30 de janeiro de 2012

Quarto Domingo depois da Epifania

O Evangelho deste Domingo e do anterior foram tirados do mesmo capítulo de S. Mateus. Jesus manifesta a sua realeza e divindade imperando aos ventos e ao mar; e o Evangelho, para relevar a importância do fato, põe em contraste a agitação furiosa das vagas com a tranquilidade que depois se seguiu. Mas é no seio da Igreja e no domínio íntimo das consciências que se verifica sobretudo a realeza de Cristo. Por isso os Padres viram no vento ruidoso da procela o símbolo de Satanás que levanta as tempestades de perseguição contra os santos, e no mar tumultuoso, as paixões e a maldade dos homens que não cessam de promover na terra o ódio e a violação da lei de Deus. Na Igreja de Cristo, ao contrario, é a grande lei da caridade que regula e harmoniza todos os membros; porque se os três primeiros preceitos do Decálogo nos impõem o amor de Deus, perfeito e absoluto, os últimos sete obrigam-nos, como consequência lógica, ao amor de todos os homens. Na Epifania, Jesus revela-se aos homens como Filho de Deus e dá-lhes a faculdade de participar nos privilégios e na realeza do seu corpo místico, se o quiserem reconhecer como tal e aceitar como Chefe e Cabeça. Todos os cristãos, com efeito, constituem um corpo só de que Jesus é a cabeça, e todos se devem por conseguinte amar com aquele amor que dedicam em intensidade e pureza ao próprio Jesus Cristo. Aquela barca frágil que voga tranquila entre as vagas, é a Igreja de Deus que vai conduzindo através da tempestade dos séculos a divindade de Cristo. É a proteção do Salvador, que leva dentro de si, deve o milagre de não sossobrar aos assaltos das vagas.

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