THESOURO DA PACIÊNCIA
DA ORAÇÃO NO HORTO
MEDITAÇÃO VI
Vendo o Senhor Jesus, que era vontade de seu Eterno Pai que padecesse a morte afrontosa da Cruz, com toda a submissão e rendimento da sua alma, lhe disse: Pai meu, não se faça a minha vontade, mas a vossa. Assim, pois, deves tu fazer, alma atribulada, e render-te totalmente á vontade retíssima de teu Pai celestial. Quando te vires acometida de uns interiores movimentos de impaciência, que te perturbam, fecha-te um pouco dentro de ti mesma; e, falando só contigo, dize: Eu bem não quisera que isto sucedesse assim; porém, o meu Deus quer que assim suceda: a minha vontade inclina para uma parte; mas a do meu Deus vai-se para outra: ora, neste mundo, ou há de governar a minha vontade ou a de Deus. E quem sou eu para contradizer ao Omnipotente? Quem sou eu, para que a minha vontade prevaleça á do supremo Senhor? E dize, com resolução forte, uma e muitas vezes: Meu Deus, não se faça a minha vontade, mas a vossa. Bem te podes, alma minha, fiar seguramente na vontade de Deus: este Senhor é teu Pai, ama-te deveras, e bem sabe o que te convém: deixa, pois, que faça em ti a sua vontade: não teimes contra o Senhor; e persuade-te bem que, quanto mais te renderes em tudo á vontade de teu Pai celestial, tanto mais certo tens que o Senhor te trate como um filho querido e te faça a tua vontade, salvando-te, que isto é o que tu com todo o empenho queres.
JACULATORIA.-
Meu Pai, não se faça em nada a minha vontade, mas somente a vossa.
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