29 de fevereiro de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 67

QUANTO PODE A VIRTUDE

A alma que toda se entrega a Deus e ao serviço divino não conhece fraqueza, antes é capaz das ações mais heroicas. Eis um exemplo recente.
No meio dos horrores da passada guerra mundial alguns fugitivos armênios chegaram a Roma para visitar o Papa. O chefe deles, o venerando bispo de Trapezunda, narrou ao Vigário de Cristo uma cena horrível, porém heroica.
Tropas árabes e turcas — disse ele — reuniram nas proximidades de Erzerum, na Asia Menor, todas as donzelas e senhoras de uma aldeia e conduziram-nas ao pequeno planalto de Kemakh. A meseta (planalto) termina num abrupto precipício e no fundo do abismo veem-se pedras enormes que o ímpeto das águas arrasta do alto da montanha. Ai chegadas, dizem os turcos ás pobres prisioneiras:
Agora escolhei: ou ides voluntariamente para os nossos haréns, ou sereis arrojadas ao fundo deste precipício.
Lá embaixo, no abismo, bramiam as águas furiosamente. Que fazer naquela conjuntura? De repente adianta-se uma das mais jovens prisioneiras, uma donzela de porte distinto. Em seus olhos arde o fogo da decisão tomada. Diante de sua alma brilha a visão divina de Cristo. Com voz firme e clara pronuncia as palavras: Em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo e, fazendo ao mesmo tempo o sinal da Cruz, atira-se corajosamente ao abismo.
Foi como uma voz de comando. Quando os ferozes turcos, que se tinham afastado, se aproximaram da meseta, não encontraram ali nenhuma mulher.
Todas se tinham lançado ao abismo, preferindo perder a vida, a perder a honra e o céu.

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