OS PAIS E A VOCAÇÃO RELIGIOSA
1. S. Afonso Maria de Ligório teve muito que sofrer e lutar para chegar a ser padre e religioso. É que seu pai empregou todos os esforços e meios para obrigá-lo a abraçar o estado do matrimônio. A tudo resistiu denodadamente o fervoroso jovem, não cedendo nem as caricias nem as ameaças. Depois de consultar seu diretor espiritual, consagrou-se totalmente a Deus; e em sinal de que cumpria a sua palavra, colocou sua espada de cavalheiro sobre o altar de Nossa Senhora.
Seu pai abraçava-o e dizia-lhe com os olhos banhados em lágrimas: “Filho, por que me queres deixar? Por que me deixas, Afonso meu?”. Isto causou ao Santo uma enfermidade que fazia tremer todo o seu corpo, e confessava mais tarde que, em toda a sua vida, nunca tivera tentado mais forte..
2. Certo jovem estudante sentia vocação religiosa, mas temia dizê-lo a seu pai. Este ficou sabendo disso por imprudência de um amigo, e opôs-se resolutamente. O rapaz, um ou outro dia, tornava a pedir a licença, mas sem resultado. Fez uma novena a S. Francisco Xavier e ao terminá-la disse ao pai: “Papai, farei o que o senhor quer: irei a Madrid para estudar medicina; mas asseguro-lhe que, chegado à maioridade, deixarei tudo e me farei jesuíta”. O pai, impressionado, fê-lo sentar-se a seu lado; com carinho e vivacidade apresentou-lhe as dificuldades da vida religiosa, as perseguições e calúnias dos inimigos dela e os trabalhos e penas dos missionários. Não podendo vencer a firmeza do filho, toma papel e pena e ali mesmo escreve a permissão que o filho desejava. Pouco depois entrava o jovem no noviciado. Hoje trabalha como missionário na China.
3. A mãe de S. João Bosco ficou ciente de que seu filho tratava de abraçar a vida religiosa. O sacerdote, que lho comunicou, aconselhou-a a opor-se a tal intento, porque, sendo sacerdote secular, podia ajudá-la, quando fosse velha, e, sendo religioso, não. A mãe do Santo não aceitou esses conselhos; pelo contrário, decididamente, disse ao filho: “Eu de ti não quero nada nem espero nada. Nasci na pobreza, tenho vivido na pobreza e quero morrer na pobreza... Primeiramente, a salvação de tua alma... E digo-te agora, solenemente, que, se te fizeres padre e chegares porventura a ser rico, eu nunca mais irei ver-te. Recorda-te bem disso!”
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