22 de janeiro de 2017

Tesouro de Exemplos - Parte 262 a 264

A FORTALEZA, VIRTUDE DOS MÁRTIRES

1. O P. De Tena, velho e doente, só podia andar com o auxílio de uma bengala, por causa do reumatismo. Foi levado pelos vermelhos a Madrid, em 1936. Estando diante do tribunal, quiseram faze-lo apostatar. Dizem-lhe:
— Jure que Deus não existe.
— Existe, sim e as provas são estas. — E começou a aduzir provas da existência de Deus.
Com modos ainda piores urgem com ele para que apostate.
— Como hei de negar a Deus, que neste momento nos está vendo?
Um deles, o chefe, levanta-se bruscamente, encosta-lhe o revólver ao peito e grita:
— Negue que Deus existe, ou eu mato-o.
O Padre, com dificuldade, pôs-se em pé, e meio apoiado à mesa, disse com voz firme: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra!”
O verdugo, desarmado diante de tanta coragem, larga o revólver na mesa, na qual dá um murro, dizendo:
— Não posso matar este homem.

2. O governador de uma cidade do Japão, não longe de Omura, fizera comparecer à sua presença um "grande número de cristãos. Ameaçava-os com os mais espantosos suplícios se persistissem em desobedecer aos editos do imperador. O mais jovem do grupo tomou a palavra e deu a entender ao governador que eles, os cristãos, desprezavam todas as ameaças. O juiz, indignado com a coragem daquele jovem, mandou vir um braseiro aceso, e, dirigindo-se a ele, disse:
— Vou confundir a tua presunção. Serás capaz de conservar a extremidade de um dedo metida neste braseiro durante um pequeno espaço de tempo? E se não fores, como poderás deixar-te queimar vivo ao fogo lento?
O jovem, sem dizer palavra, adiantou-se imediatamente e introduziu um dedo no braseiro, deixando-o queimar com a mesma naturalidade como se o tivesse mergulhado em água morna. O governador, fora de si pelo assombro, não conseguía proferir nem urna palavra. Levantou-se e, abraçando o generoso cristão, deixou-os todos em liberdade para continuarem professando a religião que quisessem.

3. Pedro Riu era menino de treze anos, filho do mártir Agostinho Riu, da Coréia. Desejoso de imitar a fortaleza do pai, apareceu diante do tribunal e disse:
— Eu também sou cristão.
Levado a juízo, confessou sua fé com animo tranquilo, tanto que um dos verdugos, admirado de sua imperturbalidade, enterrou-lhe na carne seu cachimbo de metal feito brasa, arrancando-lhe um pedaço de carne.
— Continuarás sendo cristão? — perguntou-lhe.
— Certamente — respondeu. — Pensas que por isto vou renunciar a Jesus Cristo?
O pagão, cheio de ira, tomou com umas tenazes uma brasa e com voz ameaçadora, disse-lhe:
— Abre a boca!
— Está aberta — replicou o mártir, abrindo-a quanto podia.
O verdugo ficou um momento atônito, mas logo reagiu e introduziu-lhe na boca o carvão incandescente, retirando-o depois quase apagado.
Catorze vezes foi o menino submetido a essa tortura, recebeu seiscentos açoites; aplicada a parte inferior de seu corpo a uma máquina torturadora, foram-lhe arrancados, as pernas e coxas, pedaços de carne, que o pequeno mártir, tomava nas próprias mãos e atirava-os com desprezo ao mandarim. Afinal, morreu estrangulado. Isto aconteceu na perseguição dos Bóxeres em 1900.

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