19 de setembro de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 183

A ORFÃZINHA

Era uma pobre orfãzinha irlandesa. Nascera no meio da abundância, da riqueza; mas, com a morte prematura dos pais, teve de ser internada num orfanato para estudar e trabalhar.
Chegara aos vinte anos e, não tendo de que viver, ofereceu-se para governante. Nesse mister foi andando de casa em casa, sempre rodeada de meninas, que procurava formar nas ciências humanas e no temor de Deus. Todas lhe queriam muito bem, e ela sentia-se feliz de poder cultivar nos corações daquelas meninas o santo amor de Deus.
Como era tão boa e cumpria tão bem com seus deveres, chegou a ganhar bastante dinheiro. Ficou velha e, aos setenta anos, não encontrou mais serviço nas famílias, ninguém mais a queria para governante. Humilde e resignada foi encerrar-se num asilo. Ali passou os últimos dias de vida, preparando-se para a morte. Não tinha medo de morrer. Pois, como havia de temer a morte, se toda a sua vida fora um rosário de virtudes e sacrifícios? Chegou a sua hora derradeira... Fez o testamento. Mandou que, com o dinheirinho que economizara, fizessem um belo cibório e nele gravassem estas palavras, que sempre a entusiasmaram: “Dilectos meus mihi et ego illi”, isto é, “Meu amado me amou; e eu o amei”. Assim, no ouro daquele cibório fundiram-se os dois amores: o amor de Jesus àquela orfãzinha e o amor daquela orfãzinha, a Jesus...
Amas tu também a Jesus?.. Ama-o e pensa muitas vezes n’Ele... Ama-o e por seu amor estuda, e por seu amor joga, e por seu amor reza, e por seu amor, comunga, e por seu amor obedece, e por seu amor faze todas as coisas. Então, na tua última hora poderás dizer o que disse a orfãzinha irlandesa: Dilectus meus mihi et ego illi... Toda a vida me amou Jesus... toda a vida eu o amei também de todo o meu coração...

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