27 de maio de 2009

Símbolos da Fé - 7ª Parte

SÍMBOLO DA FÉ CONSTANTINOPOLITANO

Desde o fim do século XVII, este Símbolo da fé é conhecido com o nome de “niceno-constantinopolitano”, como se fosse só um desenvolvimento ou ampliação do Símbolo niceno. Não está claro se foi composto no concílio mesmo ou se já existia anteriormente; podemos sustentar esta última hipótese em vista do Símbolo mais breve de Epifânio (*42), que se encontra no Ancoratus (escrito em 374!) e que é muito semelhante ao Símbolo constantinopolitano. No século VI, foi adotado, em grande parte do Oriente, como Símbolo bastismal. Logo teve importância maior do que o Símbolo niceno, chegando a ser introduzido na liturgia da missa (primeiro pelo ano 480 por parte dos monofisitas em Antioquia; em Constantinopla, antes de 518). Na Igreja ocidental aparece como profissão de fé dentro da missa pela primeira vez no III Sínodo de Toledo (589), cân. 2 (MaC 9, 992s). Nesta versão encontra-se também – pela primeira vez num documento do magistério -, o “Filioque”, talvez acrescentado só depois da conclusão do sínodo; cf. *470. O “Filioque” do século VII em diante, causou fortes controvérsias teológicas. Depois que o uso desse acréscimo já estava amplamente difundido 9cf. a liturgia gálica na pesquisa de F.J. Mone, o Sínodo de Friuli em 791 e o Sínodo de Frankfurt em 794), o Sínodo de Aachen, em 809, pediu a Leão III que o “Filioque” fosse acolhido no Símbolo de toda a Igreja. O Papa não acolheu o pedido, não porque repudiasse a fórmula, mas porque não queria acrescentar algo ao Símbolo transmitido pela tradição. Mais tarde, o imperador Henrique II, por ocasião de sua coração no ano 1014, obteve de Bento VIII que, em Roma, durante a missa se cantasse o Símbolo da fé com o acréscimo do “Filioque”. Enfim, nos concílios ecumênicos de Lião II (1274) e de Florença (1439), foi reconhecido tanto pelos latinos como por alguns gregos (cf. *853 1302).


[Versão grega]

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, artífice do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um só senhor Jesus Cristo, filho unigênito de Deus,

gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai; por meio do qual tudo veio a ser;

o qual, em prol de nós, homens, e de nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou, do Espírito Santo e Maria, a Virgem, e se en-humanou; que também foi crucificado por nós, sob Pôncio Pilatos, e padeceu e foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e subiu aos céus e está sentado à direita do Pai; e virá novamente na glória para julgar os vivos e os mortos; cujo reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, que procede do Pai, que junto como o Pai e o Filho é co-adorado e conglorificado, que falou por meio dos profetas. Na Igreja una, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para a remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém


[Versão latina]

Creio em um só Deus, Pai onipotente, artífice do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um só senhor Jesus Cristo, unigênito Filho de Deus,

e nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai; por meio do qual tudo foi feito;

o qual, em prol de nós, homens, e de nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou, do Espírito Santo, de Maria Virgem, e se fez homem; que também foi crucificado por nós, sob Poncio Pilatos, padeceu e foi sepultado, e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e subiu ao céu, está sentado à direita do Pai e virá novamente para julgar os vivos e os mortos; cujo reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho simultaneamente é adorado e conglorificado, que falou por meio dos profetas. E a Igreja una, santa, católica e apostólica. Confesso um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.

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