7 de novembro de 2015

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência V

QUE AMBOS SEJAM PROFUNDAMENTE RELIGIOSOS!


Parte 4/5


Chegamos agora à terceira condição de um bom casamento. Propriamente falando deveria ele ocupar o primeiro plano, porque encerra em si, mais ou menos, as duas primeiras condições. Que o moço tenha consciência de sua responsabilidade, e que a jovem ame a vida de família; mas que ambos sejam sincera e profundamente religiosos.

A) "É, pois, tão importante que o marido ou a mulher tenha religião? perguntam alguns. Importa que ela seja bela, de boa saúde, que seja digna e tenha bons rendimentos. Hoje as pessoas são bastante polidas para respeitar as convicções religiosas dos outros, quando delas não partilham. Não vejo, pois, em que eu perderia, se meu futuro esposo ou minha futura esposa não tivesse religião..."
Como falam tão levianamente antes de seu casamento! E quantos constatam depois, no dia de amanhã, o que perderam desposando alguém que não tenha religião!
a - Não nego. Com habilidade e um grande domínio de si, pode-se, apesar da divergência de opinião, conservar a aparência exterior de um matrimônio pacifico e harmonioso, enganando completamente os estranhos. Mas na realidade, apesar de toda a boa vontade, e de toda aparência exterior, faltará alguma coisa de essencial. Mãos hábeis poderão, igualmente, fazer rosas artificiais, que muito se assemelham às naturais. Falta-lhe, porém, alguma coisa: o doce perfume das rosas vivas.
Quereis saber por que o vosso companheiro de vida deve ter religião? Porque no casamento é que é preciso os dois seres formarem um só. E de tal modo, que não se encontre no mundo igual exemplo de união. Mas como o homem não pode ser perfeitamente um, senão com Deus, vós também não podeis adquirir esta união perfeita desejável com vosso companheiro, se não vos encontrardes em Deus, e em Deus vos unirdes.
b - Se vosso esposo for realmente um homem culto, talvez respeite vossas convicções religiosas. É bastante, porém, para vós esta atitude simplesmente negativa? Pois é a religião que deveria ser esta força positiva, este traço de união mais forte que qualquer outro, que vos ajudará nas mil horas tristes e amargas da vida comum. E no entanto é justamente ela que vos vai faltar.
Sim, a delicadeza e o amor podem aplainar muitos obstáculos; é possível também que não noteis a grande divergência de vossas opiniões, e que gozeis, ambos, de numerosos raios de felicidade. Isto, porém, enquanto não houver nuvens em vossa vida! Quando vierem os dias de prova, - e qual o homem que não os encontra? - então vereis claramente que nem tudo pode ser aplainado, e não podeis mais encarar, unidos, a dor; não podeis mais, unidos, vos levantar, porque não podeis, unidos, rezar.
E que acontecerá quando vosso marido que é culto, rico, belo, mas irreligioso, exigir de vós, na vida conjugal, coisas ante as quais vossa alma piedosa tremerá de horror e que ele não exigiria, se tivesse religião? Que acontecerá, então? Em que terrível alternativa ficareis? Ou lhe obedecereis, e vossa vida espiritual, então, se desmoronará, ou lhe resistireis, e ele indignado e descontente voltar-se-á para uma outra. E de que vos valerá, dizei-me, um marido culto, elegante, com uma bela colocação?

B) Após isto, não será difícil responder a este dilema: Casar-me-ei com alguém que tenha religião, ou com alguém que não tenha religião? E quantas vezes os jovens não se encontram diante desta pergunta.
a - Vejamos primeiro o caso em que a jovem é religiosa, enquanto não o é o jovem. 
Se o homem é abertamente contra a religião, atacando-a ou insultando-a, então - creio que todos o compreenderão - a resposta não pode ser senão negativa, porque a vida da pobre mulher seria um martírio incessante.
Ninguém alimente ilusões, dizendo como muitas: "Meu marido, é verdade, não tem religião, e é hostil a toda ideia religiosa, mas eu o converterei".
Isto, porém, não será fácil, e talvez nunca aconteça. O casamento não é uma casa de reeducação, onde pessoas essencialmente mal formadas possam se tornar santos.
Talvez houvesse alguma esperança, se o marido fosse apenas um indiferente. Mesmo neste caso, quantas renúncias, quantos sacrifícios e quantos esforços serão precisos, durante dezenas de anos, para chegar a algum resultado! E se no entanto isto não acontecer? A desunião e a separação permanecerão perpetuamente: a mulher, com a sua religião, quer educar seus filhos religiosamente, mas o marido não pode ver isto silenciosamente, e podendo zomba de sua mulher, de sua "beatice", esforçando-se por arrancar da alma de seus filhos os princípios cristãos implantados pela mãe.
Naturalmente não poderei dizer outra coisa: a moça religiosa nunca deve desposar um moço irreligioso.
Desgraçadamente, porém, o que mais frequentemente se pergunta em nossos dias é o inverso da questão: Um jovem religioso pode casar-se com uma jovem irreligiosa? Uma jovem sem religião? Não será uma ideia absurda? Existe este fenômeno?
Sim, a existência atual produz estas jovens! De outro lado, porém, graças a Deus, tornam-se cada vez mais numerosos os rapazes cultos, instruídos, delicados que levam uma vida séria e profundamente religiosa. Semelhantes moços poderão desposar moças sem religião?

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