RETRATOS DE NOSSA SENHORA
Nossa Senhora Mártir
Parte 5/9
Maria permanece de pé junto à cruz com heroísmo de rainha dos mártires. Cada ferida que atormentava o corpo de Jesus afligia também o seu coração de mãe; o golpe da lança que rasga o lado de Jesus e abre o seu coração, já não o sente o cadáver do filho, só o sente o coração da mãe.
Estava a Mãe dolorosa chorando junto à cruz de onde pendia o seu filho. Estava de pé, convidando a todos os que passavam pelo caminho da vida carregados com uma cruz, a que se abeirassem dela e meditassem se havia na terra dor semelhante a sua.
Para avaliar a dor de Maria, é necessário avaliar primeiro o amor que tinha a seu filho. Era mulher e era mãe; o seu coração foi feito para amar e sofrer. Era mãe e era virgem, e o amor que uma mãe tem a um filho estava enriquecido com as delicadezas que encerra o coração de uma virgem. Era mãe e estava só no mundo; nem seus pais, nem seu marido a acompanhavam no seu sofrimento. Era mãe de um filho único. Nele tinha concentrado todo o seu amor.
Era mãe e podemos dizer que no seu coração entesourava o amor de mãe e o amor de pai, pois aquele filho não tinha outros pais senão ela na terra e Deus no céu.
Coração de mulher, coração de mãe, coração de virgem, que sentiria ao presenciar aquela morte de seu filho!
É sempre imensa a dor de uma mãe ao ver morrer um filho, porém, se esse filho era único e era o seu único amparo na terra? E se esse filho era o melhor, o mais sábio, o mais belo de todos os filhos? E se esse filho morre entre horríveis sofrimentos, sem que ela possa proporcionar-lhe o mais pequeno alívio? E se morre no suplício mais doloroso e afrontoso? E se as autoridades civis e religiosas se juntaram para lhe tirar a vida? E se a mãe sabe que o filho esta inocente? Se sabe que aquele filho para mais é um Deus, o seu Redentor e que se morre é para torná-la imaculada, e cheia de graça? Quem pode medir a dor do coração de Maria quando esta junto da cruz de seu filho?
Com razão se chama a Mãe das Dores.
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