O REMORSO DE CONSCIÊNCIA
Em 1859, uma aldeia da Morávía, chamada Leibnitz, foi devastada por um pavoroso incêndio. A principio ninguém suspeitou que o fogo tivesse sido obra de urna terrível vingança. O que chamou a atenção foi que, desde o dia do incêndio, um dos habitantes se afastava cautelosamente dos demais, e passava seus dias em casa, sempre sozinho, com as portas cerradas. Era o incendiário que, depois do seu crime, via continuamente os espectros das vítimas que pereceram no fogo. Bailavam diante de seus olhos e, apontando para urna árvore do quintal, pareciam dizer-lhe: “Ali serás enforcado!”
O infeliz cortou a árvore. Em vão. Os moradores do povoado viam-no rezar todos os dias ajoelhado e erguendo as mãos aos céus. Nem assim teve sossego. Por fim ele mesmo foi apresentar-se as autoridades, dizendo: “Eu sou o culpado, eu sou o autor do incêndio!”
Ah! é inútil. Pretendem alguns abafar a voz da consciência, entregando-se aos prazeres e folguedos; mas é inútil. Por algum tempo, talvez, a consciência ficará calada; mas chega um dia em que, dentro de nós, ela começa a gritar com a severidade de um juiz: “Tu és o incendiário! tu, o assassino! tu, o pecador!”
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