11/21 - A MISTERIOSA SENHORA E A MULTIDÃO DE GAROTOS
"Parecia-me estar numa grande
planície cheia de uma quantidade enorme de jovens. Alguns brigavam, outros
blasfemavam. Aqui se roubava, lá faltava-se contra a moral. Um punhado de
pedras passavam pelo ar, lançadas por grupos que brigavam entre si. Eram jovens
abandonados pelos pais e corrompidos. Eu queria ir embora depois, quando
percebi ao meu lado uma Senhora que me disse:
- Vai lá no meio destes jovens e
trabalha!
Eu fui, mas o que fazer? Não existia
nenhum lugar para acomodá-los, queria fazer-lhes o bem, dirigia-me a pessoas
que de longe estava olhando e que poderiam ter-me ajudado muito, mas elas não
queriam ouvir-me.
Dirigi-me então àquela Senhora, que me
disse:
- Eis o lugar - e mostrou-me um campo.
- Mas aqui só há um campo - disse-lhe.
- Meu Filho e os Apóstolos -
respondeu-me - não tinham nem sequer uma pedra para descansar a cabeça!
Comecei a trabalhar naquele campo,
aconselhando, pregando, confessando, mas percebia que na maior parte todo
aquele trabalho era praticamente inútil
se não encontrasse um lugar apropriado onde juntar aqueles jovens rejeitados
pelos pais e pela sociedade. Então aquela Senhora levou-me um pouco mais ao
norte e disse-me:
- Olhe!
Eu olhei e vi uma igrejinha pequena e
baixa, um pátio e uma porção de jovens. Recomecei o trabalho. Mas tendo-se esta
Igreja tornado estreita, voltei a pedir àquela Senhora, e Ela mostrou-me uma
outra Igreja bem maior e uma casa perto. Depois levou-me para outro lugar num
pedaço de ferro cultivado, quase na frente da Segunda igreja e disse:
- Neste lugar onde os gloriosos mártires
de Furius, Aventor, Otávio sofreram o seu mistério, sobre esta terra que foi
molhada e santificada pelo seu sangue, eu quero que Deus seja honrado de uma
maneira toda especial.
Assim falando, avança um pé indicando o
lugar onde se deu o martírio e indicou-o com precisão. Eu queria colocar aí
algum sinal para identificá-lo quando tivesse voltado naquele lugar, mas nada
encontrei, nem uma estaca e nem uma pedra, todavia guardei bem na memória.
corresponde exatamente ao ângulo inteiro da capela dos SS. Mártires antes
chamada de S. Ana, do lado do evangelho na Igreja de Maria Auxiliadora.
No entanto eu me vi rodeado de um número
incalculável de jovens e eles aumentavam, porém olhando a Senhora, cresciam os
meios e o lugar, e vi depois uma grandíssima Igreja exatamente no local que me
fique ver, onde se dera o martírio dos santos da legião Tebéia, com muitos
prédios ao redor e com um bonito monumento no meio.
Enquanto aconteciam estas coisas, eu,
sempre sonhando, tinha como ajudantes padres e clérigos que me ajudavam por um
tempo e depois iam embora. Procurava com grande trabalho segurá-los, mas eles
depois de um determinado tempo iam embora e me deixavam sozinho.
Então procurei a Senhora, que me disse:
- Você quer saber como segurar esses
colaboradores? Tome esta fita e amarre-a na cabeça deles.
Tomando reverentemente a fita branca da
mão dela, vi que nela estava escrita esta palavra: obediência. Experimentei
logo a seguir o conselho da Senhora e comecei a amarrar a fita na cabeça de
alguns de meus colaboradores e me dei conta de seus maravilhoso poder: eles
ficavam, aumentava o seu número, enquanto eu continuava amarrando a fita em
tantos e tantos ajudantes. Assim teve origem a Congregação Salesiana.
Vi ainda muitas outras coisas que agora
não é o caso de contar-vos (parece que fizesse alusão a grandes acontecimentos
futuros), mas é suficiente dizer que desde aquele tempo eu caminhava sempre
seguro, seja com relação aos oratórios, seja com relação às autoridades. As
grandes dificuldades que devem aparecer estão todas previstas e conheça o modo
de as superar. Veja muito bem do que vai acontecer e vou adiante
conscientemente. Foi exatamente depois de ter visto Igrejas, casas, pátios, jovens,
clérigos e padres que me ajudavam e a maneira de chegar a isso, que eu falei a
outros e contava como se tudo existisse. É por isso que muitos me facharam por
louco…"
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