25 de setembro de 2015

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência I


IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

Parte 1/3


Meus irmãos, escolhi como objeto de minha série de instruções para o curso  do novo semestre que se inicia, um tema de urgência e atualidade toda particular, mas ao mesmo tempo bastante delicado e difícil. Um tema, cuja solução assegura para o homem vida pacífica sobre a terra, e muitas vezes também a felicidade eterna. Um tema, cuja solução harmoniosa é de efeito incomensurável sobre toda a vida cultural, social e nacional. Um tema, cuja solução exata ou inexata é fonte de bênçãos ou de maldições para toda a humanidade.

Um problema de imensa importância: o casamento e a família cristã.

Quem não vê a importância decisiva desta questão? Quem não vê que a humanidade se coloca hoje ante estas graves questões do casamento e da família, como diante de uma esfinge enigmática? O homem moderno que conseguiu descerrar cada vez mais o véu que ocultava a natureza, com suas esplêndidas descobertas, pensou ser o matrimônio resolúvel pelas leis da natureza, qual um problema da matemática.
Teve, porém, grande desilusão. Após amargas experiências, foi obrigado a reconhecer que o casamento não é um problema numérico, que se possa resolver única e totalmente pelo raciocínio. Não; o casamento, a família constitui uma "equação" a várias incógnitas, que a matemática não resolverá porque ele é, segundo a expressão de S. Paulo, "um grande mistério" (Ef 5, 32), que só o  homem arraigado em Deus pode dominar e resolver.
Não existe verificação que atualmente mais se ouça do que esta: "a família em nossos dias passa por série crise".
Seria impossível e mesmo injusto não lembrar que há causas muitas e complexas a influir na crise atual da família. Seria injustiça negar que uma dessas causas é a crise econômica com todas as suas consequências: desemprego, falta de habitação, privações e por consequência atritos e pontos de vista diversos entre os esposos, além do crescente nervosismo, impaciência, egoismo, etc. Tudo isto é verdade, e bem verdade.
Entretanto, meus irmãos, se de uma parte o reconhecemos com toda franqueza, de outra parte outra verificação adverte-nos que a atual crise da família não pode ser suficientemente explicada por causas exclusivamente econômicas.
Verificamos, com efeito, que a família esta abalada não só entre pessoas necessitadas, mas que, ao contrário, a crise é maior e mais contristadora entre famílias cuja situação material é boa, e onde não se fala em privações. E a prova de que a mediocridade e a pobreza não são os verdadeiros inimigos da família são os exemplos dos esposos para os quais a vida familiar e o amor recíproco se tornam mais fortes pela pobreza, e eles mesmos mais unidos porque a luta pela vida suscitou neles valores morais, cuja existência, antes, eles ignoravam em si mesmos.
Se para a família ressoa o apelo de socorro dos navios em perigo de naufrágio: S.O.S. "Save our souls": Salvai nossas almas, é preciso recordar que não poderemos salvar a família em perigo, senão pela salvação da alma e dos valores morais. A família precisa realmente de uma "reforma", mas essa reforma só se realizará respeitando-se novamente o ideal cristão do casamento. Eis o objeto das nossas instruções neste novo semestre universitário, que agora começamos. Creio, não poderia encontrar um tema tão importante, decisivo e vital como este.
Antes, porém, de  minuciosamente tratar dessa questão, devo prepará-la respondendo a um ponto preliminar; demonstraremos cuidadosamente ser, na realidade, essa questão, de uma importância tão vital, que mereça se lhe consagrarem as instruções de todo um semestre.

I) É necessário falar tanto da família? A resposta, procurarei dá-la na primeira parte do sermão. Responderei depois uma questão, que talvez alguns ouvintes  possam formular;
II) Será que um padre católico pode tratar deste assunto?

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