20 de junho de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 512

AH! SE EU FOSSE COMO ELA!...

Lede e meditai. Uma alma, na primavera da vida, perderá sua piedosa mãe. Com ela talvez tivesse percorrido sem deslize a espinhosa senda da juventude; mas sem ela, ai! pobre jovem! caiu e, cegada pelas paixões, alucinada pelo mundo e seduzida pelo demônio, ia rolando de abismo em abismo, de vergonha em vergonha...
Um dia, estando num jardim, apanhou um papel levado ali pelo vento e leu:
— E tua mãe?
— Morreu, sr. padre.
— Era boa?
— Ah! minha mãe... Fosse eu como ela!... Era uma santa!
— Então, não duvides, ela está no céu.
— Oh! sim, ela está no céu. Mas, ai! desde que ela faleceu, o mundo... minhas amigas... o demônio... meu caráter... Ai! sou uma desgraçada! Se minha santa mãe o soubesse?!
— Minha filha, tua mãe, do céu onde está, sabe tudo, vê tudo.
— Será, padre, que ela me vê?
— Sim. Segundo a nossa fé, tua mãe te ama no céu quase infinitamente mais do que te amava neste mundo. De lá segue os teus passos, ouve tuas palavras, vê tuas ações, sonda os teus pensamentos.
— Meu padre, tenho medo! Morro de vergonha!
— Escuta bem, pois raramente se pensa nisto. Tua mãe no céu, ao ver-te cometer um pecado, se pudesse sofrer, sentiria tamanha tristeza, que no mesmo instante morreria.
— Então, pecando, sou assassina de minha mãe?
—. Sim, da mesma forma que és assassina de Deus.
— Ai! de mim! Ai! mil vezes tenho pecado! Mil vezes tenho sido assassina de minha mãe!
— Não te esqueças, porém, minha filha: se rezas, comungas, lês um livro espiritual, praticas uma obra de caridade, tua mãe, ao contemplar-te do céu, sente tanta alegria, que, se pudesse morrer, morreria de gozo.
A folha de papel estava rasgada e aquela jovem pecadora não pode 1er mais. Contam, porém, testemunhas oculares que desde aquele dia se operou uma mudança completa naquela alma.
Não é mais a pecadora. Tornou-se a cópia da mãe.

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