19 de março de 2016

Casamento e Família - Dom tihamer Toth

Conferência XI


O DIVÓRCIO


Parte 1/8


Há alguns anos desenrolou-se em Berlim um processo de divórcio inteiramente curioso. Um homem e uma mulher desejavam vivamente o divórcio. Concordaram em declarar que não podiam viver unidos. Não se entendiam, porém, em uma questão extremamente importante: Para quem ficaria o cão? Sim, o pequeno cão que ambos amavam com um amor sem limite em lugar dos filhos, que não tinham. Pois não tenho necessidade de dizer-vos que estes esposos que queriam divorciar-se não tinham filhos. Aliás eles não os quiseram.
A esposa foi obrigada a submeter-se, com o coração pesaroso, à sentença que deixava o pequeno cão à guarda do marido. A mulher, contudo, tinha o direito de, uma vez por semana, ir ver o seu órfãozinho e levá-lo a passeio durante quatro horas. A mulher devia, pois, durante estas quatro horas, esforçar-se por ultrapassar seu marido em amabilidades, e combater no coração de seu pequeno tesouro a sua influência e assegurar assim o apego e a afeição de seu pequenino cão.
Assim terminou este processo de divórcio. Não se sabe se rir ou chorar. Rir diante desta comédia de dois esposos em luta, não por estarem sem filhos, mas para saberem a quem pertencia o cãozinho. Rimo-nos disto, mas não deveríamos antes perguntar angustiados: Que se espera de uma humanidade que a tanto se abaixou?
Nas duas últimas instruções tratamos da indissolubilidade do matrimônio, e procuramos pesar todos os argumentos, que sob o ponto de vista religioso, moral, social e pedagógico se podem alegar a favor da indissolubilidade do casamento.
Infelizmente, diante deste alto ideal se levanta a vida real. A triste realidade mostrando a multidão de divórcios que se espalham na sociedade, como peste, minando o mais santo ideal da humanidade.
Após as altas e ideais considerações das duas instruções anteriores, vamos pois agora descer a triste realidade. Após examinarmos o que deveria ser, examinaremos o que é.
Falaremos do divórcio:
1 - Da proporção assustadora a que se eleva, em nossos dias, o número de lares destruídos, isto é, do número crescente de divórcios. Não falarei senão brevemente, porque é um fato conhecido.
2 - Quereria expor com mais detalhes a imensa miséria e a desordem moral crescente que surgem das ruínas do santuário familiar desmoronado.
Possa essa instrução ser ao mesmo tempo uma resposta a estes inúmeros esposos que, em suas cartas, me expuseram seus dolorosos lamentos. Praza a Deus que eu leve a paz às almas aflitas.

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