29 de março de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 45

DIANTE DA IMAGEM DE MARIA

Era Margarida uma jovem de dezesseis anos. Seu pai fôra maçon; sua mãe, nada piedosa. Educaram-na numa escola onde não se pronunciava o nome de Deus; mas Nosso Senhor amava aquela menina. De caminho para a escola, ao passar por uma igreja, sentia-se impelida a entrar a ali permanecia algum tempo a olhar para o altar.
Muitas vêzes e de maneira maravilhosa falou Deus ao coração daquela menina, que, às escondidas, chegou a confessar-se e a comungar.
A falta de religião no lar bem depressa a fêz esquecer essas inspirações divinas.
Não era má, nunca dera escândalo, mas nunca rezava nem ia à Missa. Só pensava em divertir-se com as amigas, entregando-se com elas a bailes e passeios. Deus, porém, não permitiu que seu coração se manchasse de impurezas.
Era o primeiro dia da novena de Nossa Senhora do Carmo. Algumas môças, levando jarros, velas e flôres, entraram na igreja, onde ia começar a novena solene. Margarida, que passava por ali com suas alegres companheiras, sentiu um não sei o quê no coração e , dirigindo-se às outras, disse:
- Vamos entrar; vamos ver o que fazem essas beatas.
E entrou... Pôs-se diante de Nossa Senhora do Carmo e contemplou-a muito tempo. Não sei o que lhe disseram aquêleso olhos da Senhora; o que sei é que Margarida ajoelhou-se, ajuntou as mãos... a novena começou, terminou, passaram-se longas horas e ela ali estava imóvel, ajoelhada, os olhos fixos na Senhora e derramava lágrimas, muitas lágrimas... E ali ficaria a noite inteira, se o sacristão não lhe fôsse dizer, gritando, que saísse, pois ia fechar a igreja... que já era tarde.
Aquêle fôra o dia de sua definitiva conversão.
Quando, mais tarde, um missionário lhe perguntou o que fizera naquelas longas horas, que passou ajoelhada aos pés de Maria, respondeu:
- Não fiz mais que dizer-lhe que tivesse compaixão de mim, me perdoasse minhas graves culpas e, não permitindo que me tornasse infiel à sua voz, me desse a graça de começar uma vida tão penitente que reparasse meus erros passados.
Deveu a Nossa Senhora a graça da conversão.

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