14 de dezembro de 2014

Sonhos de Dom Bosco

19/21- AS DISTRAÇÕES NA IGREJA  (1861).

Os sonhos se têm dormindo; portanto, eu estava dormindo. Minha imaginação levou-me a Igreja onde estavam reunidos todos os jovens. Começou a missa e eis que vi muitos vestidos de vermelho e com chifres, isto é, há numerosos diabinhos que davam voltas entre os jovens como oferecendo seus serviços.
A um deles presenteavam um peão; diante dos outros faziam bailar, a este ofereciam um livro; aquele, castanhas assadas. A outros, um prato de salada ou um baú aberto em que havia guardado um pedaço de mortadela; a alguns ele sugeria uma recordação da cidade natal; a outros sussurrava ao ouvido os incidentes da última partida de jogo, etc.
Alguns eram convidados com os dedos a tocar o piano, os quais atendiam o convite; a outros eles levavam o compasso de uma música; em suma, cada jovem tem seu próprio servente que inventava-lhe a realizar atos estranhos na Igreja. Alguns diabinhos estavam também encarrapitados sobre as costas de certos jovens e se entreteciam  em acariciar-lhes e alisar os cabelos com as mãos.
Chegou o momento da consagração. Ao toque da campainha, todos os jovens se arrodearam, desaparecendo os diabinhos, a exceção dos que estavam sobre os ombros de suas vítimas. Uns e outros voltaram a cara para a porta da igreja sem fazer algum externo  de adoração.
Terminada a Elevação, e aqui se volta a repetir a cena anterior, repetindo os passatempos e voltando a desempenhar cada qual o seu papel.
Se queres que eu dê uma explicação deste sonho, está aqui: creio que neles estão representados as diversas distrações e as que, por sugestão  do demônio, está exposto  cada jovem na Igreja. Os que não desapareceram no momento da Elevação, simbolizam os jovens vítimas do pecado. Estes não necessitam que o  demônio lhes apresentasse motivos de distração, porque já lhe pertencem, por isso, o inimigo lhes acaricia: o que quer dizer que suas vítimas são incapazes de fazer oração.
Observação:
Contado em 28 de novembro. O texto é de Dom Ruffino, que disse que lhes contou um sonho ou apólogo. O mesmo Ruffino parece indicar que cabia interpretá-lo como uma invenção educativa de Dom Bosco, dobre tudo tratando-se do princípio do curso  e de que havia crianças novas, aos que lhes serviam difícil concentrar-se na igreja. Esta impressão aumenta, comparando-o com "A lanterna mágica", de 1865, e "Os Cabritos", de 1866.





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