OS BILHETES DE PÁSCOA
Um dia, pouco antes da Páscoa, um pregador de Quaresma fez uma prática especial aos homens da paróquia e disse-lhes entre outras coisas o seguinte:
— Meus caros homens, atenção! O que vou contar-vos não aconteceu propriamente no céu, mas é uma pequena lenda muito instrutiva.
Um homem, logo depois de falecer, foi bater à porta do céu. Queria entrar. S. Pedro, o chaveiro fiel, pediu-lhe os papéis. O pobrezinho apresentou-lhe o atestado de terceiro ano elementar; e S. Pedro lho devolveu dizendo que aquilo não tinha valor no céu. O pobre homem tirou do bolso a carteira de reservista; S. Pedro examinou-a e disse: Isto vale para o teu país, mas para o Rei do céu não vale.
Puxou o homem o passaporte para o estrangeiro.
— Não serve para nada, explicou o Apóstolo. Apresentou-lhe os recibos do imposto, a caderneta da Caixa
Econômica, alguns bilhetes de Banco... mas nada tinha valor para S. Pedro.
— Então, que papéis quereis? — perguntou o homem.
— Bilhetes de Páscoa, respondeu S. Pedro; tens 60 anos e, portanto, deves ter uns 50 bilhetes desses que os vigários costumam dar aos paroquianos que fazem a Páscoa. Sem esses bilhetes não se entra no céu...
Meus caros — acrescentou o pregador — provei-vos de tais bilhetes; eles são o passaporte para o céu. Quem não faz a Páscoa não entra no Paraíso.
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