NÃO COMPREENDIA AQUELA FILOSOFIA...
Quando Kassime (Madre Paula Gambini, f 1907) resolveu ir para o convento, a família empregou todos os meios para demovê-la desse generoso propósito. A última prova foi que ela esperasse por mais dois anos. O prazo estava para terminar. Kassime (vaso de perfumes) estava toda radiante e fazia sozinha todos os preparativos para a próxima entrada no convento. No dizer de seu irmão, naqueles dias parecia transfigurada de felicidade. Não podia conter em seu coração tão íntima e verdadeira alegria: muito contra o seu costume, começou a usar os vestidos mais lindos, as jóias mais preciosas. O sorriso nos lábios, os olhos radiantes, falava com vivacidade desusada.
— Esta minha filha perdeu a cabeça! dizia a mãe, quando introduzia visitas na sala, onde Kassime, vestida toda de branco, a cabeça adornada de flores, estava a tocar, o piano. — Vede: amanhã vai me deixar, e está tão feliz...
A pobre senhora não compreendia aquela divina filosofia, pela qual a filha, sem nenhuma lágrima, antes com um gozo indizível, se preparava para deixar todas as coisas do mundo e seguir espontaneamente a Jesus Cristo crucificado, desnudo e privado de tudo.
Mas são essas as grandes vocações.
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