O Símbolo dos Apóstolos
9º artigo
(continuação) : Na Comunhão dos Santos
1. Estas palavras, “Creio na Comunhão dos Santos”,
significam que os bens espirituais da Igreja são comuns a todos os seus membros
de uma mesma família ou de um mesmo corpo.
2. A palavra “comunhão” quer dizer aqui comunidade. Assim,
como há comunidade de bens entre todos os membros de uma mesma família, assim
também, há na Igreja comunidade de bens espirituais entre todos aqueles que a
compõem.
3. Dá-se o nome de “Santos”, não só aos bem-aventurados que
estão no Céu e às almas do Purgatório, como ainda aos fiéis da terra, porque
foram santificados pelo Batismo e são chamados a viver uma vida santa.
4. Os bens espirituais da Igreja são: os merecimentos de
Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos, os Sacramentos, o
Santo Sacrifício da Missa, as orações e as boas obras.
5. A Comunhão dos Santos não existe apenas entre os fiéis
que vivem sobre a terra, mas ainda entre a Igreja triunfante, a Igreja
militante e a Igreja padecente.
6. A Igreja triunfante é a reunião dos santos que triunfam
com Jesus Cristo no Céu.
7. A Igreja militante é a reunião dos fiéis que combatem na
terra contra os inimigos da Salvação.
8. A Igreja padecente é a reunião das almas dos justos que
acabam de expiar as suas culpas nas penas do Purgatório.
9. O Purgatório é este lugar de sofrimentos onde as almas
dos justos acabam de expiar as suas culpas antes de entrar no Céu.
10. Estão no Purgatório aqueles que morreram em estado de
Graça, não se achando todavia completamente isentos de pecados veniais ou que
não satisfizeram ainda à justiça de Deus.
11. A existência do Purgatório é certa. Com efeito Jesus
Cristo diz no Evangelho que as blasfêmias contra o Espírito Santo não serão
perdoadas neste mundo nem no outro. Nosso Senhor dá-nos assim entender que
outros pecados serão perdoados depois desta vida. Ora não o podem ser no Céu,
onde não entra o pecado, nem no Inferno, onde não há perdão. Portanto sê-lo-ão
no Purgatório.
12. Encontramo-nos em comunhão com os santos que estão no
Céu enquanto oramos por eles, e eles intercedem por nós.
13. Estamos em comunhão com as almas do Purgatório, enquanto
as aliviamos com as nossas orações, as nossas belas obras, pelas indulgências e
sobretudo pelo Santo Sacrifício da Missa.
14. As orações que ordinàriamente se rezam para as almas do
Purgatório são : o ofício dos mortos, o salmo “De profundis”, e a invocação : “
Que as almas dos fiéis defuntos descansem em paz pela misericórdia de Deus”.
15. Os fiéis da terra estão em comunhão entre si enquanto
cada um deles aproveita das orações e boas obras que se fazem em toda a Igreja.
16. Nem todos participamos destes bens no mesmo grau, que é
maior ou menor segundo os nossos merecimentos.
17. Os próprios pecadores têem alguma parte nesta comunhão
de bens espirituais, de que lhes advêm graças, que podem aproveitar para se
converterem.
18. Não participam de modo algum, dos bens espirituais da
Igreja aqueles que não são membros dela, como os hereges, cismáticos, e
excomungados.
19. Por estas palavras “Fora da Igreja não há salvação”
devemos entender que é absolutamente impossível a salvação aqueles que
voluntariamente de má fé se conservam fora da verdadeira Igreja
Explicação da gravura
20. Esta gravura representa a comunicação dos santos na
multidão dos Santos e dos Anjos que estão no Céu, nos fiéis da Terra e nas
almas do Purgatório.
21. Na parte superior da gravura os Anjos e os Santos adoram
as três pessoas da Santíssima Trindade, rogando-lhes pelos fiéis que vivem
sobre a terra.
22. Ao centro, estes fiéis assistem ao Santo Sacrifício da
Missa, invocando os Santos do Céu, orando uns pelos outros e pedindo a
libertação das almas do Purgatório.
23. O plano inferior representa o Purgatório. As águas
refrescantes que os dois anjos derramam sobre as almas simbolizam o alívio que
se lhes obtém pelo Santo Sacrifício da Missa.
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