5 de novembro de 2021

Teresa de Los Andes - Deus, Alegria Infinita - Diário e Cartas

ANUNCIA SUA MORTE

Em março de 1920, iniciada a quaresma, Ir. Teresa comunica ao confessor - Pe. Avertano - que vai morrer dentro de um mês; pede que a autorize a intensificar sua penitência pelos pecados da humanidade. Sem dar importância ao anúncio, o Padre, como única resposta, lhe diz que se coloque nas mãos de Deus com inteira disponibilidade. E o que ela fez e inculcou aos outros durante toda a sua vida!
Apesar de que, por ser quaresma, sente desejos de compartilhar a cruz de Cristo, sabe muito bem que "a cruz é o dever; é a abnegação de nossa vontade". E, esquecida de si mesma, redobra sua atitude de serviço, tratando de aliviar as demais, em tudo que pode. Sua despreocupação de si mesma chega ao extremo de, apesar do mal da morte já ter começado a se apoderar de seu débil organismo, não lhe dar importância, nem acreditar necessário manifestar que está febril e com mal-estar. E ninguém o nota, pois a vêem afável, sorridente, serviçal e animada nas duras observâncias quaresmais.
Mais tarde notarão nela remorso por se ter excedido, e pedirá perdão repetidas vezes.
Na Semana Santa, mesmo muito mimada pela enfermidade, não pediu o menor alívio e passou horas inteiras ajoelhada diante da urna com o SS. Sacramento e absorta em profunda oração durante o exercício das Sete Palavras e as longas cerimônias costumeiras naquele tempo. Na noite de Quinta-Feira Santa não chegou a dormir nem quatro horas.
Terminada a Sexta-Feira Santa, a mestra de noviças, notando o rosto de Ir. Teresa muito enrubescido, temendo que estivesse doente, mandou-a repousar. Logo se constatou que tinha febre muito alta. Tomaram-se as necessárias providências, sem conseguir que a febre baixasse um grau.

EM SEU LEITO DE MORTE

A comunidade, que tanto apreciava a nossa noviça, fez o indizível para salvá-la. Seis médicos a atenderam.
2ª-feira, 5 de abril, a enferma pediu os últimos sacramentos.
Depois de receber o Santo Viático, ficou em êxtase durante mais de uma hora. O mesmo aconteceu na 3ª-feira, depois de comungar.
À noite da mesma 3ª-feira, voltando a si depois de um grave paroxismo, fez com imensa alegria sua profissão religiosa. Até três vezes repetiu emocionada a fórmula de consagração ao Senhor, agradecendo à comunidade essa graça. 4ª-feira comungou pela última vez. Desde 5ª-feira sofreu frequentes delírios que confirmaram os médicos em seu diagnóstico: tifo.
Quando as irmãs se interessavam por ela, sorrindo e com palavras de gratidão, respondia invariavelmente: "Estou muito bem".
Porém ao médico acreditava-se obrigada a manifestar todos os seus males. Assim soube-se que vinha suportando terríveis dores. E a comunidade - a qual tanto tinha edificado com sua virtude estando sã - admirava agora a paciência, a serenidade e a paz com que suportava sua enfermidade. Nunca se queixava. "A vitima de amor - dizia - tem de subir ao Calvário." Com rosto aprazível sofria o doloroso tratamento a que era submetida, sobretudo as contínuas injeções que crivaram seus braços.

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