E DOS MOÇOS BEATOS?...
1. Ousareis dizer que os moços que comungam com frequência são os mais libertinos e canalhas? Assim o afirmava e repetia um rapaz bastante atrevido.
— Amigo — disse-lhe eu — vamos por esse negócio em pratos limpos. Tu me dirás o nome de algum moço beato e diante do nome anotaremos o crime de que o acusas; eu farei outro tanto com alguns rapazes mundanos que eu e tu conhecemos. Podes começar:
— Roque Verão.
— Conheço. Qual é o crime desse beato?
— Pois veja o senhor: tem vinte anos e ai está todas as noites e manhãs na igreja; as vezes até o vimos com o caniço na mão a acender e a apagar as velas. Isso é ridículo.
— Perfeitamente, amigo; escrevamos, pois, que o crime desse beato é: acender e apagar as velas na igreja.
Agora me toca, a mim, escolher um jovem não beato. Seja teu próprio irmão Bráulio Outono, que descanse em paz. E escrevo crime de um rapaz mundano que mui dificilmente ia a igreja e comungava uma vez por ano: morreu aos quinze anos de uma enfermidade vergonhosa que contraíra por seus vícios. Isso tu o sabias, e é a história de muitos como ele...
O atrevido rapazola não quis continuar. Estava vencido. O caso é rigorosamente histórico. Só se trocaram os nomes.
2. Padre — dizia-me uma senhora menos inteligente que elegante — uma palavrinha ao ouvido e só entre nós: Não lhe parece que os moços que comungam são quase sempre muito sem graça?
— Senhora — respondi — entre um moço sem graça e um rapaz libertino, prefiro o primeiro.
Como quer a senhora que um jovem piedoso se mostre muito espirituoso e alegre nas reuniões que a senhora frequenta? Ele, tão puro! Eles, tão libertinos! Pode estar a gosto uma pomba no meio de um bando de gaviões?
Senhora, os jovens piedosos parecem pouco simpáticos e sem graça a certas filhas de Eva, por quê? Porque se abstém de piadas e coqueterias. Ora, para muitas a conversação, sem forte dose de pimenta, é insípida, — é sem graça. Essa é a verdade; amarga, sim, mas, enfim, é a pura verdade.
— Amigo — disse-lhe eu — vamos por esse negócio em pratos limpos. Tu me dirás o nome de algum moço beato e diante do nome anotaremos o crime de que o acusas; eu farei outro tanto com alguns rapazes mundanos que eu e tu conhecemos. Podes começar:
— Roque Verão.
— Conheço. Qual é o crime desse beato?
— Pois veja o senhor: tem vinte anos e ai está todas as noites e manhãs na igreja; as vezes até o vimos com o caniço na mão a acender e a apagar as velas. Isso é ridículo.
— Perfeitamente, amigo; escrevamos, pois, que o crime desse beato é: acender e apagar as velas na igreja.
Agora me toca, a mim, escolher um jovem não beato. Seja teu próprio irmão Bráulio Outono, que descanse em paz. E escrevo crime de um rapaz mundano que mui dificilmente ia a igreja e comungava uma vez por ano: morreu aos quinze anos de uma enfermidade vergonhosa que contraíra por seus vícios. Isso tu o sabias, e é a história de muitos como ele...
O atrevido rapazola não quis continuar. Estava vencido. O caso é rigorosamente histórico. Só se trocaram os nomes.
2. Padre — dizia-me uma senhora menos inteligente que elegante — uma palavrinha ao ouvido e só entre nós: Não lhe parece que os moços que comungam são quase sempre muito sem graça?
— Senhora — respondi — entre um moço sem graça e um rapaz libertino, prefiro o primeiro.
Como quer a senhora que um jovem piedoso se mostre muito espirituoso e alegre nas reuniões que a senhora frequenta? Ele, tão puro! Eles, tão libertinos! Pode estar a gosto uma pomba no meio de um bando de gaviões?
Senhora, os jovens piedosos parecem pouco simpáticos e sem graça a certas filhas de Eva, por quê? Porque se abstém de piadas e coqueterias. Ora, para muitas a conversação, sem forte dose de pimenta, é insípida, — é sem graça. Essa é a verdade; amarga, sim, mas, enfim, é a pura verdade.
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