3 de março de 2016

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência X 


Parte 7/9


B - "Oh! sei de tudo isto!" respondera talvez um de nossos irmãos infelizes. "Tudo experimentei, mas mutuamente não nos suportamos mais. Enfim, não fomos feitos um para o outro. A vida comum tornou-se um inferno, um inferno! Não há, pois, uma separação possível?"
a - Sim, há uma separação possível, mas não novo casamento. Quando a Igreja vê que a vida comum se tornou totalmente impossível e intolerável, permite que os esposos se separem abandonando esta comunidade de vida. Mas o liame conjugal não se rompeu por isso. Continuara a existir enquanto não morrer uma das duas partes. Não é, pois, permitido novo casamento, vivendo a outra parte.
Não é permitido? Por quê? Porque Nosso Senhor Jesus Cristo o proibiu claramente, como demonstrei anteriormente. Não é questão de uma lei eclesiástica, nem de um decreto de tal ou tal papa. O que o papa prescreve um outro papa pode abolir, mas oque Deus ordenou, Ele o fez baseado em leis inerentes à nossa própria natureza, e também em leis positivas, e ninguém sobre a terra tem o direito de mudar uma palavra.
b - Há ainda uma outra razão, indicada pela alma delicada de uma ilustre escritora. Dificilmente há, em nossos dias, uma mulher escritora mais célebre que a romancista norueguesa Sigrid Undset, titular do prêmio Nobel. Não nasceu católica, mas converteu-se, e foi, justamente, a concepção ideal do casamento, na Igreja Católica, que impressionou mais fortemente a sua alma.
Apresenta ela, contra o novo casamento, uma ideia muito interessante, inteiramente original e nova. Os esposos separados, escreve ela, devem permanecer sem novo casamento, porque o primeiro ainda é sempre válido, e, por consequência, devem rezar e fazer penitência um pelo outro, a fim de que a outra se converta e volte. Devem permanecer numa situação que nenhum obstáculo impeça uma reconciliação, se o outro quiser voltar. Realmente, que delicada maneira cristã de pensar! Quantas vezes, de fato, acontece que justamente a parte causadora da separação reflete e vê o que perdeu e o mal praticado. E se uma prova qualquer, uma doença, uma infelicidade, lhe toca, ela esta pronta a voltar, com arrependimento. Não é uma bênção esta concepção austera do catolicismo, não permitindo novo casamento, e deixando assim aberto o caminho de volta?

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