19 de janeiro de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 440

A PROPÓSITO DA DIFAMAÇÃO

Conta-se que um discípulo do sábio Sócrates, querendo contar-lhe um fato que ouvira numa roda de conhecidos, começou assim :
— Ouve, mestre, o que se diz de um teu amigo...
— Para! para! — interrompeu-o o filósofo. — Já passaste por três peneiras o que me vais contar.?
— Por três peneiras!? — exclamou o discípulo, admirado.
— Sim, meu amigo, por três peneiras. Vejamos se o que me desejas contar pode passar por elas. A primeira é a verdade. Tens plena certeza do fato? Examinaste seriamente se é verdade?
— Não examinei, mas ouvi falar e...
— Bem — atalhou Sócrates — pois que não passa pela primeira, estás certo de que passará pela segunda peneira? Se o que me queres contar, se bem que duvidoso, é ao menos alguma coisa boa?
— Boa, propriamente, não é. Compromete...
— Ora — interrompeu novamente o mestre — se é duvidoso e mau o que me vens contar, vejamos se consegue salvar-se na última peneira. Tens motivos graves para contar o que ouviste? Será necessário que eu seja informado?
— Necessário, propriamente, não, mas...
Sorriu então, o filósofo e continuou sua lição, dizendo:
— Se o que me desejas contar é duvidoso, não é coisa boa, nem precisa ser conhecido por outros, melhor será não contá-lo.
A difamação é um pecado como a calúnia e a maledicência. Quem comete essa injustiça tem obrigação de reparar o dano causado ao próximo.

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