OS MÁRTIRES DE UGANDA
O que aqui vamos narrar passou-se em 1886.
Alguns santos missionários, desejosos de conquistar almas para Deus, haviam-se internado em regiões desconhecidas da África, chegando ao reino de Uganda, ao sul do Egito. Ali pregaram a Jesus Crucificado, e pregaram com tanto fervor que até dos pajens, que serviam ao rei e a família real, muitos se converteram.
Que maravilhosa transformação se operou naqueles meninos e jovens desde o momento em que, bem preparados, receberam o santo batismo! Viviam ao lado de um rei impudico; eles, porém, eram como anjos... Estavam rodeados de gente que adorava uma multidão de ídolos, e eles só adoravam a Jesus pregado na cruz... Viam que os cortesãos e suas famílias só pensavam em gozar e divertir-se, ainda que para isso fosse mister assassinar e tirar a vida aos inocentes; eles, porém, encerravam-se em suas casas, onde passavam longas horas em oração.
O rei, chamado Muanga, soube do fato e ordenou que, certo dia, as oito da manhã, se reunissem em seu palácio todos os conselheiros do reino. Estando todos reunidos falou-lhes assim:
— Eu vos pedi que me désseis vossos filhos para me servirem como pajens de meu trono. Vós mos destes, é verdade, mas são os piores de vossas casas, porque não seguem as minhas doutrinas, mas a doutrina desses magos católicos que vieram a este reino.
E aqueles vis cortesãos, aduladores e cruéis, responderam:
— Manda-os matar e te daremos outros.
Era o que esperava aquele bárbaro rei. Chamou imediatamente a Carlos Luanga, que era um jovem muito simpático e se achava à frente de todos os jovens, e ordenou-lhe que sem demora trouxesse todos à sua presença.
Poucos momentos depois achavam-se reunidos ante o trono todos os pajenzinhos do negro e cruel rei. Fixou-os com olhos de tigre e disse-lhes:
— Ouvi dizer que alguns de vocês deixaram o culto de nossos deuses e rezam ao Cristo pregado por esses magos que há pouco vieram da Europa a nossas terras. Se for verdade essa apostasia, vocês morrerão. De sorte que os que não rezam venham aqui ao meu lado; e os que rezam fiquem ali em frente de mim. Ante a cólera do rei e a ameaça de morte não se intimidaram aqueles jovens cristãos. Com ânimo varonil e sincera alegria colocaram-se em frente do rei. Eram dezesseis: quase todos muito jovens ainda. Por seu sangue pertenciam as famílias mais distintas do reino. A frente deles estava corajosamente Carlos Luanga.
O bárbaro rei negro, enfurecido, perguntou-lhes:
— É verdade que vocês são cristãos? que rezam ao Cristo desses missionários brancos?
— Sim — responderam todos com dignidade.
— E estão resolvidos a ser cristãos e a rezar até a morte?
— Até a morte — responderam resolutos.
Voltou-se o rei para os verdugos que lhe rodeavam o trono e, deixando perceber sua cólera, disse:
— Conduzi-os para fora, e matai-os todos.
Um dos verdugos, chamado Mukajanga, tinha um filho ali entre os pajens cristãos. Dirigiu-se a ele e disse:
— Meu filho, diz que não rezas e serás salvo.
Mas o valente menino replicou:
— Meu pai, isso não direi nunca. Eu rezo e rezarei sempre.
— Pois então — acrescentou o pai — foge e esconde-te em casa para escapar à morte. Não me obrigues a tirar-te a vida.
— Não fujo, meu pai — exclamou o heroico mártir — quero morrer com meus companheiros. Quero morrer rezando a Jesus Cristo e a SS. Virgem Maria, sua Mãe bendita.
E, com efeito, levaram-nos ao cárcere, carregaram-nos de cadeias e obrigaram-nos a caminhar oitenta quilômetros até ao lugar do martírio. Sofriam horríveis dores. Por fim, a uns cortaram a cabeça, a outros queimaram vivos... Quando subiam as chamas e as carnes eram devoradas pelo fogo, os valentes meninos rezavam... rezavam... e rezando e cantando o hino dos mártires voaram para o céu.
Assim falam, assim procedem, assim rezam os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, a quem seja toda honra e glória pelos séculos dos .séculos.
Canonizados a 6 de junho de 1920.
Alguns santos missionários, desejosos de conquistar almas para Deus, haviam-se internado em regiões desconhecidas da África, chegando ao reino de Uganda, ao sul do Egito. Ali pregaram a Jesus Crucificado, e pregaram com tanto fervor que até dos pajens, que serviam ao rei e a família real, muitos se converteram.
Que maravilhosa transformação se operou naqueles meninos e jovens desde o momento em que, bem preparados, receberam o santo batismo! Viviam ao lado de um rei impudico; eles, porém, eram como anjos... Estavam rodeados de gente que adorava uma multidão de ídolos, e eles só adoravam a Jesus pregado na cruz... Viam que os cortesãos e suas famílias só pensavam em gozar e divertir-se, ainda que para isso fosse mister assassinar e tirar a vida aos inocentes; eles, porém, encerravam-se em suas casas, onde passavam longas horas em oração.
O rei, chamado Muanga, soube do fato e ordenou que, certo dia, as oito da manhã, se reunissem em seu palácio todos os conselheiros do reino. Estando todos reunidos falou-lhes assim:
— Eu vos pedi que me désseis vossos filhos para me servirem como pajens de meu trono. Vós mos destes, é verdade, mas são os piores de vossas casas, porque não seguem as minhas doutrinas, mas a doutrina desses magos católicos que vieram a este reino.
E aqueles vis cortesãos, aduladores e cruéis, responderam:
— Manda-os matar e te daremos outros.
Era o que esperava aquele bárbaro rei. Chamou imediatamente a Carlos Luanga, que era um jovem muito simpático e se achava à frente de todos os jovens, e ordenou-lhe que sem demora trouxesse todos à sua presença.
Poucos momentos depois achavam-se reunidos ante o trono todos os pajenzinhos do negro e cruel rei. Fixou-os com olhos de tigre e disse-lhes:
— Ouvi dizer que alguns de vocês deixaram o culto de nossos deuses e rezam ao Cristo pregado por esses magos que há pouco vieram da Europa a nossas terras. Se for verdade essa apostasia, vocês morrerão. De sorte que os que não rezam venham aqui ao meu lado; e os que rezam fiquem ali em frente de mim. Ante a cólera do rei e a ameaça de morte não se intimidaram aqueles jovens cristãos. Com ânimo varonil e sincera alegria colocaram-se em frente do rei. Eram dezesseis: quase todos muito jovens ainda. Por seu sangue pertenciam as famílias mais distintas do reino. A frente deles estava corajosamente Carlos Luanga.
O bárbaro rei negro, enfurecido, perguntou-lhes:
— É verdade que vocês são cristãos? que rezam ao Cristo desses missionários brancos?
— Sim — responderam todos com dignidade.
— E estão resolvidos a ser cristãos e a rezar até a morte?
— Até a morte — responderam resolutos.
Voltou-se o rei para os verdugos que lhe rodeavam o trono e, deixando perceber sua cólera, disse:
— Conduzi-os para fora, e matai-os todos.
Um dos verdugos, chamado Mukajanga, tinha um filho ali entre os pajens cristãos. Dirigiu-se a ele e disse:
— Meu filho, diz que não rezas e serás salvo.
Mas o valente menino replicou:
— Meu pai, isso não direi nunca. Eu rezo e rezarei sempre.
— Pois então — acrescentou o pai — foge e esconde-te em casa para escapar à morte. Não me obrigues a tirar-te a vida.
— Não fujo, meu pai — exclamou o heroico mártir — quero morrer com meus companheiros. Quero morrer rezando a Jesus Cristo e a SS. Virgem Maria, sua Mãe bendita.
E, com efeito, levaram-nos ao cárcere, carregaram-nos de cadeias e obrigaram-nos a caminhar oitenta quilômetros até ao lugar do martírio. Sofriam horríveis dores. Por fim, a uns cortaram a cabeça, a outros queimaram vivos... Quando subiam as chamas e as carnes eram devoradas pelo fogo, os valentes meninos rezavam... rezavam... e rezando e cantando o hino dos mártires voaram para o céu.
Assim falam, assim procedem, assim rezam os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, a quem seja toda honra e glória pelos séculos dos .séculos.
Canonizados a 6 de junho de 1920.
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