9 de abril de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 88

BOM PARA O CÉU

O piedoso bispo Mons. Tissot gozava na Índia de uma bem merecida fama de santidade, zelo e bondade. Ele próprio contou o seguinte episódio.
Um dia, por ocasião de uma entrevista com certo governador, este lhe disse:
— Monsenhor, Vós e vossos colaboradores sois para mim um enigma.
— E por. que, mylord? indagou o Bispo missionário.
— Vede, Monsenhor, disse o inglês: Nós recebemos do governo gordos subsídios e das Sociedades Protestantes enormes somas para a nossa propaganda protestante; os nossos ministros e catequistas ocupam posições invejáveis, as nossas diaconisas são abastadas... e entretanto conseguimos bem pouco! Fazemos alguns prosélitos em tempo de carestia ou de processos: terminada a prova, voltam ao paganismo. Vós, missionários católicos, ao contrário, sois pobres, não tendes tais meios, e, no entanto, as vossas obras prosperara.
— Exatamente, mylord. E é porque nós temos um segredo.
— Um segredo?! Confiai-me esse segredo.
— Com muito prazer. É o seguinte: Dou aos meus Missionários e ás Irmãs de caridade uma veste pobre, um leito duro, arroz de terceira qualidade... Faço-os levantar-se de madrugada, deitar-se tarde, trabalhar quase sem descanso...
O governador interrompe-o:
— E, todavia, Monsenhor, todos perseveram e morrem em seu posto; ao passo que os nossos ministros e as nossas diaconisas não querem demorar-se aqui e estão sempre a pedir, para regressar á pátria.
— Ah! é verdade, sr. governador; mas, como já vos disse, tenho um segredo. Dou aos meus uma letra de banco, assim redigida: “Bom para ser recebido no Céu”. Eis, mylord, o que nós, bispos, fazemos e o que vós não podeis fazer..

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