13 de março de 2010

SANTA MISSA EXPLICADA - PARTE 10 (FINAL)

A MISSA DE SÃO PIO V EXPLICADA

Fontes:
- Explicações sobre as partes da Missa: "Curso de Liturgia" - Pe.Reus;
- Citações: "Suma Teológica", de Santo Tomás de Aquino; "Missal Quotidiano e Vesperal", de Dom Gaspar Lefebvre;




PARTE X - DESPEDIDA








A despedida. A assembléia litúrgica, desde os tempos antigos, era dissolvida por ordem do bispo: Três fórmulas se usam:


1) Ite, Missa est. Retirai-vos; pois é hora da despedida. É usada desde o século VI e VII. Diz-se nas missas que têm Gloria. Parece que outrora estava reservada, como o Gloria, aos bispos.

2) Benedicamus Domino, diz-se nas missas sem Gloria. Esta fórmula já no século XI era quase geral.

3) Requiescant in pace, nas missas de réquie. Já pelo ano de 1200 era costume geral dizê-la.

Enquanto o diácono canta Ite, Missa est, o celebrante fica virado para o povo, porque o celebrante propriamente é quem despede os fiéis; o diácono fá-lo só por autorização dele. Benedicamus Domino e Requiescant in pace são orações que os celebrantes proferem voltados para o altar. (d.2572 ad 22.)


I. “Placeat” e bênção

O Placeat. Com o lte, Missa est a solenidade está terminada. O Placeat, a bênção e o último evangelho são aditamentos recentes, fixados por Pio V.

No Placeat (desde o século IX) o celebrante suplica a Deus, humildemente inclinado, que aceite o sacrificio oferecido. Em seguida levanta os olhos e ergue as mãos ao alto, às quais estende e "fecha" (Rubr.), gestos estes que indicam fonte divina da bênção e o desejo de recebê-la. Depois o celebrante comunica estes bens celestiais aos fiéis, dizendo: Benedicat vos omnipotens Deus, Pater et Filius et Spiritus Sanctus, traçando ao mesmo tempo uma vez o sinal da cruz. O Pai é a causa da salvação pela graça e pela predestinação, o Filho pelo seu sacrifício e o Espírito Santo pela nova criação e santificação. (I Ped 1, 2.) Os prelados fazem três cruzes, um privilégio que lhes foi reservado por Pio V. Pois antigamente também os simples sacerdotes davam a tríplice benção.

Conforme as palavras proferidas pelo sacerdote, é Deus mesmo quem dá a bênção. Concorda esta verdade com a oração dada a Moisés: Invocarão os sacerdotes o meu nome sobre todos os filhos de Israel, e eu lhes darei a bênção. (Nm 6, 27.) Ausentando-se da terra, Nosso Senhor deu a benção aos apóstolos (At 1), comunicando-lhes a sua proteção e o seu auxílio especial. Por isso também o cristão, confortado pela bênção na missa, volta para as suas lidas domésticas com novo ânimo.


Pláceat tibi, sancta Trínitas, obséquium servitútis meæ: et præsta; ut sacrifícium, quod óculis tuæ majestátis indígnus óbtuli, tibi sit acceptábile, mihíque et ómnibus, pro quibus illud óbtuli, sit, te miseránte, propitiábile. Per Christum Dóminum nostrum. Amen.


Benedícat vos omnípotens Deus, Pater, et Filius, et Spíritus Sanctus. Amen.


Aceitai com agrado, Trindade Santa, a homenagem deste vosso servo; este sacrifício, que eu, embora indigno, aos olhos da vossa Majestade acabo de oferecer, tornai-o digno de ser por Vós aceite e, pela vossa msiericórdia, seja causa de propiciação para mim e para todos aqueles por quem o ofereci. Ámen.

Abençoe-vos o Deus omnipotente, Pai, Filho e Espírito Santo. Ámen.

II. Último Evangelho

O último evangelho de São João é a parte mais recente da missa. Encontra-se no século XIII, tornou-se geral no século XV. Motivos para recitá-lo no fim da missa seriam:

a) a grande confiança que o povo tinha e tem nele por causa da sua eficácia, para proteger contra os demônios e as suas infestações. Pois é um exorcismo (Rit. XI, c. 2, n.3), usado também nas famílias. Em caso de trovoada violenta, acende-se uma vela e reza-se o evangelho de São João, contra os demônios. Por isto explica-se o desejo dos fiéis que este exorcismo se rezasse no fim da missa, para proteger os frutos da agricultura.


b) a devoção do celebrante. Pois é uma ação de graças muito própria, pela profissão de fé na divindade de Jesus Cristo; pelas palavras: In propria venit et sui eum non receperunt, inciso este que exprime a humildade do celebrante, em cujo coração Nosso Senhor entrou; pelas palavras: Et Verbum caro factum est, cuja recitação depois da comunhão estava prescrita por missais medievais.

O costume de recitar, em certos dias, um evangelho diferente do de São João, é muito recente. Teria a sua origem a) talvez na Missa sicca que alguns sacerdotes, em dia com dois formulários de missa, diziam em segundo lugar; b) na intenção de comemorar o ofício impedido não só pelas orações, mas também pelo evangelho, numa das partes principais dos elementos móveis da missa.

V.Dóminus vobíscum.
R. Et cum spíritu tuo.
Inítium sancti Evangélii secúndum Joánnem.
R. Glória tibi, Dómine

In princípio erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum. Hoc erat in princípio apud Deum. Omnia per ipsum facta sunt: et sine ipso factum est nihil, quod factum est: in ipso vita erat, et vita erat lux hóminum: et lux in ténebris lucet, et ténebræ eam non comprehendérunt.
Fuit homo missus a Deo, cui nomen erat Joánnes. Hic venit in testimónium, ut testimónium perhibéret de lúmine, ut omnes créderent per illum. Non erat ille lux, sed ut testimónium perhibéret de lúmine.
Erat lux vera, quæ illúminat omnem hóminem veniéntem in hunc mundum. In mundo erat, et mundus per ipsum factus est, et mundus eum non cognóvit. In própria venit, et sui eum non recepérunt. Quotquot autem recepérunt eum, dedit eis potestátem fílios Dei fíeri, his, qui credunt in nómine ejus: qui non ex sanguínibus, neque ex voluntáte carnis, neque ex voluntáte viri, sed ex Deo nati sunt. (ajoelha-se) Et Verbum caro factum est et habitávit in nobis: et vídimus glóriam ejus, glóriam quasi Unigéniti a Patre, plenum grátiæ et veritátis.

R. Deo grátias.

O Senhor seja convosco.
R. E também com o teu espírito
Princípio do santo Evangelho segundo S. João
R. Glória a Vós, Senhor.
.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Estava Ele no princípio com Deus Tudo por Ele foi feito, e nada de quanto se fez foi feito sem Ele. N’Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; e a luz brilha nas trevas, e as trevas não a receberam.
Houve um homem enviado por Deus, chamado João, o qual veio como testemunho, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por via dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Era (o Verbo) a luz verdadeira que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O reconheceu. Veio para o que seu, e os seus não O receberam. A todos, porém, quantos O receberam, deu Ele o poder de se tornarem filhos de Deus, quer dizer, àqueles que crêem no seu nome, que nem do sangue, nem do desejo da carne, nem da vontade do homem, mas só de Deus nasceram. E o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós; e nós vimos a sua glória, glória do Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.

R. Graças a Deus.

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