66. Que tem feito a
Igreja pelos pobres e operários?
A Igreja, ao longo da Historia, aboliu
a escravatura, defendeu os fracos e pobres, ensinou os ricos e poderosos a
amparar os humildes, difundiu a justiça e a caridade. Organizou os
trabalhadores em grandes sociedades chamadas corporações, que cuidavam de sua
formação técnica, de sua prosperidade material, do bem espiritual deles e de
sua família, lhes davam assistência na doença e cuidavam dos seus filhos em
caso de morte. Estas associações sofreram um golpe de morte com a Revolução
Francesa, mas duraram em muitos países até as agitações do ano de 1848; na
Alemanha elas ainda existem.
67. Depois de 1848 a
Igreja não fez mais nada pelos operários?
O individualismo introduzido pela
Revolução Francesa destruiu as corporações católicas e deixou os operários
entregues à própria sorte. Então a Igreja empreendeu um grande trabalho em
favor deles, simultaneamente em três pontos.
68. Qual foi a
primeira frente que a Igreja atacou?
A Igreja Católica procurou, de início,
principalmente minorar a miséria das pessoas. Para este fim multiplicou as
Santas Casas, os orfanatos, asilos para velhos, Oratórios festivos, creches, e
obras de assistência social. Assim é que, para dar um exemplo, no Estado de São
Paulo, atualmente, de cada cem instituições de caridade ou de assistência,
oitenta são mantidas pela Igreja Católica. Os comunistas não mantêm nenhuma. As
vinte restantes pertencem a outras igrejas, às organizações leigas e ao Poder
público. Nos outros Estados do Brasil, a proporção de obras mantidas pela Igreja
é ainda maior. E note-se que as instituições de caridade e assistência mantidas
e dirigidas pela Igreja funcionam admiravelmente. Basta ver um hospital
dirigido por Religiosas.
69. Qual foi a
segunda frente que a Igreja atacou?
Enquanto fundava e organizava
instituições de caridade e de assistência, a Igreja lutava para corrigir os
defeitos da sociedade que geravam tanta miséria. Desde o Papa Pio IX, e
principalmente no pontificado de Leão XIII, Ela insistiu com os ricos, os
patrões, o Estado e os trabalhadores para que se lembrassem da ordem social que
Deus quer e Jesus Cristo fundou, e se aplicassem a melhorar as condições de
vida do operário. Os Papas ensinaram que o trabalho não é mercadoria, e que o
homem que trabalha tem direito a um salário nas seguintes condições: a) que lhe
permita viver com dignidade; b) que dê para criar e educar os filhos; c) que
possibilite ao trabalhador diligente e econômico formar um pecúlio que melhore
a sua situação e lhe garanta o futuro.
70. Os ensinamentos
dos Papas tiveram resultado?
Os ensinamentos dos Papas já
modificaram completamente, em muitos países, a mentalidade dos patrões e dos
operários, e melhoraram felizmente as condições destes últimos. Mas a Igreja
continua a insistir, e o atual Pontífice, Sua Santidade o Papa João XXIII,
publicou há pouco a Encíclica “Mater et Magistra”, em que ensina mais uma vez
como os patrões devem tratar os trabalhadores, para que haja justiça, caridade
e paz.
71. Qual foi a
terceira frente em que a Igreja empreendeu o grande trabalho em favor dos
operários?
A Igreja, enquanto atendia as misérias
mais gritantes e imediatas, e ensinava aos patrões e operários como deviam ser
as suas relações de acordo com a justiça e a caridade, promovia a organização
destes e daqueles em associações, que se chamam corporações, círculos
operários, etc. Estas organizações formam nos vários países grandes
confederações, como na França a Confederação dos Trabalhadores Cristãos, na
Itália a Associação Católica dos Trabalhadores Italianos, no Brasil a
Confederação dos Círculos Operários etc.
72. Em que mais
os Papas insistiram?
Os Papas insistiram em que os operários
se unam, para juntos defenderem os seus direitos, respeitando, porém, os
direitos dos patrões. Os Papas aconselham a estes que, na medida do possível,
melhorem o salário e as condições dos trabalhadores, dando-lhes mais do que o
estritamente justo.
73. Quais os Papas
que mais se salientaram , na ação em favor dos direitos do operário, e da
justiça e harmonia entre as classes sociais?
Todos os Papas se têm desvelado pela
melhora da dura situação que começou para os operários com a Revolução Francesa.
De um modo especial devem-se mencionar os seguintes Pontífices: Leão XIII,
autor da Encíclica “Rerum Novarum”; Pio XI, autor da Encíclica “Quadragesimo
Anno”; João XXIII, autor da Encíclica “Mater et Magistra”.
74. Que Papas se
salientaram na luta contra o comunismo?
Todos os Papas, de Pio IX a João XXIII,
tem condenado o comunismo. A Encíclica “Divini Redemptoris” de Pio XI trata
especialmente do assunto, com grande, clareza e vigor. Durante o pontificado de
Pio XII, a Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício fulminou com a pena de
excomunhão quem pertence ao Partido Comunista ou colabora com ele.
75. Quais as
conseqüências práticas desta excomunhão?
Os membros do Partido Comunista e os
que com ele colaboram não podem receber os Sacramentos nem ser padrinhos de
batismo, confirmação e casamento, ficam privados de enterro religioso e
sepultura eclesiástica, e não se pode celebrar em público missa em sufrágio de
suas almas.
76. Os comunistas têm
direito de divulgar suas doutrinas, de viva voz, ou pela imprensa, rádio e
outros meios de propaganda?
Não. Segundo a doutrina católica o erro
não tem direito de ser difundido. Cumpre ao Poder Público proibir-lhe a
propaganda.
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