17 de maio de 2015

Comungai Bem. Padre Luiz Chiavarino.

NECESSIDADE DA VESTE NUPCIAL

D. — Padre, tenha a bondade de explicar-me a parábola dos convidados às núpcias, e o que sucedeu ao que não tinha a veste nupcial.
M. — Com muito gosto. Preste, pois atenção.
* * *
Narra o Santo Evangelho que um rei quis, com a maior pompa possível, celebrar o casamento de seu filho. Preparou um grande banquete e convidou todos os parentes e amigos.
Muitos, porém se recusaram em atender ao convite de tão bondoso rei. Vendo isto, o rei disse aos seus criados que fossem às praças e ruas da cidade e convidassem a todos que encontrassem.
Quando a sala ficou repleta e os lugares todos ocupados, entrou o rei para passar em revista os convidados. Encontrou um que não tinha a veste nupcial, e lhe disse: "Amigo, como entraste aqui não tendo a veste nupcial?" E sem mais detença ordenou aos criados: "Tirai-o daqui, e atado de mãos e pés lançai-o no calabouço".
Amigo, como entraste aqui não tendo a veste nupcial.
D. — Padre, que significa esta veste nupcial da qual não estava revestido aquele infeliz e por isso foi metido no cárcere, sendo ele pobre?
M. — Este banquete representa a Eucaristia, ou seja, a Sagrada Comunhão. O rei que faz festa por motivo das núpcias de seu filho é o Padre Eterno; o filho é Jesus Cristo que se desposa com a natureza humana. Os convidados são todos os homens da terra.
Esta parábola significa que Deus criou todos os homens para o paraíso; e por isso, os convida a todos a alcançá-lo pela senda da fé, da caridade, da penitência e dos sacramentos; porém, dentre estes convidados, muitos não querem crer: são os ateus; outros apresentam desculpas: são os pecadores que adiam a própria conversão; finalmente alguns vão ao banquete, porém sem a veste nupcial: são os sacrílegos, representados naquele infeliz que foi expulso do banquete, atado e metido em um calabouço.
D. — Então, porque o obrigaram a vir ao banquete?
M. — Ele sabendo que era indigno, devia opor-se, apresentar pretextos, ou pedir desculpas antes de entrar.
O fato é bem claro: todo aquele que vai comungar com pecado mortal na alma se encontra nas mesmas condições daquele infeliz e, portanto em perigo de ser condenado.
Ademais, Deus mesmo o disse pela boca do grande apóstolo São Paulo: “Aquele que come a minha carne indignamente, come a sua mesma condenação e a si mesmo se julga”.
Lê-se em um capítulo do Sagrado Livro dos Números que, quando o marido, por uma suspeita fundada, duvidasse da fidelidade de sua mulher, tinha o direito, conforme a lei de Moisés, de apresentá-la ao Sacerdote. Este, para dissipar a dúvida, tomava um pouco de pó do chão do templo e misturando-o com água dava-o à mulher para beber. Se ela era culpada, caía imediatamente morta, como corroída por um terrível veneno; mas se era inocente, nada lhe sucedia e voltava para casa, no meio do contentamento e alegria de seus parentes.

O mesmo sucede, embora invisivelmente, na Santa Comunhão. Ai da alma em pecado mortal, que ousa aproximar-se da mesa sagrada para receber a Comunhão das mãos do Sacerdote!... Ser-lhe-á um veneno mortal.
Feliz, ao invés, mil vezes feliz aquele que se alimentar desse Pão da Vida, tendo o coração limpo e contrito; receberá bênçãos e graças e os aplausos dos anjos, e a comunhão será para ele penhor de glória eterna.
D. — Serão muitos os que comungam sem a veste nupcial, ou seja, em pecado mortal?
M. — Quem poderá dizer com certeza que sejam muitos? O certo é que, infelizmente, existem muitos em todas as classes sociais.
Ai da alma em pecado mortal, que ousa aproximar-se da mesa sagrada.

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