4 de maio de 2016

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência XII


Parte 5/8


C - Tudo, porém, que dissemos até agora, não é senão uma das bases da mesa familiar necessária à felicidade da família: a autoridade. Mas para que esta mesa tenha uma base mais firme, é-lhe necessária uma outra base, o amor. 
a - E as esposas que talvez pensem sempre com angústia nas palavras de São Paulo exigindo a obediência, reconciliar-se-ão certamente com ele, lendo a frase seguinte. Porque, se é verdade que ele exige da mulher obediência e submissão, escreve igualmente aos maridos: "Maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja, e se entregou Ele mesmo por ela a fim de santificá-la, purificando-a!" (Ef 5, 25 - 26).
Ah! é outra coisa. Vejo aqui a ideia perfeitamente cristã. O Cristianismo, como guarda supremo da ordem social, condena a tirania como a insurreição; condena-as na vida pública, e também na família.
Assim como a obediência e autoridade constituem a base importante da vida familiar, também o amor exerce um papel importante. A obediência preserva da insurreição, mas o amor preserva da tirania.
b - Se São Paulo proclama que o marido é o chefe da família, não proclama que ele é o tirano doméstico. O esposo é o chefe da família unicamente como Cristo é o chefe da Igreja. O marido deve, pois, manifestar à mulher o mesmo amor generoso, sem limites, pronto a todos os sacrifícios, que Cristo manifestou à Igreja, sacrificando sua vida. O homem deve estar pronto, se preciso for, a sacrificar sua vida pela sua esposa, como Cristo fez pela sua Igreja.
Esta concepção elevada das relações mútuas dos esposos é bem diferente da que publicam os romancistas ou cantam os poetas. Como é diferente o amor do Evangelho! O amor dos sentidos que se traduz em palavras ternas, em declarações vazias, em grande eloquência inflamada, extingue-se como fogos que, assobiando, se elevam aos céus. O amor conforme o Evangelho, ao contrário, é profundo, puro, santo, generoso, durável, não se derrama em ondas de palavras, mas em atos.
c - Como haveria bem mais famílias felizes sobre a terra se não se esquecessem que só o amor recíproco generoso e devotado assegura a felicidade no casamento.
Os homens, infelizmente, pensam muito pouco nisto. interroguemos apenas um deles antes de seu casamento: "dizei-me, pois, por que quereis casar?"
"Por quê? Para ser feliz!"
Não é assim que responderia a maior parte? Ora, precisamente esta ideia superficial do casamento é causa do maior número de dramas familiares. Só tem uma ideia justa do matrimônio aquele que aí introduz a ideia do sofrimento. O casamento feliz, qual um tapete persa, não é trançado só com fios de alegria e de prazer, mas também com os do sofrimento, da renúncia, da paciência e da indulgência.
Esquecestes que o casamento se celebrou ao pé do altar? Ora, o altar é o lugar do sacrifício, é um perpétuo aviso aos dois esposos: Sem sacrifício recíproco não há felicidade.
"Amai-vos uns aos outros com amor fraternal, porfiando em honrar uns aos outros", diz a Escritura Sagrada (Rom 12, 10). Os esposos manifestam esta amabilidade por um amor delicado e terno, por atenções cheias de tato, adivinhando desejos ocultos, até mesmo renunciando seus próprios desejos. Se os esposos se compenetrarem destas ideias, então o primeiro móvel da família, a mesa comum, será sólida
Eis, pois, o que significa este primeiro móvel indispensável em um lar: a mesa de família.

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