante de nossa vida sobrenatural a Igreja coloca uma vela em nossas mãos: no Batismo.  Nesse momento, a Igreja, no Rito Tradicional, coloca as seguintes palavras na boca do sacerdote: “Recebe esta vela acesa, conserva a graça do teu Batismo de modo irrepreensível. Observa os mandamentos de Deus para que, ao chegar o Senhor, para as núpcias, possas correr ao encontro dele, juntamente com todos os santos, na corte celeste e viver pelos séculos dos séculos.” No Batismo, renunciamos inteiramente a Satanás, às suas obras e às suas pompas e professamos a fé católica e apostólica.  No dia em que Cristo foi apresentado no Templo, a Igreja quer lembrar as promessas de nosso batismo e a consagração total feita a Deus nessa ocasião.
A liturgia de hoje também nos coloca diante dos olhos o velho Simeão e seu ardente desejo de ver o Salvador. Após tê-lo visto ele canta o Nunc Dimittis: “Agora, Senhor, podeis deixar partir o vosso servo em paz.” Também nós devemos ter o desejo ardente de ver Nosso Senhor Jesus Cristo na vida eterna, no céu, e devemos reconhecer que a única coisa que realmente nos importa é isso: conhecer, amar e servir a Deus.
Finalmente, não poderíamos deixar de mencionar que a festa de hoje não deixa de ser uma festa de Nossa Senhora das Dores, pois é durante a purificação de Maria e a apresentação do Menino Jesus que Simeão diz que uma espada transpassará a alma de Nossa Senhora. E desde esse instante, as dores de Nossa Senhora, em vista da paixão e morte de Cristo, em vista também de nossos pecados, aumentam muitíssimo. Nosso apostolado foi consagrado a Nossa Senhora das Dores, no dia de sua festa, 15 de setembro. Rezemos, então, para que ela dirija sempre nosso apostolado ao seu Filho, nos consolando em nossas cruzes. Rezemos para Nossa Senhora para que nosso apostolado seja frutífero e eficaz com anossa conversão inteira e completa a Deus.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

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