RETRATOS DE NOSSA SENHORA
Nossa Senhora Virgem
Parte 3/11
Mas não julguemos que esta virtude de Maria não foi provada, porque não sentiu as inclinações da concupiscência.
Sofreu todas as provas que não repugnavam à sua dignidade de Mãe de Deus.
Foi provada pelas pessoas que a rodeavam. Ouvia continuamente as suas conversas que repugnavam aos sentimentos do seu coração. Via as jovens da sua idade, que lutavam por alcançar o seu ideal: o matrimônio. Todas com as suas palavras e os seus exemplos diziam-lhe: Desiste do teu propósito invulgar, imita-nos.
Maria sofreu a prova dos seus tutores, que lhe prepararam o casamento com o seu parente José e triunfou dela, entregando-se confiadamente ao Pai celestial, e encontrou no esposo preparado por Deus os mesmos ideais de virgindade que ela.
Maria sofreu outra prova ainda mais delicada, da parte do mesmo Deus.
Foi no momento da Anunciação, quando o anjo lhe trouxe da parte de Deus a mensagem de que a tinha escolhido para sua Mãe.
Nesta ocasião aparece com toda a sua grandeza a virtude de Maria. Conheçamos todos os pormenores.
Está Maria na sua casa de Nazaré, é uma jovem de uns quinze anos. Que faria a Virgem quando recebeu a mensagem?
Deus pode comunicar-se às almas onde quiser e como quiser; porém, de ordinário, comunica-se na oração.
A Encarnação é a comunicação mais íntima que Deus tem tido com as criaturas. É de crer que a Virgem estivesse rezando no seu quarto. Pobre, mas que limpo, que arrumado, parece uma capelinha. É assim o teu?
Ora a Virgem Maria, na atitude mais reverente, de joelhos. As almas espirituais que têm alguma comunicação com Deus, quando rezam, ficam alheadas de tudo. Nada vêem, nada ouvem do que sucede à sua volta. A sua alma como que sai deste mundo e se submerge na imensidade de Deus. E que é a união com Deus que podem ter as almas por mais santas que sejam comparada com a união que tem a Santíssima Virgem? Está absorta, perdida a sua alma no mar da divindade, exalando um aroma de pureza que perfuma a terra e sobe até aos céus.
De repente apresenta-se-lhe um anjo e a saúda com reverência. É a primeira vez que um anjo se sente inferior a uma pessoa humana. Aquela jovem é mais santa que ele: é a sua rainha.
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