O EXEMPLO DO MÉDICO DESCURET
O célebre médico Descuret assistia a um enfermo, cujo estado era desesperador. Médico do corpo, mas também interessado pela saúde da alma, avisou a família da gravidade da doença, a fim de que o doente pudesse receber os Sacramentos. Ao receber a primeira comunicação de sua própria esposa, o doente atirou-lhe na cabeça uma tigela e feriu-a. Descuret curou aquele ferimento, mas deixou de saudar o doente.
— Doutor, o sr. não me saúda?
— Não o mereces; é assim que se trata a uma esposa?
— Mas o sr. sabe o que ela me disse?
— O que é que disse?
— Que eu devia confessar-me!
— Pois ela não fez mais que cumprir o seu dever.
— Mas se dissessem isso ao sr., que faria?
— Não preciso que mo digam, porque eu o faço espontaneamente.
— Como! o sr. se confessa? o sr. que estudou tanto?
— Sim; precisamente por isso me confesso.
— Bem; chamem depressa um padre, que eu também quero confessar-me!
E confessou-se com o vigário da igreja de S. Tiago; e entregou-lhe publicamente um punhal com que havia assassinado a mais de uma dúzia de padres, e com que tencionava matar o que viesse para confessá-lo na última hora. Mas a graça foi mais poderosa, e ele morreu bem.
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