21 de agosto de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 166

FUGIR DAS MÁS COMPANHIAS

Um juiz inglês, de nome Holt, homem distintíssimo no seu oficio, quando jovem se ajuntara a alguns amigos libertinos, que, sem escrúpulo, profanavam os dias santos, jogando, embriagando-se e cometendo toda sorte de desordens.
Holt teve, porém, a felicidade de desligar-se a tempo daquela companhia e, entregando-se seriamente aos estudos, fez ótima carreira.
Ora, aconteceu que, sendo juiz, um dia apresentaram ao seu tribunal um miserável que ele teve de condenar à pena de morte: era um dos seus velhos amigos. A vista daquele homem desfigurado, magro maltrapilho, fez sobre o juiz uma profunda impressão. Movido de compaixão e curiosidade, perguntou ao réu que era feito dos outros amigos de outrora.
— Oh! respondeu o condenado: fora de mim e do senhor, todos já morreram de morte violenta em mãos do algoz ou do sicário.
Ao ouvir essas palavras, o juiz lançou um profundo suspiro e agradeceu a Deus por havê-lo afastado daquela companhia. Atribuía o triste fim de seus amigos companheiros principalmente à profanação do dia do Senhor.

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