VII - Um lance d' olhos ao inferno
Deus dirá aos reprobos: Ide, malditos !... - Malditos de Deus ! ah ! que horrível desgraça ! Compreendeis, meus filhos ? malditos de Deus! ... de Deus que só sabe abençoar ! malditos de Deus, que é todo amor ! malditos de Deus, que é a própria bondade ! malditos sem remissão ! malditos para sempre ! malditos de Deus !...
Quando nós nos cansarmos dos nossos exercícios de piedade e a conversação com Deus nos aborrecer, vamos à porta do inferno, vejamos aqueles pobres condenados que não podem mais amar o bom Deus.
Se um condenado pudesse dizer uma vez só : "Meu Deus, eu vos amo !", não haveria mais inferno para ele... Mas, ai ! essa pobre alma ! perdeu o poder de amar que havia recebido, e de que se não soube servir. O coração se lhe secou como a uva quando passou no lagar. Não mais felicidade nessa alma, não mais paz, já que não há mais amor !
Os condenados serão envolvidos pela cólera de Deus, como o peixe na água.
Há muitos que perdem a fé e só vêem o inferno entrando nele... Bem se acredita que há um inferno, mas vive-se como se o não houvesse; vende-se a própria alma por algumas moedas.
Não é Deus quem nos condena, somos nós, pelos nossos pecados. Os condenados não acusam a Deus; acusam-se a si próprios; dizem: "Perdi a Deus, minha alma e o céu por culpa minha".
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