13/21- O SONHO DA PASTORA E DA ESTRANHA
GREI (Mb II 243-245)
"No segundo Domingo de outubro
daquele ano (1844) - conta-nos Dom Bosco - devia falar ao s meus jovens, que o
Oratório devia ser transferido para Valdocco. Mas a incerteza do lugar, dos
meios, e das pessoas deixavam-me verdadeiramente preocupado. Na noite anterior
fui dormir com o coração inquieto. Naquela noite tive um outro sonho, que parece
um apêndice daquele tido pela primeira vez, nos Becchi, quando tinha nove anos.
Julgo melhor narrá-los detalhadamente.
Sonhei em meio uma multidão de lobos,
cordeiros, ovelhas, cães, aves e outros animais. Todos juntos faziam um
barulhão, uma algazarra, ou melhor uma confusão dos diabos que amedrontaria até
os mais corajosos. Eu queria fugir, quando uma Senhora, bem vestida á moda de
uma pastora, fez sinal de seguir e acompanhá-la aquele aglomerado de animais,
enquanto Ela caminhava à frente. Fomos andando por vários lugares, fizemos três
paradas, a cada parada muitos daquele animais mudavam em cordeiros, cujo número
andava sempre aumentando. Depois de ter muito caminhado, encontrei-me num
campo, onde aqueles animais pulavam e pastavam juntos, sem que uns mordessem
outros.
Cansado queria sentar-me, mas a pastora
convidou-me a continuar caminhando. Percorrido ainda um espaço de caminho,
encontrei-me em um grande pátio ao redor de uma espaçosa varanda, em cuja
extremidade havia uma Igreja. Aqui percebi que 4/5 daqueles animais
transformaram-se em cordeiros. Os sem número depois tornou-se grandíssimo.
Naquela hora apareceram alguns pastorzinhos para guardá-los, mas eles
permaneciam pouco e logo saíram. Então deu-se uma maravilha. Muitos cordeiros
transformaram-se em pastorzinhos, dividiram-se, e foram para outros lugares
para ajuntar outros estranhos animais e guiá-los para outros apriscos.
Eu queria ir embora, porque parecia que estava na hora para celebrar a Missa, mas
a pastora convidou-me para olhar para o sul; olhando, vi um campo, em que havia
plantado, trigo, beterrabas, milho, feijão e uma porção de outras coisas.
- Olhe outra vez - disse-me.
Olhei novamente, e vi uma magnífica e
majestosa Igreja. Uma orquestra, música instrumental e vocal me convidavam para
celebrar a missa. No interior daquela Igreja havia uma faixa branca, em que
estava escrito: HIC DOMUS MEA, INDE GLORIA MEA (Esta é a minha casa, daqui
sairá minha glória). Continuando no sonho, quis perguntar a pastora onde me
achava, o que significava aquele caminhar, com paradas, com aquela casa, Igreja
e depois com aquela segunda Igreja.
- Você compreenderá tudo, respondeu-me,
quando com os olhos materiais verá tudo isso que você está vendo com os olhos
da mente.
Mas achando que estava acordado, disse:
- Eu estou vendo claramente, e vejo com
estes meus olhos materiais, sei aquilo que faço e para onde vou.
Naquele mesmo instante tocou o sino da
"Ave Maria" da Igreja de São Francisco de Assis e eu acordei.".
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