COMO ASSIMILAR O FRUTO DESTES MISTéRIOS
N O T A I
«Às festas foram instituídas para prestar a Deus, em comum, nos seus templos sagrados, o culto supremo de adoração, louvor, ação de graças, reparação. Para isso, tudo está de tal
modo regulado e adaptado às circunstâncias - cerimônias, palavras, canto, ordenação externa em todos os seus pormenores - que são suscetíveis de fazer penetrar profundamente no espírito
os mistérios, as verdades ou os fatos celebrados e despertar em nós os sentimentos e atos correspondentes. Se os fiéis fossem bem instruídos nesta matéria e celebrassem as festas com aquele espírito que a Igreja teve em vista ao instituí - las , conseguir-se-ia uma renovação e notável aumento de fé, piedade, instrução, religiosa, e, consequentemente, a vida interior dos cristãos seria revigorada e melhorada.
«Todo o bom cristão se aplique, por meio da pregação ou dalgum livro apropriado adquirir a compreensão e a assimilar: o espírito de cada uma das festas estudando o seu objeto e fim
especial, meditando a verdade, a virtude, o prodígio, o benefício que nela se comemoram procurando por todos os modos tirar delas proveito para o seu aperfeiçoamento pessoal. Desta ma
neira, conhecerá melhor e amará com mais fervor a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, à Santissima Virgem e aos Santos ; ganhará amor à sagrada Liturgia, ã pregação, à Igreja, e procurará conquistar para elas os outros. Todas as festas serão então para ele dia de Deus, verdadeira festa que lhe alegrará a alma, e a rejuvenescera, a reconfortará, lhe comunicará novo vigor para aguentar os sofrimentos e lutas quotidianas durante a semana". (Catecismo da Doutrina Cristã, publicado por ordem de S. Pio X.
NOTA II
« . . . 0 grande segredo para levar esta vida cristã livre, pura e como que já sobre-humana [de que a vida de Jesus na terra, após haver saído do sepulcro, é o tipo real e a cuja imitação o Batistmo nos obriga], não está tanto em considerar a vaidade do mundo. a fragilidade e baixeza da vida presente, a nossa miséria. as nossas paixões e tudo aquilo de que, sem a graça, seríamos
naturalmente capazes, nem mesmo os próprios defeitos e pecados, que todavia, temos de detestar e deplorar. Tudo isto é útil, indispensável ; toda a alma sensata pensa nestas coisas a certas horas.
Mas nem sempre é ocasião de pensar nelas, nem isto é o que há de mais eficaz. O mais eficaz, nisto como em tudo , o mais determinante. o mais triunfante .. é olhar habitualmente, tanto quanto possível, para o alto; é considerar Deus e Jesus; as perfeições de Deus, os Seus direitos. os Seus atributos, os Seus apelos. os Seus incitamentos. as Suas expectativas, os Seus desígnios as Suas promessas ; os mistérios de Jesus e as graças todas divinas que brotam do que Ele diz, do que Ele faz, do que Ele ordena , do que ele sofre. É lembrar-se sempre que Ele é pessoalmente o ponto de partida e o Chefe da vida cristã .. que a grande virtude do
Batísmo é incorporar-nos nEle .. comunicar-nos a Sua vida .. fazer-nos da Sua raça .. derramar em nós o Seu Espírito, quer dizer, uma luz e uma força que nos torna capazes não só de nunca
mais pecar, como diz expressamente S. João, mais ainda de julgar todas as coisas, discernir o nosso caminho, segui-lo, e subindo de claridade em clariàade, de liberdade em liberdade, alcan
çar o estado interior daquele que dizia : «Viver, para mim é Jesus Cristo.
(Mons. GAY Elevactions sur la Vie et la Doctrine de Notre-Seigneur Jésus Christ, 91ª elev)
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