1 de novembro de 2015

Tesouro de Exemplos - Volume II

Prezados, Salve Maria!


Estamos presenteando nossos leitores com a publicação de diversas histórias do livro Tesouro de Exemplos - Volume II do Pe. Francisco Alves, C. SS. R., publicado pela Editora Vozes no ano de 1960.



Observação: Estaremos publicando os textos em conformidade com o original, visando não alterar o sentido apresentado pelo autor.


EXEMPLA MOVENT...

Em 1953, a benemérita Editora Vozes publicou o primeiro volume de nosso Tesouro de Exemplos. Trabalho simples e de feição popular, o livro entrou nas livrarias sem reclame comercial de espécie alguma, contando tão somente com as bençãos do céu.
Hoje, a primeira edição está em vésperas de esgotar-se; e, aguardando a oportunidade de uma nova edição, tencionava-mos acrescentar aos exemplos já publicados certo número de exemplos novos, colecionados dos melhores autores. Mas, como isso tornaria a obra bastante volumosa — o que seria desvantagem tanto para os leitores como para os editores — resolvemos dar á luz urna nova serie de exemplos, isto é, um segundo volume.
O método seguido — se é que método se pode chamar — é o mesmo da série anterior. Preferimos, com alguns autores, evitar a coordenação dos exemplos segundo a divisão dos compêndios de religião, deixando, assim, plena liberdade ao catequista de empregar e aplicar, os mesmos de acordo com as circunstâncias e o assunto de que tratar, visto que, não raro, o mesmo exemplo pode ser aplicado de vários modos.
Este método traz, ainda, certa vantagem sobre os outros, porque, quando se faz a leitura para algum grupo de ouvintes, a variedade de assuntos agradará mais, seguramente. Será, além disso, mais proveitoso voltar ao mesmo assunto (a missa, a comunhão, etc.) de tempo em tempo, do que ler ou contar de uma vez todos os exemplos relativos à matéria. Entretanto, os narradores, que desejarem mais exemplos sobre o mesmo assunto, poderão recorrer ao índice alfabético deste livro ou — o que é ainda melhor — munir-se de papel e lápis para apontamentos durante a leitura.
Quanto ao modo de narrar as historinhas aos petizes, queira o leitor recordar o que ficou dito no primeiro volume, cujo prefácio, para sua comodidade, vamos transcrever.

"Toda criança gosta de ouvir historinhas. Em casa, na escola, no colégio, na igreja, onde quer que estejam, as crianças ficam quietinhas, atentas, que até parecem não respirar, quando se lhes conta uma historinha bonita, um exemplo edificante.

O vigário, o missionário, a professôra, a catequista, todos sabem isso por experiência.
Ora, ensinar catecismo, presidir reuniões de cruzadinhos, preparar cem, duzentas crianças para a primeira comunhão, e não lhes contar historinhas emocionantes, é arriscar-se a fracassar. Depois de algum tempo, meia hora se muito, estão aborrecidas, desinteressadas, querem sair, conversam, brincam, brigam: é a anarquia, é a debandada... E não adianta gritar, ameaçar, dar beliscões, puxões de orelha... nada, nada adianta. E no dia seguinte o número já será menor: os maiores não voltam... os medrosos não se arriscam a entrar... os miudinhos pouco entendem e ainda menos aprendem...
E, contudo, é mister ensinar à multidão infantil, que não ouve falar de Deus, que cresce sem catecismo, que perambula pelas ruas, as verdades de fé, os preceitos divinos, a doutrina consoladora da salvação.
Como se há de conseguir que crianças, sempre irrequietas e buliçosas, estejam atentas, não conversem, escutem, rezem, cantem, fiquem na fila?
Um poderoso meio de conseguir silêncio, atenção e interesse é contar-lhes algum exemplo atraente, sugestivo, cheio de emoções, bastante infantil e inteligível.
Os exemplos, como se encontram nos livros, são pouco movimentados, resumidos, breves... É natural; pois livros volumosos, quem os adquiriria, quem os leria?...
Por isso, a catequista, a professôra, o padre, que vai contá-los, deve ler e meditar o exemplo, preferido, a fim de descrevê-lo, ampliá-lo, dar-lhe vida e colorido e movimento, dramatizá-lo, enfim. Contar com desembaraço, isto é, contar com as mãos, os braços, a cabeça... falar com os olhos... rir ou chorar... aterrar ou entusiasmar... fazer rir ou arrancar lágrimas de comoção... o mais sugestivo, o mais patético possível!
Consegue alguém dar vida e calor às historinhas que conta com a linguagem dos olhos, a expressão do rosto, os movimentos do corpo, a entoação da voz... êsse alguém é senhor das crianças, poderá fazer com elas o que quiser.
Narrado o exemplo, aproveitar a boa disposição do auditório: fazer repetir por algum dêles a historinha e logo encaixar qualquer ponto de doutrina, recomendação ou aviso, um pedido, uma jaculatória...
Na presente coleção não se encontram exemplos inventados por nós; são autênticos, mesmo que não venham mencionado o autor. Muitos dêles, aliás, são contados por diferentes autores com pequenas variações. Isso não prejudica. O narrador tem liberdade de ampliar, colorir, enfeitar qualquer exemplo. O essencial é que, no fundo, o exemplo seja possível, verídico, doutrinário.
Por fim, muito para desejar seria que esta coleção andasse, também, nas mãos das mãezinhas e das vovós, que imenso bem fariam aos filhos e aos netinhos, contando-lhes a miúdo lindas histórias capazes de formar-lhes o coração e o caráter no verdadeiro sentido cristão.
A Nossa Senhora Aparecida, nossa excelsa Rainha, consagramos esta pequena semente do bem, rogando-lhe que a faça crescer e produzir frutos de salvação entre as crianças do nosso querido Brasil."

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