21 de outubro de 2015

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência III

Parte 4/4

Talvez tudo isto vos pareça cheio de idealismo, de otimismo e presunção.
Quando hoje, toda a sociedade, por assim dizer, pensa diferentemente, quando a avalanche da vida moderna arrastou consigo a indissolubilidade do matrimônio, quando hoje, mesmo na melhor sociedade, se anuncia sem admiração o terceiro divórcio deste, ou o quarto casamento daquele, será razoável e prudente, ou, ao contrário, será uma empresa desesperada, trabalhar para a reconstrução de lar demolido?
Realmente, quando uma imensa avalanche se despenha, acarreta terríveis prejuízos, e ante esta desgraça pasma-se admirado. Isto, porém, não dura senão um curto momento. Momentos depois pás e enxadas da equipe de salvamento esforçam-se para salvar aquilo que pode ser salvo.
A concepção frívola da vida, como imensa avalanche, abateu sobre o santuário, outrora tão forte, da família, e transformou-o. A Santa Igreja também ficou horrorizada ante esta tragédia. Não cruzou, contudo,os braços inertes, mas movimentou sua equipe de salvação.
Eis por que a Igreja clama atualmente, com uma força sempre maior, a toda humanidade:
Homens, despertai-vos!
O casamento não é uma coisa puramente profana. Não, mil vezes não! O matrimônio é um sacramento. Assim como falamos do sacramento da penitência e da eucaristia, assim também deveríamos falar do matrimônio. É pena que a expressão "santo matrimônio" não seja de uso cotidiano. Talvez cada um compreenderia mais claramente que suas raízes, sua origem e sua força vivificadora ultrapassam a ordem natural.
A Igreja clama incessantemente ao mundo, e clamará enquanto a humanidade não a ouvir de novo; o casamento é também um dos sete rios que derramam sobre nós a graça da redenção. O casamento é igualmente uma das sete fontes sagradas, donde jorram as águas da vida sobrenatural. O casamento é um dos sete cálices quase a transbordar o sangue de Cristo. O casamento é uma das sete mesas, em que Cristo serve a graça que fortifica a vida da alma. O casamento é um dos sete bronzes cujo som reconfortante e argentino guiará os viajores no caminho da vida eterna...
Agradeçamos à Igreja a força com que proclama, e a coragem inabalável com que defende, em nossa época de ruínas morais, o rochedo, base da sociedade humana: o sacramento do matrimônio. Amém.

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