31 de maio de 2009

Símbolos da Fé - 8ª Parte

ANASTÁSIO I: 27 DE NOV. 399 – 402 (19 DEZ. 401?)


I Sínodo de Toledo, set. 400 (405?)

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a) ...


b) “Symbolum Toletanum I” 9400) e sua forma longa, chamada “Libellus in modum Symboli”, do bispo Pastor de Palência (447)


Profissão de fé contra os erros dos priscilianos

Cremos no único Deus verdadeiro, Pai e Filho e Espírito Santo, que fez as coisas visíveis e invisíveis, por quem tudo foi criado no céu e sobre a terra. Este é o único Deus e esta é a única Trindade do nome divino [da divina substância]. (Cremos que) o Pai [porém] não é o Filho mesmo, mas há um Filho que não é o Pai. O Filho não é o Pai, mas é Filho de Deus por natureza [pela natureza do Pai]. E o Espírito é o Paráclito, e não é nem o Pai nem o Filho, mas procede do Pai [e do Filho]. O Pai é, portanto, não-gerado; gerado é o Filho; não gerado é o Paráclito, mas procede do Pai [e do Filho]. É do Pai a voz ouvida nos céus: Este é meu Filho amado, no qual me comprouve: a este [a ele] escutai [Mt 17,5; 2Pd 1.17; cf. Mt 3,17]. É o Filho quem diz: Eu saí do Pai e vim de Deus a este mundo [cf. Jô 16,28]. O próprio Paráclito [o Paráclito Espírito] é de quem o Filho diz: Se [eu] não vou para o Pai, não virá a vós o Paráclito [Jô 16,7]. Esta Trindade, distinta pelas pessoas, (é) uma substância única [unida], força, poder e majestade [na força, poder e majestade] indivisível e sem diferença; [cremos] que fora dela [desta] não haja natureza divina ou de anjo ou de espírito ou de qualquer força que se creia seja Deus.

Portanto, este Filho de Deus, Deus, nascido do Pai antes de qualquer início, santificou, no útero da bem-aventurada Virgem Maria [o útero de Maria virgem], e assumiu dela um homem verdadeiro, gerado sem sêmen do homem [viril]; [encontrando-se duas naturezas, isto é, a da divindade e a da carne, totalmente em uma única pessoa,] isto é, o Senhor [nosso] Jesus Cristo. [E] não um corpo imaginário ou composto só de forma [de alguma aparição], mas sólido [e verdadeiro]. Também [-!] teve fome e sede e sentiu dor e chorou e sentiu dor e chorou e sentiu todas as feridas do corpo [suportou todos os agravos do corpo]. Finalmente foi crucificado [pelos judeus], morto [-!] e sepultado, [e] ressuscitou ao terceiro dia; permaneceu depois com [seus] discípulos, ao quadragésimo dia [depois da ressurreição] subiu aos céus [ao céu]. Este filho do homem é chamado também “Filho de Deus”; o Filho de Deus, porém, é chamado “Deus”, não “filho do homem” [o Filho de Deus, porém, é chamado Deus, filho do homem].

Cremos na ressurreição [futura] da carne humana. Afirmamos que a alma do homem não é substância divina ou parte de Deus, mas criatura que, não por vontade divina, caiu [chamamo-la de criatura que por vontade divina foi criada].

1. Se alguém, portanto [porém], disser e [ou] crer que este mundo e aquilo que o adorna não foi feito por Deus onipotente, seja anátema.
2. Se alguém disser e [ou] crer que Deus Pai é o [próprio] Filho ou Paráclito, seja anátema.
3. Se alguém... crer que Deus Filho [o Filho de Deus] é o próprio Pai e o Paráclito, seja anátema.
4. Se alguém... crer que o Espírito [-!] Paráclito é o Pai ou o Filho, seja anátema.
5. Se alguém... crer que o homem Jesus Cristo não foi assumido pelo Filho de Deus [só a carne sem uma alma foi assumida pelo Filho de Deus], seja anátema.
6. Se alguém... crer que o Filho de Deus padeceu enquanto Deus [Cristo não podia nascer], seja anátema.
7. Se alguém... crer que o homem Jesus Cristo foi homem impassível [a divindade de Cristo foi mutável ou passível], seja anátema.
8. Se alguém... crer que o Deus da antiga Lei seja diferente daquele dos Evangelhos, seja anátema.
9. Se alguém... crer que o mundo foi feito por um outro Deus que [e não] por aquele de quem está escrito: No princípio Deus fez o céu e a terra [cf. Gn 1,1], seja anátema.
10. Se alguém... crer que os corpos humanos depois da morte não ressuscitarão [ressuscitam], seja anátema.
11. Se alguém... crer que a alma humana seja porção de Deus ou substância de Deus, seja anátema.
12. Se alguém crer que algumas escrituras fora daquelas que a Igreja católica acolhe devam ter autoridade, ou (as) venerar [Se alguém... crer que outras escrituras fora daquelas que a Igreja católica acolhe, devam ter autoridade ou ser veneradas], seja anátema.
[13. Se alguém... crer que em Cristo há uma só natureza da divindade e da carne, seja anátema.]
[14. Se alguém... crer que exista alguma coisa que possa se estender para fora da divina Trindade, seja anátema.]
[15. Se alguém julgar dever crer na astrologia e na matemática [sic!], seja anátema.][cf. *460]
[16. Se alguém... crer que as relações conjugais humanas tidas licitamente segundo a lei divina sejam execráveis, seja anátema.]
[17. Se alguém... crer que se deva abster de carne de aves ou de gado que foram dadas para nutrição, não apenas por causa da disciplina do corpo, mas porque sejam execráveis, seja anátema.]
[18. Se alguém segue ou professa a seita de Prisciliano nestes erros, de modo a fazer na ação salutar do batismo outra coisa, que seja contrária à sé de São Pedro, seja anátema.]


ANASTÁSIO II: 24 NOV. 496 – 17(19?) NOV. 498

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Carta “In prolixtate epistoale”, ao bispo Lourenço de Lignido (Ilíria ou Eslavonia), ano 497


Profissão de fé

Professamos portanto que o nosso Senhor Jesus Cristo é Filho unigênito de Deus, nascido do Pai segundo a divindade, sem início, antes de todos os séculos; o mesmo, porém, encarnado, nos últimos dias, da Santa Virgem Maria e homem perfeito, tendo uma alma racional e tendo assumido um corpo, é consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade. De fato, de maneira inefável foi feita, das duas naturezas perfeitas, uma unidade. Por isso professamos um só Cristo igualmente Filho de Deus e do homem, unigênito do Pai e primogênito dentre os mortos, sabendo que, decerto coeterno com seu Pai segundo a divindade, segundo a qual é artífice de tudo, se dignou também – depois do consenso da Santa Virgem, quando ela disse ao anjo: “Eis a serva do Senhor, aconteça a mim segundo a tua palavra” [Lc 1,38] – edificar para si, inefavelmente, por ela, um templo que uniu a si; e não transferiu este corpo, como coeterno, da sua substância do céu para cá, mas o tomou da matéria da nossa substância, isto é, da Virgem. Acolhendo-o e unindo-o a si, Deus Verbo não se mudou em carne nem se mostrou como aparição imaginária, mas, conservando imutável e invariavelmente a sua essência, uniu a si as primícias da nossa natureza. De fato, o princípio, Deus Verbo, dignou-se unir a si, na sua grande bondade, estas primícias da nossa natureza: ele se mostrou não misturado, mas único e o mesmo em ambas as substâncias, segundo o que está escrito: “Destruí este templo e em três dias o reerguerei” [Jô 2.19]. Foi destruído, de fato, Cristo Jesus segundo a minha substância que ele assumiu, e ele mesmo ressuscita o seu próprio templo destruído, a saber, segundo a substância divina, segundo a qual é também o artífice de tudo.
Depois da ressurreição da nossa natureza a ele unida, nunca se separou do seu próprio templo, nem se pode separar, por causa da sua inefável benignidade, mas ele é o mesmo Senhor Jesus Cristo, tanto passível como impassível, passível segundo a humanidade e impassível segundo a divindade. Deus Verbo ressuscitou, portanto, o seu templo e operou em si a ressurreição e a renovação da nossa natureza. E esta, o Senhor Cristo, depois de ressuscitado dos mortos, mostrava-a aos discípulos, dizendo: “Tocai-me e vede, já que um espírito não tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho” [Lc 24,39]. Não disse “como dizeis que eu sou”, mas “que eu tenho”, para que, considerando tanto quem tem quanto quem é tido, possas notar que não houve mistura, nem transformação, nem mudança, mas unidade. Por isso, ele mostrou também as perfurações dos cravos e a ferida da lança e comeu com o seus discípulos, para ensinar por meio de todas estas coisas a ressurreição, nele renovada, de nossa natureza; e, já que, segundo a santa divindade, ele é sem transformação ou mudança, impassível, imortal, necessitado de nada, suportando todos os sofrimentos, ele permitiu que estes fossem infligidos ao seu templo, que suscitou com a própria força, bem como operou, mediante a própria perfeição do seu templo, a renovação da nossa natureza.Aqueles, ao contrário, que dizem que Cristo é um simples homem, ou que é Deus passível, ou que se mudou em carne, ou que teve um corpo não unido a si ou que o fez descer do céu, ou que foi uma aparição imaginária, ou – afirmando que Deus Verbo é mortal – (dizem) que ele teve necessidade de ser ressuscitado pelo Pai, ou tomou um corpo sem alma ou uma humanidade sem a faculdade do sentido, ou que as duas substâncias de Cristo, confusas por mistura, foram reduzidas a uma só substância, e não professam que nosso Senhor Jesus Cristo é duas naturezas inconfusas, porém uma única pessoa, portanto, um só Cristo, igualmente um só Filho: a Igreja católica e apostólica os anatematiza.

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