18 de setembro de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 182

O LEÃO E O ANACORETA

Li na história dos santos eremitas um fato que me comoveu bastante. Não longe das margens do Jordão, e a pouca distância de Jericó, erguia-se um grande mosteiro. Nele servia a Deus um monge que hoje veneramos sobre os altares, S. Gerásimo. Saiu ele um dia a rezar e meditar por aqueles ermos e de repente ouviu um espantoso rugido. Volveu a cabeça e encontrou-se quase que a boca dum terrível leão. O pobre animal andava só a trés patas; a outra ele a levantava com sinais de terrível dor.
O santo eremita não se espantou. Aproximou-se do leão e a fera levantava a pata que não podia tocar no chão e mostrava-a ao monge. O santo monge, com toda a naturalidade, tomou aquela pata, examinou-a e viu que estava cravado nela um enorme espinho. Por isso o leão não podia tocar no chão; por isso dava aqueles rugidos lastimosos. O santo tirou-lhe o espinho com todo o cuidado e fez sinal à fera que podia voltar a seus desertas, porque estava curada. O leão, porém, não quis ir-se embora estava por demais agradecido ao seu dedicado benfeitor.
A história acrescenta que o leão ficou a serviço do santo no convento como se fosse um animal doméstico. Não fazia mal a ninguém e, quando o piedoso monge saía, o leão ia atrás dele, como para fazer-lhe escolta e defende-lo de qualquer perigo. Assim esteve no convento três anos. Morreu então o santo anacoreta e o sepultaram; e diz a história que o leão se estendeu sobre a sepultura, onde repousava seu caridoso médico... Não comeu nem bebeu desde aquele dia. Queria morrer, como ele, e ser enterrado ao seu lado... E morreu de fato e ali mesmo cavaram-lhe a sepultura.
Eis ai um maravilhoso exemplo de gratidão. Baixou do céu Jesus, nosso Médico divino, e não só nos arrancou o espinho do pecado, mas ainda quis morrer por nós e dar-se-nos em alimento na Eucaristia. Qual a nossa gratidão para com tão grande Benfeitor?...

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