30 de agosto de 2016

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth

Conferência XVII

Parte 9/9

Duas grandes e admiráveis pinturas históricas ornam a grande escadaria do Novo Museu de Berlim: obras primas de Kaulbach.
Uma destas pinturas representa a destruição de Jerusalém. Sob um aspecto terrificante, vemos a ruína do povo judeu, outrora eleito, mas que se afastou de Deus. O templo de Jerusalém esta em chamas, anjos tendo nas mãos espadas flamejantes indicando que executam um castigo divino. À direita, pode-se ver, à frente das legiões, Tito, o general romano vitorioso; à esquerda num plano atrás, os antigos chefes do povo judeu se retiram, com uma cólera impotente. No centro do quadro, no primeiro plano o Sumo Sacerdote que quer embeber sua espada no coração, mas sua esposa e seus filhos suplicam-no matá-los antes... O horror, o desespero, a ruína irremediável ressaltam de todo este quadro.
Mas o segundo quadro fala-nos todo, de outra coisa. Vemos aí uma família cristã. Ela se salva com dois animais, da cidade em ruínas; sobre um dos animais assenta-se a mãe com dois filhinhos apertados ao coração, e atrás, às suas costas, assenta-se um outro filho; mas sobre o outro animal não há senão crianças. Adiante, caminha uma outra criança, ou melhor um jovem, que canta um salmo, olhos levantados para o céu. Atrás deles, o pai que também parece cantar. Acima do grupo, pairam os anjos, anjos da fé, da esperança e da caridade, mas não têm espadas flamejantes em suas mãos ; a família em fuga leva com segurança, a força e entusiasmo, um cálice donde irradia o Santo Sacramento.
E para que a lição seja ainda mais completa, para que possamos de algum modo dizer que este quadro monumental foi feito para ilustrar nosso tema de pregação, apresenta-se ainda um outro episódio: três judeus esmagados sob o peso da justiça divina, crianças mal vestidas, e com gestos de súplica, lançam-se diante da família cristã que foge: levai-nos convosco, não nos deixeis perecer. E com olhar sorridente e amável, uma das crianças cristãs lhe faz sinal com a cabeça.
E é, pois, neste gesto amável da criança que repousa toda a nossa confiança. Pois quem não sentiria a significação para nós deste quadro? Quem não veria que, para a família que resiste às leis de Deus haverá a cólera do juízo de Deus? Quem não ouviria o fragor com que se desmoronam as muralhas, outrora tão sólidas do santuário familiar, e como se sepultam com elas todos os valores, as virtudes, a felicidade e a civilização que o homem criara na terra.
Se a humanidade quiser escapar ao juízo divino, não há senão um meio; antes de tudo, é preciso que as famílias cristãs se libertem dos sofismas, da frivolidade moral, das frases vãs e das águas lodosas, é preciso que elas retornem ao ideal familiar e que elas irradiem no mundo inteiro a força de uma elevação moral. 
Hoje, mais do que nunca, precisamos de famílias cristãs pois se existe ainda um meio de salvação para o mundo que cambaleia é a família cristã ideal que o fornecerá.
A família donde nascerão moças de alma pura e moços de olhos brilhantes como estrele.
A família donde se irradiarão o contentamento, a harmonia e felicidade.
A família que será a nova base, a célula e estrutura de uma vida humana melhor.
A família que rejuvenescerá e purificará a humanidade que se arrasta para a ruína.
Senhor, eis a nossa última prece: defendei, salvaguardai, fortificai e abençoai a família cristã. Amém. 


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